Esta foi a quarta coluna que escrevi, ainda na semana passada:
Na última
terça-feira, fui assistir partidas de tênis e torcer pela dupla brasileira
formada por Marcelo Melo e Bruno Soares. Pude constatar que são ações
distintas, quase antagônicas.
Veria o
espanhol David Ferrer, a alemã Angelique Kerber, bastante gente que é famosa no
circuito mundial e que seria excelente de vê-los em quadra, apresentando o
melhor que o esporte poderia mostrar. 
Como um
amante do tênis, estava desde cedo no Centro Olímpico para não perder um
detalhe. Por isso, pude escolher lugar onde assistir, já que não havia acento
demarcado. Cada uma das três primeiras partidas, assisti de um ângulo
diferente. Assim pude ter perspectivas diferentes da bola ter pingado dentro ou
fora de quadra.
Tênis,
assim como determinadas modalidades, tem uma etiqueta para acompanhar o
andamento do jogo, não atrapalhando os atletas, astros do evento.
Os
árbitros cansavam de pedir para que os espectadores sentassem logo. Até aí,
aceitável, uma vez que, em outros lugares do mundo também há essas
advertências.
Mas a
dinâmica do jogo pede silêncio, o público pouco se manifesta durante o ponto,
sempre nos intervalos. Na terceira partida, escolhi um lugar que julgava bom,
para torcer depois pelos brasileiros. Atrás de mim havia uma família, pai, mãe
e filho. Simplesmente não paravam de falar. Aí qualquer um diria: por que não
levantei e fui procurar outro lugar, se estava incomodado com a situação?
Mas, sendo
crítico e dentro do meu direito de consumidor, pedi com educação que fizessem
silêncio. O cara disse que estava sendo inconveniente, mas ficaram quietos.
Depois se mudaram.
Veio a
partida da dupla brasileira e, com ela, outra atmosfera se formou. Virou jogo
de Copa Davis. Quem acompanha, sabe que é diferente partidas assim. O Brasil
perdeu, no entanto, estava com minha bandeira na mão, apoiando até o último
ponto, mesmo quando já não tinha mais chances. É meu país brigando. Mas não
desrespeitei nenhuma conduta do esporte ou atrapalhei os atletas.
O mesmo
cara passou com o filho e citou Guia do Espectador (disponível no site dos
Jogos), argumento que eu tinha apresentado para justificar seu barulho, como
meio de proibir que eu torcesse.
Ao invés
de dar o exemplo para o filho de entender a situação, como se portar num evento
desse tipo e aceitar quando está equivocado, dá procedimento à cultura de
retrucar, que só a verdade dele é a correta e que para 'ganhar' uma discussão
basta igualar com um argumento já apresentado numa situação que lhe favoreça.
Assim
vamos construindo o país e uma cultura esportiva baseada nos nossos bons
costumes.

 
 

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