La mano de la desclasificación

Publicado  segunda-feira, 13 de junho de 2016


O Brasil vem se especializando em dar vexames para aqueles remanescentes torcedores que ainda têm alguma esperança, exercem alguma torcida para uma equipe que cada vez é mais ridícula. Recentemente, foi divulgada uma pesquisa em que mais de 85% da população não se importa ou pouco dá relevância para a Seleção, seja em qualquer faixa etária, condição social ou escolaridade.
A eliminação mais recente para o Peru, na mais inútil das Copas Américas, merece uma reflexão mais profunda do que pensar apenas que foi um gol ilegal de mão que tirou o Brasil da competição, como insiste em defender o, até agora, técnico Dunga.
Primeiro, os fatos dessa competição: uma Copa América em que não vão os melhores jogadores brasileiros, já não daria para pensarmos que seríamos favoritos. Mesmo assim, ao olhar o grupo, com Equador, Peru e Haiti, era para o Brasil atropelar, 9 pontos garantidos, primeira colocação. Não foi o que se viu. Conseguimos um empate chorado com o Equador, depois do juiz não ter validado um gol adversário, em que a bola não saiu e o goleiro Alisson falhou. Isso o Dunga esqueceu, não ressaltou esse fato na coletiva pós-eliminação. Pobre do Haiti que sofreu um terrível e enganoso 7 a 1. Devido às circunstâncias do grupo, o Brasil podia empatar para se classificar como primeiro. Jogou apenas para isso. Quando já estava 1 a 0 para o Peru, Dunga tinha oportunidade de fazer algumas alterações para tentar dar mais dinamismo, trazer novas opções. Teve coragem de dizer que não as fez porque o time estava encaixado. Encaixado? O goleiro peruano não tinha feito sequer uma defesa difícil, como poderia estar encaixado? Estava encaixotado, isso sim. O gol foi irregular, mas essa mão é mais simbólica do que apenas o gol de Ruidíaz.
É o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que não pode por o pé para fora do país que será preso como foi José Maria Marin, seu antecessor, mas continua roubando por aqui como se nada estivesse acontecendo e ninguém fala nada. São os empresários que dominam o futebol, fatiam valores econômicos dos jogadores, fazem com que sejam escalados na Seleção para serem vendidos e fazem os clubes reféns de seus interesses financeiros. É a falta de estrutura e vontade dos clubes de se organizarem em prol de um objetivo comum de crescimento. É a safadeza de quem faz peneiras nos clubes, que para "dar uma olhada" num possível talento cobra propina e desperdiça a chance de revelar alguém que poderia representar mais Neymares atuando em campos nacionais. É a indicação de um técnico que não teve carreira nem venceu nada como treinador e convoca jogadores para não serem utilizados em uma hora crítica. Que Boston de eliminação (com o perdão do trocadilho)!
Soma-se à desorganização do campeonato nacional, ocorrendo simultaneamente. Hoje, tenho certeza que Corinthians, Santos, São Paulo e Grêmio estão comemorando mais o retorno de seus jogadores Elias, Lucas Lima, Gabigol, Ganso, Rodrigo Caio, Walace e Marcelo Grohe do que lamentando a precoce eliminação brasileira.
O vexame é ainda maior ao saber que, em 100 anos de competição, essa foi apenas a segunda vez que o Brasil foi eliminado na primeira fase, fato que não ocorria desde 1987, que não era eliminado de uma competição oficial nessa fase desde 2003, não perdia para o Peru há 31 anos.
E o que será do futuro? Depois de Alemanha e seu 7 x 1, de Paraguai e sua eliminação nos pênaltis e de Peru e seu gol de mão, o que pode vir? Tem os Jogos Olímpicos e a busca ao ouro. Primeiro, quem será o técnico? Segundo, vem novo vexame com Neymar presente desta vez?

2 comentários:

Anônimo disse...

Vexame em Olimpíadas foi em 2012, quando fomos derrotados pelo México num lance vergonhoso do Daniel Alves, que pra mim, nunca jogou bem em seleção. Abçs.

Juvenal Dias disse...

Entendo o que quer dizer. De fato, o jogo em si foi uma atuação pífia. Mas há ressalvas com Seleção olímpica. São jogadores com menor experiência, num torneio curto e que estavam numa final. Se pensarmos positivamente, pelo menos chegou, não foi eliminada no meio do caminho. Tem uma questão que acredito que a CBF nunca ligou para o ouro olímpico, nunca houve uma cobrança dos times que não conquistaram. Para mim, vexames em Olimpíadas foram em Atlanta/96 e Sydney/2000, em que perdemos de forma inacreditável para Nigéria e Camarões.
De qualquer forma, agradeço por contribuir com a discussão com seu comentário.