Fazia tempo que não escrevia sobre automobilismo, principalmente sobre a categoria máxima, a Fórmula 1, que vem se transformando numa monotonia e perdendo o ímpeto dos fãs da velocidade. Prova disso é a baixa audiência. Eu mesmo, que gosto muito, mesmo sem um brasileiro brigando pelo título, confesso que foi difícil assistir uma corrida esse ano. Mas vi a que teve hoje, sim preferi ver a corrida dos Estados Unidos a acompanhar o Campeonato Brasileiro de futebol. Foi uma escolha acertada.
Vários elementos tornaram a corrida de Austin, no Texas, interessante. A começar pela possibilidade de ver Lewis Hamilton se consagrar tricampeão mundial. Além disso, graças a reflexos do furacão Patricia, as condições climáticas não permitiram os pilotos testarem adequadamente seus carros durante o fim de semana, criando uma expectativa de muitas disputas e alternativas, já que começaria com pista molhada e secaria no decorrer das voltas. Tudo isso aconteceu.
Hamilton, se vencesse e Vettel não chegasse em segundo seria o suficiente para entrar para a galeria dos multicampeões, venceu contando com erro de seu companheiro, Rosberg, que liderava e postergava a decisão para o México, mas rodou há poucas voltas do final e deixou a vitória no colo do outro piloto da Mercedes. Foi a décima vitória no ano do inglês. Nico ainda sofreu pressão, mas terminou em segundo, seguido do alemão da Ferrari. Lewis ultrapassa Nigel Mansell e torna o britânico com mais títulos na história. Agora se junta a importantes lendas: Ayrton Senna, Nelson Piquet, Niki Lauda, Jackie Stewart e Jack Brabham, atrás apenas de Sebastian Vettel e Alain Prost, tetracampeões, Juan Manuel Fangio, penta, Michael Schumacher, hepta.
Mas a corrida não dá pra ser resumida a isso apenas, teve as RBR voando baixo enquanto estava molhado e depois ficando para trás, brigas intermediárias envolvendo STR, Force India, McLaren e Lotus. Uma alternância frenética de posições, fosse por desempenho dos carros, fosse pelas vezes que o Safety Car teve que entrar. O brasileiro Felipe Nasr terminou na zona de pontuação, em nono, mesmo tendo parado cinco vezes nos boxes. O outro Felipe, o Massa, abandonou com o mesmo problema mecânico que seu companheiro de Williams.
Era para ser uma temporada memorável, com dois pilotos superando uma marca importante, pois Lewis e Vettel igualaram as 41 vitórias de Ayrton Senna, depois aumentaram seus números, 43 e 42, respectivamente, até agora. Mas as mudanças que a FIA vem promovendo ao longo dos anos tem tornado os campeonatos cada vez menos interessante. Nos últimos seis anos, Vettel teve quatro conquistas seguidas na RBR e agora duas sequenciais de Hamilton, com amplo domínio da Mercedes no ano, com 13 vitórias em 16 corridas e 12 pole-position do inglês. Não há sinalização que para o próximo ano haverá mudanças significativas, mesmo sendo o terceiro ano das montadoras com motor turbo. O que não colabora são as limitações aerodinâmicas, de motor, combustível e pneu que estragam o espetáculo, os pilotos tem mais coisas a se preocuparem do que apenas mostrar seu talento nas pistas.


 
 

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