Assuntos de fim de ano

Publicado  quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Chega dezembro, campeonatos no Brasil acabam, mas a quantidade de fatos esportivos que têm acontecido nesse período deixam pouca saudade das disputas futebolísticas aqui. Gostaria de dar uma passada geral em alguns deles que vi, mas não comentei.

Rugby
O Brasil venceu a Colômbia por 44 a 0, no Canindé, em partida válida pela repescagem sul-americana, e se manteve na elite continental da modalidade clássica masculina. Pude acompanhar esse jogo de perto, sem o glamour do Pacaembu, mas deu pra ver como a Seleção é forte comparado a outros adversários regionais, talvez esteja longe do restante da elite, Chile, Paraguai e Uruguai, ainda mais da Argentina, mas o crescimento é nítido, ano que vem tem o Six Nations da América, é um trabalho contínuo que vem surtindo resultado, tímido é verdade, mas que tem potencial.

Handebol
As meninas brasileiras, campeãs mundiais em 2013, não conseguiram repetir o bom desempenho neste ano e foram eliminadas do campeonato mundial nas oitavas de final, contra a Romênia, por 25 a 22. A Noruega bateu a Holanda na final por 31 a 23 e mostraram o quanto será difícil se equivaler às atuais bicampeãs olímpicas, campeãs europeias e mundiais nas Olimpíadas do ano que vem. Por mais que a Seleção Brasileira tenha a empolgação da torcida ao seu lado e a melhor jogadora de 2014, a armadora Duda Amorim, o sonho brasileiro tem que almejar uma medalha em casa e ficar contente com prata ou bronze. Já seria um feito gigantesco. Ouro já há candidatas mais fortes.

UFC
O lutador José Aldo não conseguiu defender novamente seu cinturão dos pesos-pena. Perdeu mais rápido do que se lê essa nota para o irlandês Conor McGregor, a luta durou 13s. Foi o tempo do adversário acertar dois golpes, um deles efetivo no queixo do brasileiro, que simplesmente apagou. Um combate que foi muito aguardado e comentado, mas seria exagero falar que foi um despreparo de Aldo? É difícil analisar uma vez que não foi massacrado durante os rounds. Aconteceu um soco bem encaixado num ponto vital. Todos que praticam artes marciais sabem que qualquer um está sujeito a isso. Mas essas lutas parecem aquelas coisas armadas de boxe, de fazer um circo antes, mas quando chega as declarações depois do confronto, todos são humildes e reconhecem o "grande campeão que é o oponente".
No fim de semana seguinte, Rafael dos Anjos manteve seu cinturão da categoria peso-leve. Venceu o americano Donald Cerrone no primeiro round. Foi a primeira defesa de título do niteroiense.

Surf
É impressionante como essa modalidade vem ganhando cada vez mais torcedores e praticantes no país. Graças a famosa "Brazilian Storm". A geração brasileira que vem sendo preparada para enfrentar os grandes surfistas mundiais em condições de igualdade em preparo e técnica. Prova disso foi o campeonato mundial WCT, conquistado pelo Adriano de Souza. O Mineirinho, de 28 anos, é considerado de uma geração mais avançada que Gabriel Medina e Filipe Toledo, que também chegaram à última etapa, no Havaí, com possibilidades de conquista do título. Mesmo com uma idade mais avançada, mostrou um surfe de alta qualidade e contou com a "ajuda" de Medina, campeão ano passado, para garantir o posto de número um da elite mundial.
Adriano venceu a tradicional etapa de Pipeline, na final brasileira contra Medina, algo inédito para o Brasil. Este, por sua vez, faturou a tríplice coroa havaiana, com a somatória de resultados de duas etapas da divisão de acesso mais a final na elite. Como se não bastasse essas conquistas, Italo Ferreira foi considerado o estreante do ano, terminando em sétimo no ranking principal. Seis das onze etapas tiveram um brasileiro no alto do pódio, três delas com Filipe Toledo. Ainda, Caio Ibelli foi o melhor na categoria de acesso, subindo com mais três atletas nacionais, serão dez entre os 34 do ano que vem.
Mineirinho teve como principal adversário, o australiano Mick Fanning, tricampeão mundial. O surfista de Sydney teve um ano de superação, com direito a ataque de tubarão em duas oportunidades, resgate de um surfista havaiano, antes de começar a última etapa do circuíto e morte do irmão mais velho no dia em que poderia ser campeão. Ainda assim, Mick foi eliminado por Medina somente na semifinal, ficando com o vice campeonato. Adriano também teve a perda de um amigo próximo, Ricardinho, morto no começo do ano por policiais.

Mundial de Clubes
O Barcelona foi ao Japão e fez o que se espera do melhor time do mundo. Conquistou pela terceira vez em sua história o Mundial de clubes. Os culés se deram ao luxo de poupar Messi e Neymar na semifinal, com Suárez dando show solo e fazendo três gols contra os campeões asiáticos Guangzhou Evergrande. Na final, o River Plate mostrou a velha raça argentina, lutou bravamente, mas o trio MSN fez toda a diferença, aplicando um novo 3 a 0.
É o primeiro time a conquistar três vezes o Mundial desde quando a FIFA assumiu a organização do torneio. O uruguaio Suárez foi artilheiro da competição com cinco gol, eleito melhor da final e da competição. Neymar se junta a Cafu e Dida como os únicos brasileiros a conquistarem Libertadores, Champions e Mundial.
É o time que mais joga bonito, que mais faz gols, que bate recordes atrás de recordes. Não tem como contesta a superioridade dos catalães no mundo do futebol hoje. Têm dois dos três indicados ao prêmio de melhor jogador do ano. Têm um meio de campo fantástico composto com Iniesta, Rakitic e Busquets. Têm um goleiro que está defendendo bolas absurdamente difíceis. Bons laterais e zagueiros que atendem bem à proposta de jogo do eficiente técnico Luis Henrique. E não há perspectiva de alteração desse cenário tão cedo. O trio de ataque parece não saber quando será o auge de sua forma e entrosamento.

Brasil perde no rugby, em noite de recorde de público no Pacaembu

Publicado  quarta-feira, 9 de dezembro de 2015


No amistoso disputado na noite da última sexta-feira, a Alemanha venceu os “Tupis” por 31 a 7, em jogo de preparação para a Seleção Brasileira. Mesmo assim, o público compareceu com mais de dez mil pessoas

O Brasil disputou um amistoso de rugby tradicional, jogado com 15 atletas de cada lado, contra a Alemanha no Estádio Paulo Machado de Carvalho neste último dia 4 e perdeu de um resultado proporcionalmente menor ao fatídico 7 a 1 do futebol.
O time da casa começou perdendo por 10 a 0, resultados de um try e um penal. Esboçou uma reação no final do primeiro tempo, ao marcar seus primeiros e únicos pontos da partida, com a força bruta de seus jogadores, vencendo na força uma jogada de scrum contra os alemães e empurrando a bola até a linha final. No entanto, antes do intervalo, o adversário teve mais uma penalidade a seu favor e deixando o placar em 13 a 7.
No segundo tempo, a técnica mais apurada de quem está mais acostumado a jogar com as principais seleções do mundo prevaleceu e acabaram ampliando a diferença, mesmo sendo em seguidas penalidades e apenas mais um try. O placar final foi 31 a 7. O atleta Nicholas Smith analisou o jogo: “pode ser a Seleção que for, mas sempre vamos encarar com seriedade, foi uma ótima preparação para semana que vem, eles jogam com os melhores e, com certeza, subimos de nível com a partida de hoje, é mais uma lição para continuarmos nossa crescente”.
A partida contou pontos para o ranking internacional e serviu de preparação para o embate que o Brasil terá contra a Colômbia, sábado dia 12, válido pela repescagem sulamericana.
Apesar do resultado adverso, a torcida brasileira compareceu em peso, com 10.480 pessoas, que fizeram uma grande festa, com direito a bateria tocando, como uma torcida de futebol. Foi recode de público de uma partida da modalidade no país. O capitão da equipe, Fernando Henrique Portugal, disse estar surpreso com a quantidade de gente presente: “Foi sensacional ver a torcida, no meio do campo, no meio do jogo, olhava pra a arquibancada cheia, via gente entrando ainda e até comentei com nosso back que não parava de entrar gente, foi impressionante, acho que deu uma projeção do que o rugby pode se tornar no cenário nacional”.
Foi a última partida de Portugal pela Seleção, ao final recebeu uma homenagem pelos serviços prestados e garantiu que ainda atuará nos bastidores do esporte, fazendo os demais atletas treinarem como ele não pôde na carreira.
O evento foi prestigiado também por atletas de outras modalidades, Gustavo Borges, Maria Ester Bueno e o paraatleta Daniel Dias estiveram presentes e acompanharam o acontecimento. Todos se mostraram satisfeitos com a repercussão que teve, visando os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Vale lembrar que a versão olímpica é jogada com 7 atletas na linha.

Corinthians justifica o título conquistado e humilha o São Paulo

Publicado  segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Corinthians e São Paulo tiveram uma temporada de 2015 muito distinta. O Timão mostrou capacidade de reação, confiança no treinador, recuperação dos jogadores e crescimento do jogo. Já o Tricolor, foi a personificação da desorganização, sem capacidade de contratar ou promover jogadores, não traz o torcedor para perto no estádio, virou motivo de piada contra seus principais rivais.
O time alvinegro não teve um começo fácil, sendo eliminado no Paulistão e Libertadores. Mas a diretoria bancou o técnico que retornava há pouco tempo. Tinha jogadores contestados como Jadson, que oscilava muito, Renato Augusto, com suas seguidas contusões, Guerrero e Emerson que estavam de saída, um ataque em xeque com Vagner Love, Malcom e Luciano. Tite soube trabalhar o elenco para o Brasileirão e extrair o melhor que havia em cada atleta. Tanto que se tornou a equipe com melhores números ofensivos e defensivos da competição. Quando assumiu a liderança no decorrer das rodadas, não deixou mais esse posto, só ampliou a distância para o segundo. Passou a chamar atenção do técnico da Seleção Brasileira, que vem convocando três ou quatro jogadores da equipe para disputar classificatória da Copa. E os reservas deram conta do recado quando eram solicitados. Resultado: conquista do hexacampeonato nacional com três rodadas de antecedência. É bem verdade que a eliminação precoce da Copa do Brasil ajudou, pois enquanto seus adversários tiveram que jogar toda semana quarta e domingo, o Corinthians teve diversas semanas cheias para trabalhar e jogar apenas nos finais de semana. Nada que tire o mérito do título.
O time do Morumbi teve o início do ano semelhante em termos de resultado, com eliminações nas duas competições que participou. Chegou até a liderar o Brasileirão, mas a má gestão do ex-presidente Aidar, que entre outros atos, vendeu muitos jogadores de forma seguida, aliado com mudanças seguidas de comando técnico, falta de captação de recursos financeiros, jogadores desinteressados ou incompetentes tornaram o clube alvo de seguidas humilhações, lembrando épocas tenebrosas de seus rivais estaduais.
Ontem foi o encontro desses dois no Majestoso que entregaria as medalhas e taça ao Timão. Tite optou por poupar a maioria dos titulares. O São Paulo foi para Itaquera com o melhor disponível, querendo estragar a festa. Mas o que se viu em campo, foi uma surpreendente (por que não?) goleada dos reservas da casa por 6 a 1 nos visitantes. Uma lavada. A maior goleada da história do clássico. Um jogou futebol de alto nível, empolgado pelos quase 45 mil torcedores que empurraram durante toda a partida, o outro apenas esteve em campo, na maioria do tempo perdido e taticamente desorientado.
Não poderia ter jogo melhor para que o Corinthians pudesse comemorar. Quem diria que seu time reserva aplicaria sonoros seis gols num rival para celebrar seu sexto título? Um jogo em que até o goleiro Cássio "marcou um gol" ao defender uma cobrança de pênalti no final da partida. Com a vitória, chegam a 80 pontos, igualando a marca do Cruzeiro, maior pontuação do formato atual do campeonato. Ainda restam dois adversários para obter uma vitória a mais, batendo o recorde com 25 triunfos e isolando-se como a maior pontuação alcançada numa edição.
Não tinha situação pior para o São Paulo terminar a temporada completamente humilhado e devastado. Um futuro incerto ronda o Tricolor, com a aposentadoria eminente de seu maior ídolo, perdendo peças importantes, como o artilheiro da temporada Alexandre Pato, jogadores que vivem de lampejos tipo Ganso e Wesley, torcedores que não se motivam a incentivar o time. Resta buscar a classificação para a Libertadores nas duas rodadas que faltam, para salvar o que sobrou da honra.

PS: Joinville se tornou o primeiro rebaixado desta edição do campeonato. É um time que ascendeu bem rápido com apoio de investimento da cidade, mas viu o quanto é difícil permanecer na elite. Sendo este o objetivo para o ano que vem, o JEC terá que repensar o planejamento e se estruturar ainda mais.

Quando o esporte faz parte da história

Publicado  terça-feira, 17 de novembro de 2015

O Twitter da seleção francesa postou "torcedores ingleses e
franceses juntos vestidos de azul, branco e vermelho"
Hoje, o amistoso entre Inglaterra e França teve um significado muito maior do que apenas um jogo de futebol. A palavra amistoso nunca se valeu tanto. Era para ser um jogo ríspido entre dois rivais históricos, mas os acontecimentos da última sexta-feira 13 fizeram que esse jogo ganhasse mais importância do que uma mera preparação para a Euro-2016. O resultado passou a ser um mero detalhe.
Os ingleses mostraram muita civilidade e tolerância. Quem diria que um dia dois povos que protagonizaram inúmeras guerras entre si (cito duas: Guerra dos Cem Anos e Guerra dos Sete Anos) pudessem cantar juntos um hino de uma dessas nações, no caso a Marselhesa (canto controverso pela incitação "às armas cidadãos! Formai vosso batalhões! Marchemos, marchemos! Nossa terra do do sangue impuro se saciará!", mas que representa a cultura francesa)? Quem poderia imaginar que o símbolo do futebol moderno inglês, o estádio de Wembley teria as cores francesas em seu arco e dentro os torcedores fariam um mosaico com a bandeira do país vizinho? Que o Duque de Cambrigde, príncipe Willian, levaria flores ao lado dos dois técnicos antes do jogo?
Apesar de ser reticente com essas demonstrações e acreditar que há um cunho político, principalmente pelos ataques da França à Síria pós ataque terrorista, acho que era importante mostrar que o esporte pode se mostrar influente para o lado do bem na nossa sociedade, que não é uma esfera alheia a todos os acontecimentos e que pode propiciar momentos de alegria, mesmo em tempos tão difíceis.
Como presente para esse jogo histórico, o meia inglês Dele Alli acertou um chutaço de fora da área, no ângulo do goleiro Lloris, indefensável. Veja aqui, O jogo terminou 2-0 para Inglaterra, Rooney completou o placar. Faltou um gol francês.
Um outro exemplo que ocorreu há alguns anos foi a visita da Seleção brasileira ao Haiti, que pelo menos por aqueles dias em que os jogadores desfilaram em carros militares e jogaram contra a seleção local, foi esquecido a miséria e todos os problemas sociais que assolam o país mais pobre das Américas, puderam mostrar sorrisos sinceros de crianças e adultos haitianos.
Por outro lado, o esporte saiu derrotado duas vezes hoje: a partida que teria entre Bélgica e Espanha foi cancelada ontem, por aumento no nível de alerta de segurança emitido pelo governo belga. E há poucas horas de realizar o embate entre Alemanha e Holanda, em Hannover, foi descoberto um carro-bomba disfarçado de ambulância e depois um artefato explosivo numa estação de metrô, que teve de igualmente cancelar o evento. Uma pena, pois são quatro seleções que estiveram na última Copa, seriam jogos interessantes de se assistir.

Lewis se torna Tricampeão

Publicado  domingo, 25 de outubro de 2015

Fazia tempo que não escrevia sobre automobilismo, principalmente sobre a categoria máxima, a Fórmula 1, que vem se transformando numa monotonia e perdendo o ímpeto dos fãs da velocidade. Prova disso é a baixa audiência. Eu mesmo, que gosto muito, mesmo sem um brasileiro brigando pelo título, confesso que foi difícil assistir uma corrida esse ano. Mas vi a que teve hoje, sim preferi ver a corrida dos Estados Unidos a acompanhar o Campeonato Brasileiro de futebol. Foi uma escolha acertada.
Vários elementos tornaram a corrida de Austin, no Texas, interessante. A começar pela possibilidade de ver Lewis Hamilton se consagrar tricampeão mundial. Além disso, graças a reflexos do furacão Patricia, as condições climáticas não permitiram os pilotos testarem adequadamente seus carros durante o fim de semana, criando uma expectativa de muitas disputas e alternativas, já que começaria com pista molhada e secaria no decorrer das voltas. Tudo isso aconteceu.
Hamilton, se vencesse e Vettel não chegasse em segundo seria o suficiente para entrar para a galeria dos multicampeões, venceu contando com erro de seu companheiro, Rosberg, que liderava e postergava a decisão para o México, mas rodou há poucas voltas do final e deixou a vitória no colo do outro piloto da Mercedes. Foi a décima vitória no ano do inglês. Nico ainda sofreu pressão, mas terminou em segundo, seguido do alemão da Ferrari. Lewis ultrapassa Nigel Mansell e torna o britânico com mais títulos na história. Agora se junta a importantes lendas: Ayrton Senna, Nelson Piquet, Niki Lauda, Jackie Stewart e Jack Brabham, atrás apenas de Sebastian Vettel e Alain Prost, tetracampeões, Juan Manuel Fangio, penta, Michael Schumacher, hepta.
Mas a corrida não dá pra ser resumida a isso apenas, teve as RBR voando baixo enquanto estava molhado e depois ficando para trás, brigas intermediárias envolvendo STR, Force India, McLaren e Lotus. Uma alternância frenética de posições, fosse por desempenho dos carros, fosse pelas vezes que o Safety Car teve que entrar. O brasileiro Felipe Nasr terminou na zona de pontuação, em nono, mesmo tendo parado cinco vezes nos boxes. O outro Felipe, o Massa, abandonou com o mesmo problema mecânico que seu companheiro de Williams.
Era para ser uma temporada memorável, com dois pilotos superando uma marca importante, pois Lewis e Vettel igualaram as 41 vitórias de Ayrton Senna, depois aumentaram seus números, 43 e 42, respectivamente, até agora. Mas as mudanças que a FIA vem promovendo ao longo dos anos tem tornado os campeonatos cada vez menos interessante. Nos últimos seis anos, Vettel teve quatro conquistas seguidas na RBR e agora duas sequenciais de Hamilton, com amplo domínio da Mercedes no ano, com 13 vitórias em 16 corridas e 12 pole-position do inglês. Não há sinalização que para o próximo ano haverá mudanças significativas, mesmo sendo o terceiro ano das montadoras com motor turbo. O que não colabora são as limitações aerodinâmicas, de motor, combustível e pneu que estragam o espetáculo, os pilotos tem mais coisas a se preocuparem do que apenas mostrar seu talento nas pistas.

Alemanha 9 x 1 Brasil

Publicado  domingo, 13 de setembro de 2015

Duas ações neste sábado pelo campeonato alemão mostraram civilidade e engrandeceram ainda mais o futebol deste país.
A primeira foi no protocolo de entrada na partida entre Bayern de Munique e Augsburg. Cada jogador do Bayern entrou ao lado de duas crianças, uma mascote do time e outra refugiada vinda da Síria ou filha de refugiados. Uma dessas crianças inclusive ficou incumbida de carregar a bola durante a formalidade. Aqui é possível ver esse momento. O Bayern já doou mais de 1 milhão de euros para essa causa e mostra-se inteirado com a questão humanitária. Os bávaros venceram por 2 a 1 de virada, porém o mais importante foi a vitória fora das quatro linhas.
O segundo mostra como o futebol é mais que um jogo de vitória ou derrota. No fim do jogo entre Colônia e Eintracht Frankfurt, um jovem torcedor foi à beira do campo com um cartaz pedindo a camisa de seu ídolo Marcel Risse. O meio-campista do Colônia atendeu ao pedido, entregou para um funcionário, que levou até o menino. Pouco importava para ele se o time tinha sofrido uma goleada de 6 a 2, ser visto pelo ídolo e agraciado com o presente foi a maior conquista. O final emocionante desse episódio pode ser visto aqui.
Muitas vezes nos perguntamos se o 7 a 1 foi um acidente, mas acontecimentos como estes mostram que, na verdade, sete foi até pouco. Antes de reaprendermos a jogar futebol, precisamos ainda aprender a ser cidadãos melhores.

Gol de goleiro

Publicado  quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Geralmente, a hora de um goleiro brilhar na partida é com uma defesa, quando evita um gol certo. Há goleiros, como Rogério Ceni e Chilavert, que se especializam em bater faltas e pênaltis, têm destaque ao marcar gols na carreira. Mas um grande momento é quando um time está com um resultado desfavorável e, num ato de desespero de reverter isso, o goleiro vai à área adversária para tentar um cabeceio na última bola do jogo. Só que teve um jogo que isso foi um pouco diferente.
Era para ser uma estreia comum no campeonato holandês, nesta terça, em que o poderoso PSV, multi-campeão no país, venceria o inexpressivo Ado Den Haag, mesmo jogando fora de casa. A partida estava 2 a 1 para o time visitante. Perto dos 50 minutos do segundo tempo, no final dos acréscimos, o goleiro Martin Hansen fez isso aqui.
Impressionante! Golaço!
Se não é o gol mais bonito do ano, está entre aqueles que devem concorrer ao prêmio Puskas dado pela FIFA, na cerimônia dos melhores da temporada.
O grau de dificuldade de um gol de letra é gigantesco já para jogadores de linha, mesmo os mais habilidosos. Para um goleiro, por mais que seja acostumado a treinar situações com os pés, é ainda maior.
Imagino que o time do Ado não tenha grandes pretensões para a temporada que se iniciou na Europa, mas seu goleiro já protagonizou um momento fantástico no futebol.

Brasil não rende bem em Kazan

Publicado  segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O Mundial de Esportes Aquáticos acabou neste domingo e o Brasil terminou sua participação com sete medalhas, as três da Ana Marcela Cunha nas maratonas aquáticas e mais quatro na natação, o que fez o país se posicionar em 13º no ranking. Foi um ouro, quatro pratas e dois bronzes.
A China terminou como a grande campeã geral com 35 medalhas no total. sendo 15 ouros. Os Estados Unidos ficaram em segundo, com 33 conquistas, 13 douradas. E a Rússia, como anfitriã, fez um bom papel ao ficar no terceiro posto, 17 vezes no pódio, com 9 vezes no lugar mais alto.
Falando especificamente da natação, o Thiago Pereira foi prata nos 200m medley, Nicholas Santos teve o mesmo resultado nos 50m borboleta, assim como Etiene Medeiros nos 50m costas, se tornando a primeira brasileira a ganhar uma medalha em mundiais de piscina longa. Por fim, Bruno Fratus ficou com o bronze nos 50m livre. Além das conquistas, tiveram mais seis finais com participações brasileiras. 
Como é o campeonato mais importante, tirando as Olimpíadas, o desempenho foi mediano para baixo, até porque os dois principais nomes Cesar Cielo e Felipe França não obtiveram resultados competitivos, Cielo, inclusive, teve diagnosticado uma lesão no ombro e teve que abandonar o mundial antes do fim. Os brasileiros podem ter sido prejudicados assim como todos os outros americanos, por conta do Pan ser em Toronto e o mundial com o fuso horário bem à frente em Kazan. Aliás, algo interessante e frustrante ao mesmo tempo ocorreu. Muitos brasileiros não conseguiram repetir seus tempos obtidos no Canadá, se tivessem feito, haveria mais participações em finais.
Os Estados Unidos, apesar de terem vencido com 23 medalhas, foram "apenas" 8 ouros. Um desempenho também abaixo do esperado. Não tiveram Michael Phelps, que certamente venceria algumas provas. Ryan Lochte e Nathan Adrian não estiveram bem, Missy Franklin e Katie Ledecky levaram o time nas costas. Mas não é bom subestimá-los. São os mais velozes e serão destaques no Rio. Outros países a se destacar: a Austrália voltou a mostrar força e ficar em segundo. Duas nações que aproveitaram muito bem o fato de sediar uma edição dos Jogos Olímpicos, a China e o Reino Unido, fizeram ter ótimo desempenho e ficaram em terceiro e quarto, respectivamente. Por último, há os países que produzem um nadador bom em algumas provas e se elevam, como a Hungria com Katinka Rosszu e László Cseh, a França com Florent Manaudou, a Itália com Federica Peregrini, a África do Sul com Chad Le Clos, e outros, Suécia, Japão. São países que figuraram entre os primeiros e terão suas bandeiras hasteadas.
Para o Brasil, uma pena que apenas as conquistas de Thiago Pereira e Bruno Fratus valeriam se fosse nas Olimpíadas. Ainda dá para melhorar em um ano de preparação com o troféu José Finkel, o Maria Lenk e o Pan-Pacífico.

A história de uma Libertadores

Publicado  quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Uma Libertadores da América pode ser contada de diversas maneiras. Pode-se contar através dos países participantes, o grupo dos argentinos, o grupo dos brasileiros. Pode-se contar pelos multicampeões, como o Independiente e o, sempre temido, Boca Juniors. Ou pode-se contar através dos estreantes que sempre podem causar surpresas, como foi o semifinalista Guaraní do Paraguai.
Mas contar sob a perspectiva do campeão, ou melhor, do tricampeão River Plate é a mais interessante nesse ano. Não foi nada fácil chegar até esta quarta no Monumental de Nuñes para enfrentar e vencer o Tigres do México por 3 a 0.
Mas essa competição começou muito tempo antes para os Millonarios. Essa história inicia-se em 2011, quando passaram pelo maior drama de sua vida, ao serem rebaixados para a série B do campeonato argentino. Era algo impensável, já que o sistema de média de pontos foi criado justamente para favorecer os times mais tradicionais e que era bem difícil deles descenderem. No entanto, o River conseguiu tal feito e teve que passar a temporada seguinte jogando a divisão inferior e aguentando humilhação dos adversários.
A volta por cima partiu com a conquista do campeonato Clausura de 2014, o segundo turno do torneio nacional, disputado no primeiro semestre do ano, foi o 35º triunfo do maior vencedor de Argentinos. No final do ano, veio um grande feito inédito, ao ganhar a Copa Sul-Americana de forma invicta. Aproveitando a ótima fase, esse ano começou levantando mais um troféu: a Recopa Sul-Americana, em cima do San Lorenzo, o time do Papa.
Nessa Libertadores, o River Plate esteve a ponto de não se classificar para as finais. Estava no grupo que o mesmo Tigres que viera a enfrentar na final, porém, na quinta rodada da fase de grupos, vinha de uma derrota e três empates, conseguiu arrancar um empate no México, que lhe deu uma sobrevida. Finalmente, venceu na última rodada e se classificou em último entre os 16.
Pelas combinações de resultado, iria pegar o melhor classificado, ironicamente seu maior rival, Boca Juniors. Foi um episódio marcante, já que os dois duelos serão lembrados pelo excesso de violência e pela idiotice da torcida xenese. O River teve a vantagem mínima no primeiro jogo, em casa. Na Bombonera, estava empatado sem gols, na volta para o segundo tempo, a fanática torcida boquense jogou gás de pimenta no túnel de acesso dos jogadores rivais e não houve condições de continuar a partida. A Comenbol decidiu excluí-los e o River passou.
Depois, a vida não foi facilitada, já que teve que superar nada menos que o atual bicampeão brasileiro, Cruzeiro. Perdeu o primeiro jogo em casa, mas não só recuperou-se fora, como também aplicou um avassalador 3 a 0, um novo Minerazo, menos de um ano depois do fatídico 7 a 1. 
Teve a pausa para a Copa América. Mas o River voltou confiante e não deu chance ao azar contra a zebra Guaraní. Ganhou em casa e segurou o empate fora. Com isso, já tinha garantido lugar no Mundial de Clubes do fim do ano, já que o Tigres, tendo passado para a final no outro lado, não poderia ir ao torneio, por ser um dos mexicanos convidados pela organização.
Mas não bastava. Foi preciso ganhar da segunda melhor campanha. Infelizmente, o regulamento não permitiu que o time convidado decidisse em casa. Assim, o River teve a vantagem de decidir ao lado de mais de 67 mil pessoas, que não pararam de cantar um segundo sequer. Apesar de terem sofrido pressão, os 3 a 0 foram incontestáveis.
19 anos após a última ida à final e a última conquista, o River voltou definitivamente a ser grande e mostrar respeito no continente. Metade de Buenos Aires está em festa, sem previsões para acabar.
As equipes argentinas aproveitam o ótimo momento que vive sua Seleção, com o vice-campeonato mundial do ano passado e a conquista das Américas mais recentemente. Ano passado, foi o San Lorenzo, este o River deu as cartas. Houve uma sequência anterior em que os brasileiros dominaram. Será a vez dos hermanos?

Brasileira leva três medalhas em Kazan

Publicado  domingo, 2 de agosto de 2015

Está acontecendo o mundial de esportes aquáticos em Kazan, na Rússia. Primeiro grande evento pós-Pan, diria um choque de realidade para boa parte dos atletas que estiveram em Toronto. Nele, engloba as modalidades de saltos ornamentais, salto em altura, nado sincronizado, pólo aquático, natação e maratona aquática.
Foi justamente nesta última que surgiram as primeiras medalhas para o Brasil. A autora das conquistas foi Ana Marcela Cunha, que ganhou bronze na prova de 10km, prova olímpica, prata na prova de equipe de 5km e, neste sábado, ouro na prova de 25km, com o tempo de 5h13min47s. A baiana de 23 anos se consagrou bicampeã mundial desta distância, tendo vencido a primeira vez no mundial de quatro anos atrás em Xangai, na China.
Além das medalhas, Ana Marcela se classificou para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Junto com ela, Poliana Okimoto e Allan do Carmo também garantiram suas vagas, já que terminaram entre os dez primeiros na prova dos 10km. São nomes que certamente figuram entre os favoritos e podem ajudar o país com novas conquistas em casa.
O quadro geral de medalhas, até o momento, tem a China na liderança com 8 ouros, 9 pratas e 3 bronzes, com domínio total nos saltos ornamentais. Os donos da casa estão em segundo, empatados em 8 ouros, mas com 3 pratas e 1 bronze, com excelência quase total no nado sincronizado. O Brasil está em sexto, com essas medalhas da Ana Marcela. Mas o quadro tende a mudar bastante com as competições de natação que começam neste domingo e vão até semana que vem.
Uma análise comparativa entre o Pan e o mundial, nas modalidades que já se encerraram ou estão por terminar: nos saltos ornamentais, o México liderou o quadro, com 9 medalhas, sendo 5 de ouro, Canadá em segundo, também com 9 medalhas, sendo 2 de ouro, o Brasil ficou em quinto com apenas uma prata, na frente dos Estados Unidos; no mundial, os canadenses são os primeiros da América com 3 pratas, México apenas uma prata e os norte-americanos com um bronze.
No nado sincronizado, ficou Canadá com dois ouros, México com duas pratas e Estados Unidos com dois bronzes; em Kazan, apenas os Estados Unidos figuram entre os medalhistas, lembrando que nesta edição do mundial foram disputadas 9 competições e na Olimpíada são apenas 2.
Por fim, as maratonas se aproximam em termos de resultados, já que os Estados Unidos dominaram no Pan e também no mundial. Venezuela e Equador, apareceram no Pan, muito por conta de não ter os principais brasileiros, não apareceram no mundial, o Brasil foi o outro país do continente que figurou entre os melhores.
Por isso que muitas vezes os parâmetros continentais não valem tanto, mas podem ser um indicativo, caso haja um país que seja referência mundial em determinada modalidade.

Como foi o Brasil no Pan

Publicado  quarta-feira, 29 de julho de 2015

Deixei o Brasil para ser analisado à parte, já que o Pan foi considerado uma competição de preparação para mundiais subsequentes, mas principalmente para a Olimpíada que sediaremos ano que vem.
Em números, nos consolidamos como a terceira força do continente e a primeira da América Latina. Repetimos o número total de medalhas,141. No entanto, diminuíram as láureas douradas, que foram de 48 para 41. Isso aumentou as pratas, de 35 para 40, e bronzes, de 58 para 60. A meta do COB foi atingida ao ficarmos entre os três primeiros tanto no geral, como no critério de ouro, prata e bronze para determinar a ordem do quadro. Não ficávamos a frente de Cuba desde 1967.
Tudo isso tem um lado positivo e um negativo. O lado ruim é que, apesar de um investimento maior por parte do governo e ter bem mais atletas na delegação, ficamos estagnados. O lado bom é que foram muitos atletas jovens, alguns sem outro Pan na bagagem, muitos que nem são considerados principais, como os times de vôlei masculino e feminino de quadra e areia, ou sem Sarah Menezes no judô e Cesar Cielo na natação. Esses, certamente, dariam mais conquistas.
Tivemos medalhas em 32 modalidades e não conquistamos nada em 16 outras, algumas que chamam atenção como triatlo e tênis. Maratona aquática não preocupa tanto, já que produzimos campeões mundiais nos últimos anos.  Lembrando que tem modalidades não praticadas nas Olimpíadas, como boliche e raquetebol.
Aqui segue uma parte da infografia que fiz para o jornal Lance! que destrincha as medalhas conquistadas por modalidade:
A soma das medalhas no quadro dá 138 e não 141. Faltaram duas a serem somadas na coluna de "boxe, taekwondo e ciclismo de pista" assim como faltou uma em "pentatlo moderno, basquete e boliche"
Algumas merecem uma atenção especial.

-Natação foi o esporte que mais trouxe conquistas, 26 no total. Nomes conhecidos como Joana Maranhão, Felipe França, Daynara de Paula e Leonardo de Deus, com outros ainda novos para o público leigo como a Etiene Medeiros, fizeram um trabalho bom, dentro das possibilidades, se juntando com Thiago Pereira, que se tornou o maior medalhista em Pan-Americanos, com 23 conquistas.

-Judô tem 14 categorias, conquistamos 13, um rendimento alto, mas que esperava-se mais ouros, com as campeãs mundiais Rafaela Silva e Mayra Aguiar, com Maria Portela e Felipe Kitadai. Mesmo assim, avalio como muito bom. Será o carro-chefe de medalhas aqui.

-Se essas duas modalidades foram satisfatórias, o atletismo, que também oferece muitas medalhas, pode ser considerado um fracasso para os brasileiros. As exceções foram Juliana Santos nos 5000m, única atleta a ganhar ouro, e Fabiana Murer, que foi prata no salto com vara, com a marca de 4,80m, essa altura lhe daria o ouro em Londres, 2012. De resto, teve atleta reclamando que a confederação de atletismo não ajuda com os custos, que nunca tinham visto o treno/aquecimento de atletas de ponta de outros países. Ou seja, claro exemplo de desorganização que já vem nos custando caro desde a última Olimpíada e pode ser vexame em casa, já que desde Seul-88, todos os países que sediaram os jogos ganharam ao menos uma medalha em casa no atletismo e não há grandes perspectivas para nós.

-Continuamos fortes nos esportes coletivos, aqueles que decorrem durante todo o evento para ganhar uma medalha, caso do vôlei, vôlei de praia, handebol, futebol, esses mais no feminino que no masculino, basquete e pólo aquático, esses no contrário de gênero. Basquete é um caso interessante que os times não foram com força máxima, mesmo assim o Brasil venceu, como é um jogo em que os reservas precisam estar tão bem como os titulares, é importante saber que esses atletas que venceram podem ser alternativas fortes quando forem requisitados.

-Outros esportes que sempre nos trazem bons resultados são a vela e o hipismo, que tiveram participações razoáveis, parecem estar perdendo um pouco da força que já tiveram em outros tempos.

-Esportes que dão muitas medalhas boxe, taekwondo, ginástica rítmica e artística, lutas olímpica e livre, canoagem, remo e levantamento de peso podem até ter conseguido resultados expressivos em Toronto, mas dependemos de talentos individuais como o Arthur Zanetti, para sonharmos com alguma coisa ano que vem. Assim como alguns esportes individuais, como o pentatlo moderno e tiro.

-E tem ainda as modalidades que apenas faremos figuração, caso do badminton, tênis de mesa, hóquei sobre a grama, esgrima, saltos ornamentais, nado sincronizado, triatlo, ciclismo de estrada, de pista, BMX e mountain bike. Nesses casos, os resultados obtidos não contam muito em termos mundiais.

Entre altos e baixos, muitos atletas e times brasileiros, garantiram vaga para os Jogos Olímpicos. Ainda tem um ano para melhorar o que está ruim e aprimorar o que está bom. Tomara que venham surpresas boas até lá.

Final e balanço do Pan

Publicado  terça-feira, 28 de julho de 2015

Como foi triste ao ligar a televisão nesta segunda e não ver algum evento esportivo ao vivo, ver que a programação voltou ao normal e que não será mais preciso procurar no site do Pan de Toronto quais eventos acontecerão no dia, por quais brasileiros torcer e como está o quadro de medalhas. 
No domingo, tiveram as últimas competições, as últimas premiações e a cerimônia de encerramento. É uma festa com menos requinte, mais descontraída, que serve mais para apresentar a próxima cidade a sediar os jogos, no caso será Lima, no Peru, em 2019, do que qualquer outra coisa. O melhor ponto dessa história é os atletas olharem para trás e saberem que fizeram seu melhor, que alcançaram suas melhores marcas e que representaram bem suas nações. É uma festa que já não conta com boa parte dos atletas, que já partiram pois há outras competições, como os de esportes aquáticos, que já estão em Kazan, para o mundial.
Foi um Pan muito bom em termos de competições e de instalações. As arenas pareceram bem simples mas bem organizadas, sendo um bom parâmetro para quem pleiteia uma Olimpíada em 2024. Houveram grandes disputas, 80 recordes quebrados, sendo 16 deles por atletas ou equipes brasileiras. 31 países tiveram suas bandeiras hasteadas pelo menos uma vez em um dos lugares do pódio. Foram dois a mais que em Guadalajara. Imagine a felicidade de Bermuda, São Cristóvão e Nevis e São Vicente e Granadinas ao dizerem que são os terceiros melhores das Américas em alguma modalidade.
Por outro lado, os Estados Unidos que tiveram, por um momento, a liderança ameaçada pelos anfitriões, continuam mostrando que são a grande potência olímpica, mesmo enviando muitos atletas universitários ou de times "B", conquistaram mais medalhas de todos os brilhos, foram 11 a mais de ouro, duas a mais de prata e 15 a mais de bronze, totalizando 28 a mais e 265 no geral.
O Canadá mostrou a força de competir em casa, saltando de quinto para segundo lugar e quase duplicado a quantidade de medalhas com relação ao último Pan. Lembrando que eles têm pretensões de brigarem pelo Top 12 ano que vem, isso significa concorrência direta com o Brasil, que quer chegar entre o Top 10.
Cuba decaiu, apesar de ter ameaçado o terceiro lugar brasileiro, acabou em quarto, com quase 40 medalhas a menos. Isso seria sinal da redução dos investimentos esportivos na ilha e da abertura de negociações econômicas com o capitalismo?
Colômbia surpreendeu, há de observar se está surgindo uma nova potência na América do Sul, já que em 2003 terminou em 8º e vem crescendo, até essa edição, que chegou ao quinto posto.
O México, que aproveitou a empolgação em casa há quatro anos e conseguiu um quarto lugar, não manteve o ritmo e regrediu para sexto.
Argentina, Venezuela e Equador se mantiveram entre os dez primeiros. E o Peru já nota-se uma evolução, visando a próxima edição. Saltaram de 20º, com apenas duas medalhas de prata e cinco de bronze, para 12º, com quatro de ouro, quatro de prata e seis de bronze. Como será o desempenho em 2019?

Inglês é bicampeão do Tour de France

Publicado  segunda-feira, 27 de julho de 2015

Christopher Froome se consagrou ao vencer pela segunda vez a volta mais difícil do ciclismo de estrada. Ele repetiu o feito de 2013 e ganhou o Tour de France com uma vantagem de 1min12s sobre o colombiano Nairo Quintana, depois de percorrer mais de 3300 km em 21 etapas, chegando em Paris ao lado de seus companheiros de time Sky e vestindo a camisa amarela de líder geral, herdada ainda na primeira semana, depois do abandono de Tony Martin.
Essa foi uma das voltas mais difíceis dos últimos tempos, com tombos incríveis desde as primeiras etapas, fugas de tirar o fôlego, ganhando do  pelotão. Começou na Holanda, passou pela Bélgica e por lugares belos da França, em cidades como Le Havre, Pau, e Gap, com muitos estágios com montanhas conhecidas e consagradas como o Col du Tourmalet e o Alpe D'Huez. Teve polêmica envolvendo o queniano-britânico Froome, quando venceu a décima etapa de forma avassaladora, e um suposto uso de doping, depois de um vídeo divulgado sobre sua potência gerada ao subir o Mont Ventoux em 2013, sendo muito díspar do restante dos ciclistas.
De qualquer forma, Chris superou todas essas adversidades e ciclistas com forte nome no circuito internacional como Alejandro Valverde, Vicenzo Niballi e Alberto Contador. Além de ser o melhor ciclista geral e vestir a tradicional camisa amarela, o atleta da Sky ainda faturou o prêmio de maior escalador, que é medido por pontos em montanhas, não por tempo, com a camisa branca com bolinhas vermelhas. O eslovaco Peter Sagan terminou com a camisa verde, ou seja, foi o que mais pontuou nas metas para sprinters, o maior velocista nas arrancadas planas. Ele e outros sprinters não tiveram muitas chances nesta edição. Por fim, entre os principais premiados, Quintana levou a camisa branca, que é o melhor ciclista entre aqueles que têm até 23 anos.
Nesta 21ª etapa, com chegada na famosa Champs-Élysées, o alemão André Greipel arrancou nos metros finais e mostrou grande forma ao cruzar a linha de chegada com uma roda de vantagem sobre o francês Bryan Coquard.
Se os velocistas não tiveram vez, até pela característica da prova de ser de resistência, terão a Vuelta a España para mostrar mais trabalho, mas terão grandes chances no Rio-2016, já que a prova é realizada em apenas um dia e em circuito, ou seja, pura explosão. Então, Sagan, Greipel, Cavendish são nomes a ficar de olho e estarão entre os favoritos à medalha de ouro.

Duas mortes em dois dias

Publicado  sábado, 18 de julho de 2015


Nos últimos dois dias, aconteceram duas mortes de esportistas que não podem ser passadas em branco. Na quinta-feira, o uruguaio Ghiggia, um dos maiores futebolistas de seu país, morreu aos 88 anos de parada cardíaca. E ontem, o piloto francês Jules Bianchi faleceu após nove meses de coma, depois do acidente no GP do Japão de F-1. Essas duas mortes significam muito para o esporte.
Alcides Edgardo Ghiggia foi responsável pela primeira grande decepção dos brasileiros no futebol, talvez foi a pessoa que fez despertar o sentimento de paixão pela Seleção nacional, que foi potencializado mais tarde com Pelé. Na decisão da Copa do Mundo de 50, na única vez que um time jogou por um empate em uma final para ser campeão, o Brasil perdeu por 2 a 1, de virada, em pleno Maracanã, para o Uruguai com o gol derradeiro deste jogador. O episódio ficou conhecido como "Maracanazo". A ironia é que, depois de exatos 65 anos do jogo que deu o bicampeonato à Celeste, o último atleta vivo da decisão veio a óbito. O respeito deve ser completo, até porque, mesmo tendo sido carrasco, se diz que foi um grande jogador de sua época. Ele havia sido homenageado dois anos antes, ao entrar no estádio nacional do Uruguai e celebrar o histórico gol com sua torcida.
Essa morte é para ser lamentada, mas como ele já tinha uma idade avançada e não competia mais, não é tão sentida quanto a morte do jovem piloto de Fórmula 1, Jules Bianchi.
A tragédia que aconteceu em outubro do ano passado, em Suzuka, no Japão, teve seu final fatídico nessa sexta-feira. O piloto francês estava internado em Nice. A família e a ex-equipe Marussia lamentaram profundamente a perda.
Bianchi era tido como um dos nomes promissores da categoria máxima do automobilismo. cogitado inclusive para conduzir um carro da Scuderia Ferrari. É a primeira morte de piloto desde 1994, quando morreram Roland Ratzenberger e Ayrton Senna, ambos em Ímola, no mesmo fim de semana.
Para lembrar, a corrida do Japão estava sob chuva, com pouca visibilidade, com bandeira amarela, o guindaste retirava a Sauber de Adrian Sutil, na volta 43 e Bianchi saiu da pista e se chocou com a parte traseira do pesado veículo, entrou debaixo, a mais de 200km/h.
Jules tinha 25 anos, correu 34 grandes prêmios e conquistou dois pontos em Mônaco, ano passado, com sua melhor colocação, um oitavo lugar.
Se tem algo de bom resultante dessas mortes em pistas é que a FIA sempre promove alterações de regulamentos para que se torne uma corrida mais segura, já mudou horário de cinco provas para que terminem com claridade natural suficiente e o safety car virtual, para que os pilotos não ultrapassem determinada velocidade em bandeiras amarelas. Talvez seja o momento de pensar em outras alternativas para proteger a cabeça do piloto. Digo alguma coisa parecida com uma redoma de acrílico que seja aerodinâmico e facilmente aberto como em caças. Acidentes como o de Felipe Massa em 2009, que uma mola atingiu e perfurou seu capacete, poderiam ser evitados caso houvesse uma proteção maior para cabeça. Tomara que não haja um acidente desses nos próximos 20, 40 anos dentro da F-1. Que o legado de Bianchi não seja esquecido. Nem o de Ghiggia.

Etiene é o nome do ouro

Publicado  

Impressionante como o Brasil é forte nas Américas e como tem melhorado nos esportes olímpicos. Prova disso é que o país já assumiu a terceira colocação no quadro geral de medalhas no Pan-Americano com 22 ouros, 19 pratas e 32 bronzes, somando 73 medalhas no total, até o momento, com uma semana de competições. Perdemos apenas para os donos da casa, Canadá com 45 ouros e 110 no total e Estados Unidos com 40 ouros e 114 no total. Isso não tendo mandado todos os principais atletas, tendo em vista que muitos deles estão focados em mundiais que ocorrem do meio para o final do ano. Mesmo assim, os brasileiros têm conseguido resultados inéditos e pouco esperados até algum tempo atrás.
Um desses resultados aconteceu na noite dessa sexta-feria e vale o destaque. O Brasil nunca tinha conquistado um ouro em Pans na natação feminina. Mas a pernambucana Etiene Medeiros tratou de mudar essa história. A nadadora de 24 anos já tinha um bronze no revezamento 4x100m livre. Ontem não só venceu os 100m costas, como também bateuo recorde pan-americano da prova com o tempo de 59s61. Foi a primeira mulher brasileira a baixar da casa de 1 min. Como referência, se fosse em Londres, há três anos, seria o 5º melhor tempo para passar às finais e o 7º tempo da grande decisão, ou seja, um ótimo feito.
Como se não bastasse essa importante conquista, ainda voltou para a piscina pouco tempo depois, nos 50m livre e faturou a prata. Parabéns a esta jovem que ainda pode trazer mais conquistas. Lembrando que foi a primeira brasileira a ser campeã mundial e a bater recorde mundial em piscina curta.
Muitos resultados no Pan não servem de muita referência, porque os melhores do mundo são asiáticos ou europeus em determinados esportes, mas é bem sintomático o crescimento do Brasil, a natação é uma dessas modalidades que demonstram essa evolução. Porém já está acabando as provas, acompanharemos esses atletas no mundial de Kazan, daqui 14 dias. Ainda resta outras modalidades, como o atletismo e as coletivas para ver mais conquistas brasileiras em Toronto.

A festa do Pan

Publicado  sábado, 11 de julho de 2015

Ontem teve início, oficialmente, os Jogos Pan-americanos de Toronto, no Canadá, com uma bela cerimônia de abertura. É sempre um momento que gera muita expectativa, já que é a apresentação da história e cultura dos anfitriões. Mostra o quanto de organização e criatividade eles têm. Como será o aparecimento da pira olímpica (no caso, pan-americana) e quem a acenderá. O desfile dos atletas.
A celebração da 17ª edição dos jogos teve como grandes protagonistas os artistas do Cirque du Soliel, que relatou as origens indígenas canadenses e a criação do novo mundo. Geralmente, esse tipo de evento é realizado em um estádio, mas dessa vez foi no ginásio fechado Rogers Centre, isso permitiu uma surpresa logo no começo da cerimônia, com o campeão olímpico no revezamento 4x100, Donovan Bailey, descendo com a tocha, que ficou presente durante toda a festa no centro do palco. Depois, no final, a tocha passou por diversos astros canadenses até chegar em Steve Nash, ex-atleta na NBA, que teve o privilégio de acender a pira, do lado de fora do ginásio, para o público que estava na rua poder participar e ver esse momento máximo de emoção, antes das conquistas de medalha.
O nadador Thiago Pereira ficou incumbido da honra de ser o porta-bandeira brasileiro, que conduziu parte dos 590 atletas que representarão o Brasil nos jogos, a maior delegação em Pan de nossa história, cujo objetivo é ficar entre os três primeiros no quadro geral de medalhas.
A CN Tower, que é cartão postal da cidade, teve participação na parte cinematográfica e pirotécnica. É importante mostrar que outros pontos turísticos sejam integrados na celebração. É uma tendência desde Pequim-2008, com as famosas pegadas em fogos de artifício.
Não interessa se não vem os times principais de alguns países, como fazem os Estados Unidos e em muitos esportes brasileiros, se não tem os outros continentes, serão 41 países competindo, disputando, emocionando, trazendo histórias de superação, recordes, vitórias e derrotas, fazendo o público torcer e vibrar. Para nós, é a oportunidade de ver muitos atletas que estarão por aqui ano que vem e futuros esportistas brasileiros que poderão se tornar ícones.
A festa foi muito bonita, misturando tecnologia com teatro e acrobacias, muito desfrutada pelo público canadense e por quem acompanhou pela transmissão. Mas o que interessa é saber como será a do Rio-2016.
Hoje já serão 15 medalhas em disputa. A primeira será de canoagem feminino K4 500m, com presença do time brasileiro, por volta das 10h, horário de Brasília, 9h, horário local. Depois ciclismo BMX, saltos ornamentais, ginástica artística, judô, com destaque para Felipe Kitadai e Erika Miranda, maratona aquática, nado sincronizado, triatlo e levantamento de peso, além de outras modalidades que estarão em suas fases preliminares, até dia 26.
Aqui algumas fotos de ontem:















Brasil domina no vôlei de praia

Publicado  terça-feira, 7 de julho de 2015

Neste último fim de semana, ocorreu as finais do campeonato mundial de vôlei de praia masculino e feminino, em Hague, na Holanda, com excelentes notícias para o Brasil, já que cinco dos seis lugares do pódio foram ocupados por duplas brasileiras.
Pelo feminino, domínio total das nossas atletas. Na disputa de terceiro lugar, a dupla Juliana e Maria Antonelli virou para cima das alemãs Holtwick e Semmler, com 2 sets a 1 e conquistaram o bronze. A final foi puramente brasileira, a dupla Agatha e Bárbara dominaram as ações e superaram Taiana e Fernanda por 2 sets a 0.
Entre os homens, não houve uma hegemonia tão grande como no feminino, mas, mesmo assim, a dupla Pedro Solberg e Evandro ganharam por 2 sets a 0 dos americanos Lucena e Brunner para saber quem ocuparia o último lugar no pódio; na batalha pelo ouro, o "mamute" Alison e seu companheiro Bruno perderam o primeiro set para os locais Nummerdor e Varenhorst, mas se recuperaram e venceram os outros dois sets, levando mais uma vez a bandeira brasileira ao lugar de maior honraria.
Não é de hoje que os brasileiros têm destaque nesse esporte, mas com a proximidade dos Jogos Olímpicos, esses resultados ganham mais importância, como se já não bastasse ser um campeonato mundial. Essa é uma das modalidades que o público nacional mais procura para assistir, porque, além de ser um evento bem animado, as chances de medalhas são enormes, diria que apenas uma tragédia para não ter, pelo menos, uma dupla brazuca, em qualquer gênero, presente entre os três mais bem colocados ano que vem. 
Acredito que, com uma preparação tão adequada quanto esta que vem dando ótimos resultados, é muito provável que as duas duplas (já que podem apenas duas duplas por país) ocupem os dois primeiros postos, como aconteceu em Atlanta-96. Tomara que aconteça no masculino e no feminino. De qualquer forma, é bom prestar atenção a esses nomes, que uma dupla dessas pode se tornar heroína olímpica.

Uma informação extra fora do tema: hoje começa os Jogos Pan-Americanos de Toronto, com as primeiras partidas de pólo aquático a partir de 9h da manhã, três partidas do feminino e três do masculino. O Brasil estreia no feminino contra as donas da casa às 13h, assim como o masculino, às 19h. A cerimônia de abertura será na sexta, dia 10.

O poder de jogar em casa

Publicado  segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sabidamente no esporte em geral, quem compete "em casa", com a torcida a seu favor, tende a desempenhar melhor suas funções e obter resultados mais efetivos, os atletas chineses e britânicos são os exemplos mais recentes nas duas últimas Olimpíadas desse conceito, tanto que deixaram seus países entre os primeiros no quadro de medalhas.
Dessa vez, o Chile foi o protagonista de uma história de sucesso, ao se consagrar campeão pela primeira vez da Copa América, diante de sua torcida, contra a vice-campeã mundial Argentina. A ótima performance dos comandados do argentino Jorge Sampaoli com quatro vitórias e dois empates em seis jogos deu o título inédito e muito o que comemorar para os torcedores chilenos. Não há dúvidas que a empolgação vivida por Vargas, Sánchez, Valdivia, Vidal e todos os seus companheiros, contagiados pela massa vermelha que estava na arquibancada, foi determinante para a vitória nos pênaltis por 4 a 1, depois da igualdade sem gols em 120 minutos contra o time de Messi, Agüero, Dí Maria e Tévez. Foi uma vitória de redenção, já que nas últimas quatro vezes em que o Chile tinha sediado a competição, o vencedor tinha sido justamente a Argentina. 
Pode se contestar como o direcionamento das chaves foram feitas, se favoreceu ou não o Chile de não enfrentar Argentina, Colômbia ou Brasil antes da final, tendo sido o adversário mais expressivo o envelhecido e desfalcado Uruguai. Mas é inegável que a torcida teve grande parcela nessa conquista.
Já que o foco é voltado para as Olimpíadas do ano que vem, isso pode, e deve, ser usado a favor pelos atletas brasileiros para se superarem e buscarem o melhor de sua forma competindo no Rio de Janeiro.
De quebra, o Chile garantiu vaga na Copa das Confederações que ocorrerá em 2017 na Rússia. É um time aguerrido, com muita disposição e boa técnica, que quase eliminou o Brasil, na Copa, ano passado. Não acho que seja a melhor equipe da América do Sul, mas mostrou mais vontade de vencer.
Pelo lado argentino, fica questionamentos. Será que essa geração vai passar como outras tantas cheias de ótimos jogadores depois de Maradona e Batistuta sem ganhar nada? Por que Messi não é decisivo na Argentina como é no Barcelona, mesmo com um esquema montado para seu jogo? Messi teve três finais importantes, sumiu em todas. Dessa vez, sequer apareceu na competição. Será que os argentinos sentiram a pressão do favoritismo? A última chance será na Copa do Mundo em 2018. Mesmo assim, Messi deve levar o prêmio de melhor jogador do ano pela temporada espetacular em seu clube.
E o Brasil vai de mal a pior, acumulando vexames. Eliminado pela segunda vez seguida no torneio continental, nos pênaltis, para o Paraguai, nas quartas de final, com uma clara "Neymar dependência".  O 7 a 1 não foi suficiente e pode vir ainda mais!

Guerreiros campeões

Publicado  quarta-feira, 17 de junho de 2015

Tenho de confessar que basquete não é um dos meus esportes favoritos, a não ser quando é campeonato mundial ou olímpico. No entanto, é notável a quantidade de fãs dessa modalidade aqui no Brasil, principalmente com a NBA. Não à toa, há tantos canais que adquiriram os direitos de transmissão da competição. E há muito tempo que uma final não era tão comentada e tão esperada como a que foi dessa temporada, com o Golden State Warriors vencendo o Cleveland Cavaliers por 4 a 2 na série de sete jogos.
O Golden State foi o melhor time e teve o armador Stephen Curry como MVP da temporada regular. Contra o gênio da atualidade, LeBron James, capaz de atuações memoráveis e quase levar o time sozinho nas costas a um título inédito.
A conquista da equipe de Oakland foi mais que merecida, já que duas vitórias da série foram na casa do adversário, incluindo o último jogo, ontem, por 105-97. Teve outro jogador eleito o MVP das finais, Andre Iguodala. O triunfo da franquia não vinha há 40 anos e mantém o jejum dos Cavs por mais uma edição. De quebra, Leandrinho, mesmo reserva do Warriors, tornou-se o segundo brasileiro campeão da NBA, o primeiro foi Thiago Splitter, ano passado, com o San Antonio Spurs.
O que mais interessa é que, no ano que vem, todos esses nomes citados estarão nos jogos olímpicos no Rio, próximos ao público brasileiro, juntamente com Kyrie Irving e Anderson Varejão, que estavam contundidos e não puderam ajudar LeBron, além de Kevin Durant, James Harden, Anthony Davis, Dwight Howard e Chris Paul, que certamente farão parte do Dream Team americano. Ainda tem os irmãos Gasol jogando pela Espanha.
Apesar dos Estados Unidos serem sempre favoritos ao ouro, e nesta vez não será diferente, será uma grande competição, com o Brasil candidato a ser protagonista e pleitear um lugar ao pódio. Feliz de quem poderá ver esses astros em ação.

A partir desse post, faltando pouco mais de um ano para o Rio-2016, vou dar mais atenção para a preparação olímpica, mostrando atletas e equipes que poderão ser notícia com suas conquistas e feitos no evento que reúne os melhores de cada modalidade num só local. E eu estarei lá, para contar, in loco, algumas dessas histórias. Sem deixar de falar do futebol tradicional e outros esportes que não fazem parte do universo olímpico.

Quando a política interfere no esporte

Publicado  terça-feira, 2 de junho de 2015

Eu tenho uma conduta de relatar/comentar fatos que considero mais relevantes dentro do mundo esportivo, pura e simplesmente esporte. Apesar de entender que não é uma esfera isolada, que há grande influência, principalmente, da política e da economia dentro desse meio, não gosto de comentar esse lado dos bastidores, que envolvem dirigentes, patrocinadores, escândalos, dopings. Isso não significa uma alienação ou falta de engajamento, acompanho o máximo de notícias que trafegam nesse ambiente, mas há outros companheiros de imprensa mais envolvidos e que relatam os ocorridos com a devida competência. A minha torcida é que sempre o esporte sirva de exemplo, de preferência positivo, para outros segmentos da sociedade.
No entanto, é impossível dissociar o que vem acontecendo desde a semana passada, culminando com a renúncia de hoje do presidente da FIFA, órgão máximo do futebol, Joseph Blatter.
Denúncias de corrupção, compra e venda de votos em escolhas de sedes de Copas do Mundo, desvio de dinheiro, sonegação de impostos. Os crimes são os mais variados e, ao que aparenta, todos os principais dirigentes da entidade estão envolvidos. Na última quarta-feira, sete dirigentes foram presos numa ação conjunta do FBI e da polícia da Suíça, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Isso vem provocando mais denúncias e vazamentos de documentos. A Polícia Federal do Brasil e o Ministério Público passaram a agir internamente, atrás das contas de Ricardo Teixeira e outros cartolas que possam estar envolvidos em casos de corrupção interna ou desvios referentes à Copa do ano passado.
Em seguida, houve a eleição, que Blatter venceu e faria seu quinto mandato. A UEFA ameaçou boicote ao mundial de clubes, especulou-se também de uma não participação no Mundial de 2018. Os europeus declararam apoio ao candidato de oposição, o príncipe da Jordânia Ali bin Al-Hussein. 
Mas essa reeleição seguida da renúncia pode ser considerada uma manobra política do próprio Blatter, para enfraquecer a oposição e dar tempo de criar um candidato da situação para a continuidade, já que o presidente ainda continuará exercendo suas funções até uma reunião extraordinária do Comitê Executivo, que deve acontecer entre dezembro e próximo março. Se tivesse desistido da candidatura, fatalmente, o opositor restante venceria.
Muitas dúvidas pairam a respeito de todo o ocorrido.
A política de inclusão de todos os países à FIFA, levando a Copa do Mundo em lugares com pouca ou nenhuma tradição futebolística, África do Sul, Rússia e Qatar, é realmente benéfico ou faz com quem já esteja no poder se perpetue ainda mais tempo? Uma vez que o voto é igualitário, independentemente do tamanho do país ou da importância dele no futebol, e nações menores acabam escolhendo nomes mais conhecidos em troca de contribuições monetárias.
Blatter renunciou porque já não encontrava mais respaldo de dirigentes que se encontram abaixo na hierarquia e se "cansou" após 40 anos de serviços prestados ou sabe que uma hora ou outra vai sobrar para ele, já que até Jerome Valcke, secretário geral, está envolvido no repasse de dez milhões de dólares da África para federações caribenhas? A renúncia amenizaria uma possível acusação, traria de volta o dinheiro?
Como ficam as competições organizadas pela entidade daqui para frente? Os contratos assinados? Os patrocinadores tem relação com os casos apresentados até agora?
Por que veio à tona esse escândalo às vésperas da eleição? Ninguém sabia disso antes ou é uma forma de oportunismo para atender outros interesses ocultos? De quem seria esses interesses?
Ao que cabe aos Estados Unidos, isso foi porque mexeram nos cofres e sentiram o golpe ou, além disso, tem o fato das próximas Copas serem realizadas em um país historicamente rival (arque inimigo) e um país árabe, respectivamente?
Qual o impacto desse episódio para os lados de cá? Quem estaria no meio da história?
O fato é que o futebol está em descrédito, há muito tempo vem sido afetado, antes num âmbito nacional, agora de forma generalizada. Já era difícil de aceitar as 'trambicagens' feitas por empresários, dirigentes e outros figurões dentro do universo que tínhamos mais acesso, por isso que o futebol brasileiro vem decaindo e se deteriorando, prova disso é só assistir o campeonato local. Mas a situação agora vai mostrando as ruínas de uma rede de corrupção mundial. Se isso vai trazer algum benefício ao esporte ou, depois de um tempo, as coisas vão sossegar e as forças conservadoras voltarão ao poder e à normalidade, ainda vai demorar para saber o desfecho.
Volto a repetir. Que o futebol sirva de exemplo para outros segmentos da sociedade, que sejam punidos os culpados e justiça seja feita, mas que, principalmente, o futebol volte a ser um grande orgulho e motivo de festa, afinal tem torneios importantes acontecendo e o espetáculo continua, aqui, na Europa ou em qualquer lugar do planeta.

A final dos sonhos é adiada... de novo

Publicado  quarta-feira, 13 de maio de 2015

Morata é o responsável da Juventus por postergar mais um ano a tão esperada final de Champions League entre os maiores times do planeta, Barcelona e Real Madrid. Justamente o atacante que foi revelado pelo time madrilenho foi o carrasco que os eliminou da decisão que ocorrerá dia 6 de junho, em Berlim.
O desejo da UEFA e de todos amantes do futebol seria ver essa "final dos sonhos", tanto que desde as semifinais da temporada 2011-12, eles vêm sido sorteados de lados opostos do chaveamento para chegarem juntos à final, mas mais uma vez não deu certo e terá que esperar outro ano para o tira-teima entre Messi e Cristiano Ronaldo.
Quando a bola saiu dos pés de Pirlo, numa falta pela direita, foi dividida entre Casillas e Chiellini, o mesmo Chiellini que tinha causado o pênalti (inexistente) no primeiro tempo convertido por Cristiano Ronaldo, ninguém poderia esperar que o rebote seria posto novamente na área, viajando até a cabeça de Pogba e servindo de assistência para o camisa 9 da Juve, que dominou no peito e bateu forte para baixo, Casillas ainda tocou, mas não foi suficiente. Gol de artilheiro, gol da classificação italiana, gol que impossibilita os merengues de defender o título conquistado na última temporada, os impede de ir atrás da décima primeira.
A Vecciha Signora volta a uma final de campeonato europeu depois de 12 anos, quando perdeu nos pênaltis para o Milan. Mais que isso, volta a ser triunfante no cenário europeu depois de ter passado por escândalos de manipulação de resultados, ter sido rebaixada no campeonato local, passar por um processo de reconstrução, incluindo um estádio novo. O time, que já vinha dominando o campeonato italiano nos últimos anos, tem a oportunidade de conquistar a competição continental pela terceira vez, feito que não ocorre há 19 anos. Isso passa muito pelos pés de Carlitos Tévez, que está jogando muito e é o símbolo dessa retomada, é o segundo argentino hoje, atrás apenas de Messi, e pelas mãos de Buffon, que viveu as glórias e decepções recentes do time, mas que lhe falta apenas esse troféu em sua vasta galeria.
A eliminação do Real Madrid ocorre em pleno Santiago Bernabeu, com um resultado agregado de 3-2 e com o time não tendo rendido tudo o que poderia, muito por mérito da tradicional escola de marcação italiana. O trio BBC esteve muito a baixo de outros tempos, com Cristiano Ronaldo tendo feito os dois gols do confronto, Bale correndo demais e Benzema voltando, mas não sendo decisivo. Com essa saída, o Real terá grandes chances de ficar sem nenhum título expressivo na temporada, já que empatou no último fim de semana pelo espanhol e deixou o rival Barça abrir quatro pontos, faltando duas rodadas, e está fora da final da Copa do Rei.
O Barcelona que fez sua parte, ao massacrar o Bayern de Munique em casa por 3 a 0 e, ontem, fazendo mais dois na casa do adversário, mesmo tendo sofrido três. O trio MSN tem funcionado muito bem, está completamente entrosado e em sua melhor forma na temporada. Messi, Suárez e Neymar já bateram recorde de gols em uma temporada com mais de 100 tentos. É o time que pode ter a tríplice coroa, que já pode começar neste fim de semana, se ganhar do Atlético de Madrid pelo espanhol. É favoritíssimo contra o time italiano em junho.
Essa final possibilita duas coisas interessantes: o trio MSN poderá ser indicado aos melhores do ano, mas é quase certo que Messi voltará a ser considerado o melhor, isso passa necessariamente pela conquista europeia e uma boa campanha da Argentina na Copa América. E novamente haverá o confronto entre Chiellini e Suárez, aquele da famosa mordida na última Copa, aqui no Brasil.