O Brasil vem se especializando em dar vexames para aqueles remanescentes torcedores que ainda têm alguma esperança, exercem alguma torcida para uma equipe que cada vez é mais ridícula. Recentemente, foi divulgada uma pesquisa em que mais de 85% da população não se importa ou pouco dá relevância para a Seleção, seja em qualquer faixa etária, condição social ou escolaridade.
A eliminação mais recente para o Peru, na mais inútil das Copas Américas, merece uma reflexão mais profunda do que pensar apenas que foi um gol ilegal de mão que tirou o Brasil da competição, como insiste em defender o, até agora, técnico Dunga.
Primeiro, os fatos dessa competição: uma Copa América em que não vão os melhores jogadores brasileiros, já não daria para pensarmos que seríamos favoritos. Mesmo assim, ao olhar o grupo, com Equador, Peru e Haiti, era para o Brasil atropelar, 9 pontos garantidos, primeira colocação. Não foi o que se viu. Conseguimos um empate chorado com o Equador, depois do juiz não ter validado um gol adversário, em que a bola não saiu e o goleiro Alisson falhou. Isso o Dunga esqueceu, não ressaltou esse fato na coletiva pós-eliminação. Pobre do Haiti que sofreu um terrível e enganoso 7 a 1. Devido às circunstâncias do grupo, o Brasil podia empatar para se classificar como primeiro. Jogou apenas para isso. Quando já estava 1 a 0 para o Peru, Dunga tinha oportunidade de fazer algumas alterações para tentar dar mais dinamismo, trazer novas opções. Teve coragem de dizer que não as fez porque o time estava encaixado. Encaixado? O goleiro peruano não tinha feito sequer uma defesa difícil, como poderia estar encaixado? Estava encaixotado, isso sim. O gol foi irregular, mas essa mão é mais simbólica do que apenas o gol de Ruidíaz.
É o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que não pode por o pé para fora do país que será preso como foi José Maria Marin, seu antecessor, mas continua roubando por aqui como se nada estivesse acontecendo e ninguém fala nada. São os empresários que dominam o futebol, fatiam valores econômicos dos jogadores, fazem com que sejam escalados na Seleção para serem vendidos e fazem os clubes reféns de seus interesses financeiros. É a falta de estrutura e vontade dos clubes de se organizarem em prol de um objetivo comum de crescimento. É a safadeza de quem faz peneiras nos clubes, que para "dar uma olhada" num possível talento cobra propina e desperdiça a chance de revelar alguém que poderia representar mais Neymares atuando em campos nacionais. É a indicação de um técnico que não teve carreira nem venceu nada como treinador e convoca jogadores para não serem utilizados em uma hora crítica. Que Boston de eliminação (com o perdão do trocadilho)!
Soma-se à desorganização do campeonato nacional, ocorrendo simultaneamente. Hoje, tenho certeza que Corinthians, Santos, São Paulo e Grêmio estão comemorando mais o retorno de seus jogadores Elias, Lucas Lima, Gabigol, Ganso, Rodrigo Caio, Walace e Marcelo Grohe do que lamentando a precoce eliminação brasileira.
O vexame é ainda maior ao saber que, em 100 anos de competição, essa foi apenas a segunda vez que o Brasil foi eliminado na primeira fase, fato que não ocorria desde 1987, que não era eliminado de uma competição oficial nessa fase desde 2003, não perdia para o Peru há 31 anos.
E o que será do futuro? Depois de Alemanha e seu 7 x 1, de Paraguai e sua eliminação nos pênaltis e de Peru e seu gol de mão, o que pode vir? Tem os Jogos Olímpicos e a busca ao ouro. Primeiro, quem será o técnico? Segundo, vem novo vexame com Neymar presente desta vez?

 
 

2 comentários:
Vexame em Olimpíadas foi em 2012, quando fomos derrotados pelo México num lance vergonhoso do Daniel Alves, que pra mim, nunca jogou bem em seleção. Abçs.
Entendo o que quer dizer. De fato, o jogo em si foi uma atuação pífia. Mas há ressalvas com Seleção olímpica. São jogadores com menor experiência, num torneio curto e que estavam numa final. Se pensarmos positivamente, pelo menos chegou, não foi eliminada no meio do caminho. Tem uma questão que acredito que a CBF nunca ligou para o ouro olímpico, nunca houve uma cobrança dos times que não conquistaram. Para mim, vexames em Olimpíadas foram em Atlanta/96 e Sydney/2000, em que perdemos de forma inacreditável para Nigéria e Camarões.
De qualquer forma, agradeço por contribuir com a discussão com seu comentário.
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