No fim do arco, o pote de ouro

Publicado  sábado, 23 de agosto de 2008

Obviamente, todos os atletas que disputam as Olimpíadas têm suas histórias de superação, garra e vontade de competir. Quando ganham, ficam com evidência maior da mídia e são elevados a status de heróis olímpicos. Porém, entre todas essas histórias, uma que vale destaque e ouro para o Brasil, é a da saltadora Maurren Higa Maggi.
Tornou-se conhecida no cenário brasileiro e mundial no atletismo em Winnipeg-99, competindo pelo salto em distância e 100m com barreiras. Ganhou duas medalhas na ocasião. Estreou em Jogos Olímpicos no ano seguinte em Sydney 2000. Esta foi uma passagem triste e infeliz para Mauren, pois teve uma contusão muscular na perna nas eliminatórias do salto e terminou sua participação frustrada apenas na 25ª colocação. Na época, ela tinha a melhor marca pessoal e geral no ano, com 7,26m. A vencedora, na final, saltou 6,99m. Voltou ao país criticada.
Em 2003, veio o pior episódio de sua curta carreira até então. Foi pega no exame antidoping, por causa de uma pomada cicatrizante que possuía uma substância proibida. Foi suspensa por dois anos, ficando de fora do Pan-Americano de Santo Domingo-03 e de Athenas 2004. Chegou a desistir de sua carreira e teve uma de suas maiores conquistas pessoais, a filha Sophia.
Em 2006, conseguiu voltar a ter motivação para treinar e no Pan do Rio-07, conquistou o ouro no salto e foi para Pequim 2008 como uma das favoritas, tendo uma das melhores marcas do ano. Nas eliminatórias, a portuguesa Naíde Gomes, que tem 7,12m como melhor marca geral do ano, não conseguiu classificar-se para a final e deixou o caminho de Maurren um pouco menos difícil. Mas ainda tinha a russa campeã olímpica e outras saltadoras, como a brasileira Keila Costa. Maurren se classificou com o salto de 6,79m.
Na final, todas tinham 6 oportunidades de fazer seu melhor. Maurren era a nona a saltar. Precisou apenas, do primeiro salto para se consagrar. Conseguiu a incrível marca de 7,04m com um aproveitamento total da barra de impulsão. Assim, teve de esperar mais cinco saltos seus e da russa, que saltou 7,03m na última tentativa. Com esse resultado, Maurren conquistou a primeira medalha de ouro no feminino individual, a primeira e única do atletismo nos Jogos e a segunda para a delegação brasileira nas Olimpíadas de Pequim 2008.
A atleta de 32 anos ainda prometeu a presença em mais um ciclo olímpico, indo até Londres 2012.

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