Coluna Torcedor Olímpico - Primeiras impressões emocionantes

Publicado  quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Com a Olimpíada passando, tem sido muito difícil eu parar para escrever e colocar as coisas em ordem. O que tenho conseguido fazer é fotografar e filmar as modalidades que tenho assistido. Preparando um material visual bacana para mostrar. Outro empecilho que estou lidando é com uma infecção viral, pela qual fui afetado e tem atrapalhado minha viagem. Por fim, as distâncias do Centro Olímpico da Barra e de Deodoro, que foram locais onde estive, são bem consideráveis e demandam mais de uma hora e meia de deslocamento, o que implica em pelo menos três horas do dia perdidas.
De qualquer forma, tenho escrito uma coluna no diário Lance, quase todos os dias. Vou postar aqui as colunas na íntegra, algum tempo depois de ter saído no jornal, para quem não teve oportunidade de ler lá e para deixar registrado neste espaço. Aqui está a primeira que foi publicada:

Tive o privilégio de ver a cerimônia de abertura de dentro do Maracanã. Pelo que acompanhei nas redes sociais, deve ter sido muito bonito assistir pela televisão, mas estar lá foi extraordinário.
Muitas vezes, me pegava no exercício de conter as lágrimas que teimavam em cair. Momentos como no Hino Nacional, no discurso entusiasmado de Nuzman, nas músicas País Tropical (à capela), Garota de Ipanema, Aquele Abraço, ao ver as delegações entrando e percebendo como o brasileiro é receptivo com todos os povos, na entrada da delegação brasileira, então. Também quando vimos o estádio se transformar em aeroporto e na Marquês de Sapucaí. Mas não houve maior comoção do que ver Vanderlei ascendendo a pira olímpica.
Emoção não faltou durante toda a festa. Mostramos que, apesar de termos problemas, sabemos fazer uma festa como ninguém e não precisamos de tantos recursos, basta nossa alegria, basta sermos brasileiros. A torcida interagiu muito bem com espetáculo, aplaudia, cantava. Tenho certeza que quem saiu de lá, ao final, se sentiu orgulhoso de ser brasileiro e fazer parte da história, que não poderia ter escolhido lugar melhor para estar e que, mesmo com o preço elevado do ingresso, valeu cada centavo.
O preço, aliás, fez com que as arquibancadas não ficassem lotadas, eu estava no setor mais caro e vi diversas cadeiras que ficaram desocupadas. Claramente a organização errou nesse aspecto. O brasileiro, mesmo aquele que tem condições de gastar, não se submeteu a loucuras para estar presente. É um detalhe que não é mostrado, mas que deixa um pouco menos alegre.
Outra questão foi a estrutura alimentar do local. Durante a entrada dos atletas, fui comer alguma coisa, mas, além de ter filas demoradas, vire e mexe acabava os alimentos e demorava um tempo considerável para ser reposto, causando um constrangimento tanto dos vendedores como de quem estava com fome.
Falando em filas, ao chegar e tentar entrar no estádio, me deparei com um aspecto de tumulto e muitas pessoas confusas, sem a devida orientação de onde cada um deveria entrar.
Nada disso, porém, tirou o brilho do espetáculo que foi a cerimônia. Terminei completamente emocionado com a primeira impressão dos jogos e esperanço por ver os demais eventos que estão por vir.

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