O primeiro passo é sempre o mais difícil...

Publicado  quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Oficialmente, a cerimônia de abertura é só na sexta-feira, mas hoje os Jogos Olímpicos de Pequim tiveram início e com eles, o sonho tão almejado pelo futebol brasileiro de obter a medalha de ouro, seja no masculino ou no feminino. Nesta manha, foi a vez delas mostrarem a que vieram. Comandadas pelo Trio Espetácular: Cristiane, Daniela Alves e Marta, atual melhor do mundo, o Brasil apenas empatou com a forte e campeã mundial, Alemanha e sua habilidosa jogadora Prinz pelo placar de 0 a 0. Mas antes de comentar sobre esse jogo, cabe apresentar alguns relatos e os resultados da rodada, uma vez que todas as seleções concorrentes ao título fizeram suas respectivas estréias.

A primeira "conquista olímpica" foi para o Canadá. No 26º minuto de jogo, Candace Chapman foi a atleta que fez o primeiro gol da Olimpíada, numa bola de rebote de escanteio, com chute no canto e a colaboração da goleira argentina. A equipe do Canadá venceu por 2 a 1, dando um passo importante para classificação, prevendo jogos mais duros contra as anfitriãs e contra a forte escola suéca. Mais tarde no mesmo estádio Olímpico de Tianjin, a China bateu a Suécia pelo mesmo placar. China que já foi vice-campeã olímpica em 1996, vem motivada pela torcida e pronta para conquistar a medalha, já é um grande adversário a ser batido. Ambas partidas foram válidas pelo grupo E da competição.

A partida com mais gols do dia foi disputada por Nova Zelândia e Japão e terminou com o placar em igualdade, 2 a 2. A fraca seleção da Nova Zelândia começou na frente com uma bobiada da zaga japonesa e com um pênalti duvidoso, assim como foi o outro a favor do Japão, que serviu para descontar no marcador. E faltando cinco minutos para o fim, o mesmo empatou com uma jogada de cruzamento desviada na primeira trave. O empate não foi bom para nenhuma das equipes, pois agora terão pela frente nada menos do que os dois últimos campeões olímpicos, EUA e Noruega. Contando com duas derrotas certas, fica quase impossível alguém deles se classifique como um dos melhores terceiros gerais. Logo em seguida, o duelo esperado equilibrado, não ocorreu, a Noruega liquidou com os EUA em cinco minutos, tempo necessário para fazer 2 a 0 e administrar o restante do jogo sem grandes preocupações. Os dois conjuntos são favoritos para obter as duas vagas do grupo G e seguir a diante.

No grupo F, a Coréia do Norte bateu a campeã africana, Nigéria por 1 a 0, assumindo a primeira colocação, beneficiada pelo empate sem gols entre Brasil e Alemanha.

Sobre o jogo: O Brasil começou bem, indo para frente e não se intimidando pelo fato de ser estréia, tanto é verdade que as duas primeiras chances e até então, mais perigosas da partida foram da seleção brasileira, a segunda, uma bela jogada individual de Marta pela esquerda que culminou em um cruzamento na cabeça de Cristiane, que desperdiçou jogando a bola por cima da meta. Aos 25 minutos de jogo, a Alemanha acordou e reagiu, com uma jogada muito perigosa que resultou com a bola batendo no travessão. Prinz e companhia dominaram o fim do primeiro tempo e boa parte do segundo e sufocaram por determinado momento, deixando as meninas brasileiras acuadas em seu próprio campo defensivo. Do meio para o final do segundo tempo, o técnico Jorge Barcellos adiantou sua marcação e surtiu efeito, Cristiane e Marta tiveram boas chances para modificar o resultado, uma delas com a melhor jogadora do mundo fazendo juz a seu título, com um drible e uma arrancada de antes do meio de campo e deixando as adversárias para trás, mas no instante do chute adiantou demais a bola, dando oportunidade para a goleira dividir a jogada com ela.

Análise geral: não foi um resultado ruim. Como diz o provérbio chinês, "numa caminhada, o primeiro passo é sempre o mais difícil". Tem que considerar a dificuldade de enfrentar uma seleção mais forte fisicamente, campeã mundial, que em confrontos anteriores havia ganho 4 e empatado 2. Esse resultado não trará maiores complicações para o Brasil, pois assim como a Alemanha, prevê-se duas vitórias contra os outros adversários e assim, disputar a primeira colocação nos critérios de desempate. Com a não vitória, é até melhor que o Brasil seja segundo, porque no cruzamento de chaves mais para frente, pegará um oponente, teoricamente, mais fraco, já que o segundo deste grupo pega o segundo do grupo E, e o primeiro enfrenta o segundo entre EUA e Noruega. Foi uma boa estréia e o caminho agora a ser trilhado está bem encaminhado.

Escalações:

Brasil:Andréia Suntaque; Simone, Andréia Rosa, Tânia Maranhão, Renata Costa; Maycon, Rosana, Formiga, Daniela Alves; Marta e Cristiane (Pretinha).
Técnico: Jorge Barcellos
Alemanha:Angerer; Stegemann, Krahm, Hingst, Bresonik;, Behringer (Bajramaj), Lingor, Laudher, Garefrekes; Smisek (Okoyino) e Prinz
Técnico: Silvia Neid

Data: 06/08/2008 (quarta-feira)
Local: estádio Olímpico de Shenyang (China)
Arbitragem: Kari Seitz (EUA)
Auxiliares: Marlene Duffy e Verônica Perez (EUA)
Cartão amarelo: Tânia Maranhão (BRA)

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