Um clube que nasceu para ser grande

Publicado  quarta-feira, 30 de novembro de 2016



O futebol deve ser a maior invenção da humanidade, capaz de provocar as mais diversas reações, separa amigos por uma rivalidade, une povos em busca de um ideal, para guerras, cria heróis e vilões, iguala as pessoas dentro de um campo com o simples objetivo de empurrar uma bola para dentro de uma meta. Por conta disso, tomamos partido e adotamos um lado para torcer como se fosse o certo, o bom e todo adversário é o lado mal.
O jornalismo, seja qual vertente for, mas principalmente o esportivo (o qual me vejo inserido há mais de seis anos) tem a questão da isenção, da imparcialidade. Então, por mais que haja o lado torcedor, o lado profissional prevalece e é usado para contar histórias e mostrar personagens.
Frequentemente esses dois mundos se entrelaçam. Dessa forma, estava o voo que levava profissionais da Associação Chapecoense de Futebol e do jornalismo para realizar seus respectivos trabalhos. Infelizmente suas jornadas foram encerradas. Mais que isso, 76 mortes de seres humanos, de pessoas que tinham projetos e sonhos, que deixam famílias desamparadas.
Todas e quaisquer homenagens são ínfimas perto da maior tragédia esportiva de todos os tempos, mas são muito válidas para buscarmos suporte e seguirmos em frente, principalmente para trazer algum conforto, trazer o lado mais humano e solidário que existe em cada um para aqueles que foram mais diretamente afetados.
Mesmo assim, não há como não se comover com a trajetória de um clube como a Chapecoense. Um clube que nasceu há 43 anos, cresceu, se estruturou para subir das divisões inferiores para até se manter na elite nacional, disputar títulos. É destinado a ser um dos grandes, um gigante. Um exemplo de boa administração, que luta pelos caminhos corretos para ascender e ganhar o devido reconhecimento. Todo trabalhador que batalha pelo seu sustento se identifica com essa luta. Todo brasileiro que acompanha minimamente o futebol torcia pelo seu sucesso na inédita final que protagonizaria no campeonato interclubes sul-americano contra o Atlético Nacional de Medellín. Os relatos só entristecem mais o que ocorreu, principalmente daqueles que não puderam ir por algum motivo. Mais doloroso será quando ouvirmos àqueles que sobreviveram.
Se há um lado bonito é saber como a globalização pode ajudar a transmitir mensagens positivas de todas as partes, de todos os continentes, de outras modalidades esportivas, de outras esferas sociais, como foi as palavras vindas de um líder religioso como o Papa Francisco.
Mais do que um troféu que os comandados de Caio Júnior poderiam ganhar, a Chape conquistou o maior feito que é possível, o respeito, o reconhecimento, a notoriedade mundial. O mundo ficou pequeno para a grandiosidade que esse clube representa.
Quis o destino que seu último jogo fosse contra o Palmeiras, um time que leva as mesmas cores verde e branco que o clube catarinense. Tal partida serviu para decretar o clube paulista pentacampeão do campeonato brasileiro ou eneacampeão nacional, com a derrota dos Guerreiros de Condá. Mas o futebol é tão fantástico que a Chapecoense teria uma chance de marcar seu nome na história da modalidade sendo campeã contra outro time alviverde. No entanto, as imagens vistas em seu estádio são muito mais significativas, seu torcedores tomaram as arquibancadas para entoar gritos de incentivo.
O verde é tida como a cor da esperança e o branco representa a paz. Assim, a entidade Chapecoense representa uma nova página do esporte, que traga mais união não apenas no momento de dor aguda, mas também nos futuros encontros esportivos entre outros clubes. Representa também a esperança de reconstrução de sua bonita e vitoriosa história. Que o vice presidente Ivan Tozzo e outros dois dirigentes que não viajaram continuem a mostrar sua competência para, agora, reerguer esse time que mora em nossos corações. Que a vida dos familiares e amigos de todos os profissionais envolvidos nessa tragédia possa retomar uma rotina, mesmo que com um vazio, o mais breve possível.
Hoje estou muito triste com tudo o que vi e com o que aconteceu. Chorei muito e ainda choro. Chorei assim com a morte do Ayrton Senna, acho que ainda chorarei por muito tempo e por outras ocasiões nesse meio. Não há como ficar indiferente.
Sendo jornalista, tenho profunda admiração aos 21 colegas de profissão que, por muitas vezes, abdicaram de um conforto familiar para levar um fato noticiável, tiveram que trabalhar em seguidos plantões, como exige o ofício. Me espelho nas histórias de vida deles para seguir buscando ser um profissional melhor, uma pessoa melhor. Uso o que acredito ter de melhor, as palavras desse texto, para deixar minha homenagem a tudo isso que ocorreu nesse fatídico dia 29 de novembro de 2016.

Conheça a modalidade - Canoagem Paralímpica

Publicado  terça-feira, 6 de setembro de 2016

A modalidade que venho trazer agora é a CANOAGEM PARALÍMPICA, ou Paracanoagem.

Apesar da canoagem não ser uma prática nova, será sua estreia em Jogos Paralímpicos, por isso conta com poucos eventos. Para esta edição apenas haverá competições na canoagem de velocidade.
O primeiro mundial do esporte foi realizado em 2010, na Polônia. Então pouco se pode falar com relação a favoritos e grandes atletas que marcaram seu nome na história.
É praticado nos mesmos moldes da canoagem tradicional, em águas calmas, com boias demarcando as raias e vence quem percorrer os 200 metros no menor tempo. A diferença é que só haverá competições de caiaque, identificado pela letra K, não tem provas de canoa.
A disputa é restrita a atletas com restrição físico-motoras, por ser uma competição recente. Cada embarcação tem adaptações conforme as habilidades funcionais dos canoístas.
Os atletas são divididos em classes de acordo com a deficiência física e a capacidade de usar braços, tronco e pernas nas remadas.

Classificação:
KL1 - destinada a atletas que só utilizam os braços, com pouco ou nenhum movimento do tronco e nenhum de pernas.
KL2- destinada a atletas que utilizam os braços e parcialmente o troco, com pouco ou nenhum movimento de pernas.
KL3 - destinada a atletas que utilizam os braços, uso completo do tronco e parcial ou completamente de pernas/próteses.

As provas:
K1 200 metros -KL1 (M/F)
K1 200 metros -KL2 (M/F)
K1 200 metros -KL3 (M/F)

Serão 18 medalhas em disputa por 30 atletas de cada gênero, 10 em cada categoria.
O sistema de disputa é interessante porque serão baterias em confronto direto. Dois a dois os atletas competem, quem vencer vai à final, os cinco perdedores disputam uma repescagem, Os três primeiros avançam para a final.

Destaques
O Alemão Tom Kierey venceu o campeonato mundial nos últimos dois anos na classificação KL3, pode ser o primeiro campeão paralímpico da categoria.
Mesma situação vive a britânica Emma Wiggs na classicação KL2.

Brasileiros
Luis pode ajudar o Brasil a ficar no
Top 5 do quadro geral de medalhas
Luis Carlos Cardoso da Silva é o principal representante brasileiro, já foi campeão mundial na KL1 em 2015 e ficou em terceiro ano passado.
Mas não é só ele que tem chances de medalha. Teremos mais dois representantes de cada gênero nas categorias KL2 e KL3. Débora Benivides já foi bronze em 2015, na KL2.

Onde e quando ocorre
As competições ocorrem no Estádio da Lagoa Rodrigo de Freitas, com as eliminatórias dia 14 e as finais dia 15 de setembro.

A próxima modalidade será o Ciclismo de Estrada.

Conheça a modalidade - Bocha

Publicado  quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A modalidade que venho trazer agora é a BOCHA.

O esporte bocha tem suas origens divididas entre a Grécia e o Egito Antigos, com os praticantes lançando pedras para se aproximar de uma outra pedra demarcada. Na Itália, no século XVI, o esporte sofreu algumas alterações e passou a ser disseminado pelo mundo.
É uma modalidade que combina precisão com controle de força. É um jogo de estratégia entre tirar as peças do adversário e posicionar as suas.
A versão adaptada começou a ser praticada na década de 1970. Antes de ingressar no programa paralímpico com esse nome, jogava-se uma versão na grama chamada Lawn Bowls, que inclusive foi nela que o Brasil ganhou a primeira medalha, nos jogos de Heidelberg/1972.
A bocha mesmo entrou nos jogos de Nova Iorque/Stoke Mandeville/1984. Em Atlata/1996 começaram as disputas em duplas e por equipes.
O Brasil já conquistou 5 ouros e 2 bronzes na modalidade.
O Comitê Paralímpico Brasileiro divulgou um vídeo de como se pratica o esporte. Veja aqui.
Praticada por atletas com alto grau de paralisia cerebral ou deficiências severas (como distrofia muscular ou tetraplegia). Os jogadores com paralisia são classificados como CP1 ou CP2. Tanto eles como aqueles que possuem deficiência são incluídos em quatro classes, dependendo da classificação funcional:

BC1: Pode haver tanto arremessadores CP1 como jogadores CP2. São atletas que podem competir com auxílio de outra pessoa, que podem estabilizar ou ajustar a cadeira para o lançamento e entregar a bola para o jogador, mas devem permanecer fora da área de jogo.
BC2: São arremessadores CP2. São atletas que podem movimentar suas cadeiras sem ajuda, então são impedidos de receber assistência.
BC3: Jogadores com deficiências muito severas, que utilizam um dispositivo auxiliar e podem ser ajudados. A pessoa que ajuda permanece na área de jogo, mas de costas para os juízes e evitando olhar para o jogo.
BC4: São jogadores com deficiências severas, mas que não podem receber auxílio.

Quadra de Bocha
A dinâmica do jogo consiste em ends que os atletas devem arremessar bolas vermelhas ou azuis o mais próximo possível da bola-alvo (jack ou bolim) que é branca. Vence quem somar o maior número de pontos. É permitido arremessar com as mãos, os pés ou instrumentos auxiliares (em caso de maior comprometimento dos membros). São seis bolas arremessadas por end. Nas partidas de simples e duplas são 4 ends, por equipes são 6 ends.
São sete eventos, todos mistos, que distribuem 21 medalhas:
  • Individual BC1
  • Individual BC2
  • Individual BC3
  • Individual BC4
  • Equipes BC1/BC2
  • Duplas BC3
  • Duplas BC4


Curiosidades
A área de jogo é constituída de 6 metros de largura por 12,5 metros de comprimento, sendo que 2,5 metros são destinados a área de lançamento e a bola deve estar a, no mínimo, 1,5 metro de distância no centro ou 3 metros nas laterais;
Quem joga com as bolas de cor vermelha inicia a rodada, portanto quem joga com as azuis tem a jogada decisiva.

Destaques
Os asiáticos tem bastante força, principalmente a Coreia do Sul. Os países ibéricos também frequentemente conquistam medalhas no esporte.

Brasileiros
Bicampeão Dirceu
Os atletas nacionais tem boas chances de medalhas, principalmente Dirceu Pinto que é atual bicampeão na categoria BC4 tanto no individual como em duplas ao lado de Elizeu dos Santos. Vai tentar o tri agora no Rio.

Onde e quando ocorre
A Arena Carioca 2 será o palco das disputas, que ocorrerão do dia 10 ao dia 16 de setembro.

A próxima modalidade que trarei é a estreante Canoagem de Velocidade.

Conheça a modalidade - Basquetebol em Cadeiras de Rodas

Publicado  terça-feira, 30 de agosto de 2016

A segunda modalidade, conforme ordem alfabética, é o BASQUETEBOL EM CADEIRAS DE RODAS.

Talvez boa parte desses esportes tenha uma origem parecida. Este basquete surgiu nos Estados Unidos como forma de reabilitação para soldados veteranos da 2ª Guerra Mundial, em 1946. Ao mesmo tempo, em Stoke Mandeville, na Inglaterra, era praticado o netball, uma versão mais antiga da modalidade com o mesmo objetivo de reintegração social.
É um esporte praticado apenas por pessoas com deficiência físico-motora.
Teve sua estreia nos Jogos de Roma/1960, portanto está desde a primeira edição. As mulheres passaram a competir a partir de Tel Aviv/1968.
Segue as mesmas regras do basquete convencional, no que diz respeito às dimensões da quadra (28x15 m), número de jogadores em quadra (5 de cada lado), tempo de posse de bola por ataque (24 segundos), altura da cesta (3,05m) e tempo de jogo (4 quartos de 10 minutos cada).
Assim como um atleta tem que quicar a bola enquanto anda, na modalidade adaptada, a cada dois impulsos na cadeira é preciso quicar, passar ou arremessar a bola.
São 12 equipes no masculino e 10 no feminino disputando as seis medalhas que estarão em jogo.
O Brasil nunca ganhou medalha na modalidade, apesar de ser um esporte bastante praticado dentre os deficientes no país.

Seleções que disputam a competição:
Masculino - Alemanha, Argélia, Austrália, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Japão e Turquia;
Feminino - Alemanha, Argélia, Argentina, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França. Grã-Bretanha e Holanda.

Curiosidades
Há uma classificação funcional dos atletas, conforme o comprometimento físico-motor de cada jogador, em uma escada de 1 a 4,5, variando de 0,5 em 0,5. Quanto maior a deficiência, menor a classe. A soma dos cinco jogadores em quadra não pode ultrapassar 14;
Para assegurar uma competição justa, os atletas utilizam cadeiras de medidas padronizadas de rodas, diâmetro de pneu e alturas do assento e apoio para os pés. É permitido que o jogador utilize uma almofada no assento de até 10 cm de espessura, assim como o uso de faixas para prender juntas as pernas ou fixar o atleta na cadeira;
O simples contato entre cadeiras não é considerado falta pela arbitragem, é julgado a intenção de colisão.

Destaques
Diferentemente do convencional, aqui os Estados Unidos não possuem uma hegemonia. Nas duas últimas edições, Canadá e Austrália se revezaram nos dois lugares mais altos do pódio masculino.
A Alemanha tem um time forte no feminino, sendo as atuais campeãs.

Brasileiros
Esperamos que os dois times brasileiros possam se contagiar com a empolgação da torcida e possam fazer uma ótima campanha, quem sabe até conquistando uma inédita medalha.

Onde e quando ocorre
Serão dois locais para abranger às competições: Arena Carioca 1 e Arena Olímpica do Rio.
Ocupa quase toda extensão dos jogos, do dia 08 ao dia 17 de setembro,

O próximo esporte que vou trazer será a Bocha.

Conheça a modalidade - Atletismo Paralímpico

Publicado  segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Dando continuidade à apresentação das modalidades que fazem parte do programa olímpico, começo a segunda parte do projeto, trazendo agora os esportes paralímpicos. São 23 esportes praticados por atletas que possuem alguma deficiência física ou intelectual. Mas não pense em coitadismo ou que eles têm que se esforçar mais do que pessoas com condições plenas. Eles são esportistas, treinam o mesmo tanto que qualquer atleta de alto rendimento, quando caem da cadeira que estão sentados faz parte da dificuldade do esporte, como há obstáculos em qualquer modalidade olímpica que devem ser superados. A única diferença é que aprenderam um esporte de forma distinta do que é praticado convencionalmente e desenvolveram as habilidades necessárias para isso.
Faltam apenas 9 dias para início dos jogos, vou correr para apresentar todas as modalidades. A primeira da qual falarei é o ATLETISMO PARALÍMPICO.

A primeira corrida oficial foi em 1952, na Inglaterra, como parte dos Stoke Mandeville Games, organizada para veteranos da 2ª Guerra Mundial, praticada em cadeiras de rodas.
Está presente nos Jogos desde sua primeira edição, em Roma/1960. É considerada a maior disciplina do programa paralímpico, atualmente são 177 eventos, responsável por 531 medalhas, divididas em eventos de pista, campo e rua e praticados por deficientes visuais, físicos ou intelectuais.
O Brasil já possui 32 ouros, 50 pratas e 30 bronzes na modalidade.

Eventos
100m rasos (M/F)
200m rasos (M/F)
400m rasos (M/F)
800m rasos (M/F)
1.500m rasos (M/F)
5.000m rasos (M/F)
Revezamento 4x100m (M/F)
Revezamento 4x400m (M/F)
Arremesso de bastão (M/F)
Arremesso de peso (M/F)
Lançamento de disco (M/F)
Lançamento de dardo (M/F)
Salto em distância (M/F)
Salto em altura (M)
Maratona T12 (T11/T12 - M/F), T46 (T45/T46 - M) e T54 (T52/T53/T54 - M/F)

Para dar condições dos atletas competirem contra outros que possuam o mesmo tipo de deficiência e, portanto, em condições igualitárias, eles foram divididos em categorias. Essa classificação dá nome às provas.
Primeiramente, separa-se em provas de campo - F (field) ou pista - T (track).
Depois, há a numeração que determina a limitação:
  • 11 a 13 - deficientes visuais
  • 20 - deficientes intelectuais
  • 31 a 34 - paralisia cerebral (cadeirantes)
  • 35 a 38 - paralisia cerebral (andantes)
  • 40 - anões
  • 41 a 47 - amputados e outros (les autres)
  • 51 a 57 - competem em cadeiras de rodas (sequelas de poliomielite, lesões musculares e amputações)


Podemos encontrar provas do tipo F33 Arremesso de dardo ou T12 400m rasos, por exemplo. No entanto, não encontrei informação se todas as numerações podem competir em todo tipo de evento.

Curiosidades
Nas provas para os deficientes visuais, é permitido o auxílio de um atleta-guia, que corre ao lado do atleta. Eles permanecem ligados por meio de uma corda nas mãos. O guia deve apenas orientar a direção da corrida, não pode passar a frente e puxar o corredor deficiente. Ele também ganha medalha caso a dupla chegue ao pódio;
O sul-africano Oscar Pistorius, biamputado, foi o primeiro atleta paralímpico a disputar uma Olimpíada em condições de igualdade com atletas sem deficiência. Em Londres/2012 chegou à semifinal dos 400m rasos e à final dos 4x400m com a equipe da África do Sul.


Destaques
Como são muitas provas e muitos nomes vencedores é um pouco mais difícil escolher o destaque. Deixo aqui dois nomes que devem ser atração: O irlandês Jason Smyth é atual bicampeão paralímpico no T13 100 e 200 metros e detentor dos recordes mundiais dessas provas; e a chinesa Ping Liu, atual campeã paralímpica no T35 100 e 200 metros.


Brasileiros
A multicampeã Terezinha Guilhermina
correrá com um atleta-guia
Serão 61 representantes nacionais nos jogos. Há alguns já conhecidos. O corredor Yohansson Nascimento foi outro no T46 200 metros e prata no T46 400 metros na última edição. Vem novamente tentar pódios.
O nome mais conhecido de todos é o de Terezinha Guilhermina, já acumula 6 medalhas desde Atenas/2004 e é atual campeã no T11 100 metros e bicampeã no T11 200 metros. É nome garantido de medalha.

Não foi encontrado quadro de medalhas separados por modalidades dos Jogos Paralímpicos, então não haverá este segmento nas demais apresentações.

Onde e quando ocorre
Todas as competições serão no Estádio Olímpico (Engenhão), com exceção das maratonas que ocorrem nas ruas e chegam no Forte de Copacabana.
Do dia 08 ao 17 de setembro ocorrem todas as provas, só as maratonas que são dia 18.

A próxima modalidade será o Basquetebol em Cadeiras de Rodas.

Coluna Torcedor Olímpico - A realização do meu sonho olímpico

Publicado  sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Esta foi a décima e última publicada no jornal, saiu dia 22.

No decorrer da vida, desenvolvemos afinidades com certas áreas culturais, uns vão mais para música, outros para literatura, pintura, tem quem goste da política, se sinta confortável na economia. Eu sempre tive muitas referências esportivas ao meu lado. Por isso, naturalmente, busquei esse caminho para minha vida. Durante meu desenvolvimento como pessoa e como jornalista, pude acompanhar pela televisão algumas edições de Olimpíada. Esse evento acaba se tornando um sonho, uma vontade de acompanhar de perto. Nunca poderia imaginar que um dia, além de presenciar isso tão de perto, trabalharia, faria parte de uma cobertura esportiva. O sentimento é o melhor possível. É uma realização pessoal e profissional.
Vi eventos que jamais imaginaria acompanhar. No golfe, vi o campeão olímpico dar suas tacadas a menos de três metros de distância. Vi badminton e suas rápidas raquetadas. Vi o ‘tilintar’ das espadas se tocando na esgrima. Andei bastante em diversos pontos da pista de ciclismo mountain bike para ver as atletas em seu esforço. O hóquei sobre grama foi extremamente divertido de assistir, com a bola correndo sobre a grama molhada.  Havia a força explosiva e fantástica do levantamento de peso.
Também tive oportunidade de acompanhar outros esportes mais conhecidos e mais comuns de se assistir. A emoção envolvida no basquete. A animação do vôlei de quadra e de praia. A empolgação do atletismo. O entusiasmo da natação.
Os feitos incríveis ou atletas formidáveis também entram na lista. Vi Bolt na eliminatória dos 200m, vi Phelps ganhar seu primeiro ouro no Rio com o revezamento 4x100m, vi Angelique Kerber e mal sabia que se tornaria campeã olímpica. Nessa história também vi brasileiros, como Isaquias Queiroz na eliminatória do C2 1.000m, vi as meninas do vôlei passearem na primeira fase, vi Yane Marques se esforçar muito no pentatlo moderno, vi a derrota da dupla Bruno Soares e Marcelo Melo, a única medalha brasileira que vi foi com a judoca Mayra Aguiar, um suado bronze.
Escutei hinos diversos, americano, britânico, georgiano, sueco e até o argentino. Infelizmente não ouvi o brasileiro, só vi pela televisão nos ouros da Rafaela Silva, no futebol e no vôlei de praia e, depois, de quadra masculinos.
Vivi o sonho olímpico, vivi fortes emoções. Hoje me despeço desse projeto com muita alegria e muito emocionado por fazer parte da Olimpíada. Do Lance! ter acreditado e dado essa oportunidade. Muito obrigado e um abraço a todos.

Coluna Torcedor Olímpico - O que funcionou ou não para o torcedor

Publicado  quinta-feira, 25 de agosto de 2016

No dia 21 foi publicada a nona e penúltima coluna.

Com o último dia de competições, é uma boa hora rever tudo o que passou, recordar as experiências vividas, os personagens que surgiram e as histórias que foram contadas de diversas perspectivas. Nesta coluna, trago um balanço de alguns aspectos envolvidos na realização dos Jogos voltados ao público que veio assistir.
Arenas olímpicas: estive em boa parte dos locais de competição, Arena do Futuro, Quadra 1 do Centro Olímpico de Tênis, Arena Carioca 1, 2 e 3, Pavilhões 2, 3, 4 e 6 do Riocentro, Maracanãzinho, Lagoa Rodrigo de Freitas, Marina da Glória, Estádio Olímpico Aquático, instalações de Deodoro, Sambódromo, Copacabana. Todas confortáveis e funcionais, com ótima visão para os eventos, fácil circulação interna, devidamente sinalizadas. As filas para entrar foram distribuídas, de forma que houvesse um fluxo contínuo e rápido. Não há o que reclamar do dinheiro que foi investido nessas construções.
Alimentação: este talvez tenha sido o aspecto mais deixou a desejar, já que foi oferecido poucas opções, quase nada nutritivas e caras, tanto para comer ou beber, o que não condiz com uma vida saudável que o esporte prega. Conversei com diversos espectadores que lamentaram não ter mais variedade. Outro ponto foi a demora em filas para obter alimentos e bebidas nas instalações, por vezes faltava determinado produto e as pessoas eram obrigadas a esperar um longo período.
Banheiros: ponto positivo para a organização. Fez-se um esforço enorme para mantê-los limpos, sempre com papel, água na torneira e sabonete líquido. Não formava tanta fila, já que havia diversas cabines próximas.
Transporte: mesmo quem não vive no Rio deu para perceber o quanto melhorou nesse aspecto, a mobilidade por trem, metrô, BRT e VLT está ótima, apesar de grandes distâncias e, portanto, grande tempo gasto com deslocamentos. O pecado está nas orientações desencontradas entre funcionários destes meios, com informações de voluntários. Com o passar do tempo, me acostumei com os caminhos e acabava dando auxílio a quem estava em dúvida por onde ir, como chegar ou o que fazer ao desembarcar.
Voluntários: cumpriram seu papel, orientando e animando os torcedores, sempre educados e solícitos, mesmo não estando em sua área de trabalho.
Assim, o saldo é extremamente positivo para quem estava nas arquibancadas. Ocorreram alguns problemas, o que é normal num evento dessa grandiosidade, mas nada que tirasse a diversão de acompanhar ao maior evento esportivo do planeta. Aqui no Rio, a torcida fez com que o espetáculo ficasse ainda melhor.

Coluna Torcedor Olímpico - Quero o copo, as moedas e as garrafas

Publicado  quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Na sequência de colunas, essa foi a oitava, publicada dia 19.


A Olimpíada é algo que transcende a experiência de acompanhar um evento esportivo, envolve muitas sensações, lhe proporciona muitas lembranças boas, talvez algumas não tão boas assim e cria uma necessidade de consumo que até faz esquecer a crise econômica que o país vive.
Queira ou não, parte das memórias se dá pelo que você consome ou deixa de consumir nas imediações das instalações olímpicas. E é impressionante a diversidade de produtos que são disponibilizados nesses tipos de eventos. A tentação de comprar é grande, mas precisa ser ponderado, já que nada é barato comparado com a vida normal de consumo.
Tem certos produtos que viralizam e você quer colecionar. Assim são com os copos plásticos de cerveja que são comercializados com menos de meio litro do líquido a R$ 13,00. O diferencial do copo é que, além de resistente, tem estampado uma das modalidades. Passando os dias, acumula-se alguns e pronto, quer todos. Estou nessa saga, mas o problema maior é que não bebo cerveja, compro e pouco consumo. É um dilema, já que não vendem apenas o copo e ninguém quer doar, virou uma espécie de prêmio, de medalha para os torcedores. Já sei que não conseguirei obter os 42 copos distintos, mas se tiver alguém com bondade no coração e algum repetido, aceito a doação.
Outra coisa que é uma febre, mas não é comercializado e sim implorado como troco, são as moedas de um real especiais com cada modalidade. Obtive algumas dessas, mas não tenho a pretensão de colecionar e deixar de circular quase 50 reais em moedas. De qualquer forma, tem sido difícil de encontrar com os revendedores de sorvete ou outros alimentos comercializados apenas com dinheiro vivo.
No Centro Olímpico da Barra, há uma área de experiências proporcionadas pelos patrocinadores. Na tenda do refrigerante, fornecem uma garrafa de metal com um pouco do produto. A garrafa também tem a temática dos esportes. Também não bebo refrigerante, então peguei apenas uma para recordação.
Minha cota de consumo já acabou com uma camisa e um pin dos produtos oficiais. O resto só fotos e vídeos que tenho registrado. No fundo, é o mais importante.

Coluna Torcedor Olímpico - O dia que não teve torcida

Publicado  terça-feira, 23 de agosto de 2016

Esta foi a sétima coluna publicada no jornal, no dia 18.

A rotina de ir todos os dias a um ou mais eventos torcer, vibrar ou simplesmente acompanhar e se surpreender com cada modalidade é realmente algo fascinante. Encontro com pessoas que ainda estão chegando para assistir alguma prova pela primeira vez e outras tantas que já viram uns esportes, mas já têm que voltar para suas casas, suas cidades ou países. Não vi, no entanto, ninguém que tenha se proposto a fazer o mesmo que tenho feito de ir todos os dias à competições.
Mas ontem nem eu consegui torcer, não pense que foi por cansaço. Tive azar do tempo não colaborar. Fui ver regata de vela na Marina da Glória e não havia vento para a disputa. Todos os espectadores ficaram aguardando por horas até a organização decidir pelo adiamento. Uma pequena frustração, que poderá ser ressarcida ao entrar em contato com a organização. Então aproveitei para curtir a praia é pegar um sol, afinal se tivesse vindo ao Rio de Janeiro e não pegasse uma praia, é como se não tivesse vindo. Sendo assim, virei turista. Fui visitar o Pão de Açúcar e fazer outros programas.
O que ajudou foi a falta de ingressos com o preço acessível. Ao buscar no site, apenas havia os setores mais caros de poucas modalidades disponíveis, uma vez que as competições vão afunilando e chegando aos momentos mais importantes.
Isso fez com que despertasse aquele sentimento de que os Jogos estão acabando. Há um pouco de alívio, mas bastante aperto, já que está muito melhor do que poderia imaginar. A vontade é de que começasse tudo novamente e ainda tivesse mais duas semanas. Vai passando mais rápido do que me dou conta. É um sinal que estou me divertindo muito e tenho aproveitado ao máximo.
Há, ainda alguns dias de competições para ver, alguns heróis por surgir e algumas histórias por contar. Que possamos vivenciar da melhor maneira possível, como tem sido até agora. Não sabemos quando teremos outra Olimpíada aqui, então continuarei torcendo por todos os atletas aqui já voltando a rotina com os eventos de hoje, porque o espírito olímpico continua vivo.

Coluna Torcedor Olímpico - Vende-se ou doa-se ingressos

Publicado  domingo, 21 de agosto de 2016

Essa foi a sexta coluna, publicada no jornal no dia 16.

É inegável o sucesso dos Jogos do Rio, a aceitação do público é grande. A torcida que comparece tem se divertido bastante. Basta ver que a interação das pessoas nas arenas. Naqueles esportes que é permitido música durante os pontos e que a torcida se manifeste mais vezes todos têm correspondido bem entusiasmados. É um sucesso a câmera do beijo para casais, a câmera da dança com DJ’s agitando e estimulando aos espectadores. Todos demonstram muita alegria como tem sido a entoada dos Jogos como um todo, afinal temos vividos dias bonitos, ensolarados, sem grandes problemas para quem vai acompanhar algum evento, não há motivos para não estar feliz.
Mas isso é para o público que tem comparecido, porque tenho visto constantemente arenas sem sua lotação máxima. Por diversas vezes, tinha ingresso de lugar não marcado e pude escolher um ótimo lugar, por vezes bem perto dos atletas, devido à ausência de pessoas. Mesmo em eventos de lugar marcado, pude mudar e assistir de uma cadeira mais favorável. É uma pena que não tem abrangido um público maior, talvez pelos preços, muito por não ser um período comum de férias.
O fato é que a organização tomou a iniciativa de distribuir ingressos para modalidades que pouco chamam a atenção do público. No último domingo, estava no Centro Olímpico da Barra e duas moças da organização caminhavam com uma caixa cheia de ingressos e simplesmente davam para quem passava. Esportes como tênis de mesa, badminton, levantamento de peso e boxe estavam na lista das modalidades disponíveis. Como dizem, de graça até injeção, peguei ingresso para assistir tênis de mesa num tempo que teria de folga para esta segunda. Vou incentivar quem estiver jogando, sem ter ideia de quem será. Imagino que esse tipo de ação deve ocorrer em todas as edições, sorte minha que posso aumentar a lista de eventos vistos.
Outra coisa que tem sido frequente é a venda de ingressos de eventos que estão prestes a começar por pessoas comuns. Por qualquer que seja o motivo, tem sempre alguém vendendo ingressos interessantes em cima da hora e na porta da arena pelo preço igual ou abaixo, para não ficar com o prejuízo. Dessa forma, na última sexta-feira, estava saindo da esgrima e dois britânicos vendiam uma entrada para ciclismo de pista, evento que queria muito ter comprados, mas que era caro. Peguei todo dinheiro que carregava comigo e troquei. Foi por um valor mais baixo do que o original, mas foi ótimo para as duas partes. Da mesma maneira, no sábado, ia assistir ao vôlei de praia, minha namorada estava junto, mas não tinha conseguido comprar ingresso. Acreditamos na possibilidade e, de fato, havia um gringo vendendo uma entrada justamente para o evento determinado, assim pudemos acompanhar juntos ao espetáculo.

Coluna Torcedor Olímpico - É preciso recarregar as baterias

Publicado  sábado, 20 de agosto de 2016

Aqui segue a quinta coluna publicada no jornal no dia 14:

Ontem completamos metade dos dias de competição dos Jogos Olímpicos. Quanta coisa já passou? Quantas histórias já vimos? Quantos heróis já foram consagrados?
Eu já pude ver modalidades incríveis como o ciclismo de pista, que nem estava no cronograma inicial, mas presenciei a equipe britânica, comandada por Bradley Wiggins, bater duas vezes o recorde mundial da prova de perseguição e consagrar-se bicampeã olímpica. Falando em conquistas, pude ver de perto o ótimo bronze conquistado pela Mayra Aguiar, no judô. Estive na vitória tranquila do Brasil sobre o Japão no vôlei feminino. E estava presente na primeira medalha de Phelps no Rio, no revezamento 4x100 livre.
Vi a torcida brasileira gritar: 'eu sou angolano, com muito orgulho, com muito amor', para apoiar as jogadoras do país contra Montenegro no handebol e a goleira Ba se agigantar, defender demais e colaborar para a segunda vitória da nação no torneio.
Mas também tiveram derrotas, como a do Brasil sobre a Espanha, no hóquei sobre grama, um sonoro 7 a 0. Vi a dupla brasileira favorita no tênis, Marcelo Melo e Bruno Soares serem eliminados por romenos menos conhecidos no circuito e que viriam a ganhar prata. Estava na segunda derrota de Lohanny no torneio de badminton.
Houve ainda aquele esportes que, por não ter brasileiro envolvidos na partida, simplesmente acompanhei para entender melhor a dinâmica. Caso da qualificatória da ginástica artística feminina, do tiro com arco e do boxe. São eventos que não chamam tanto a atenção do público, não lotam arquibancadas, mas são interessantes de se acompanhar. Vi, por exemplo, um nocaute daqueles de cinema, o atleta sofreu três quedas com golpes na ponta do queixo, não tem como não vibrar.
Com glórias ou decepções, uma coisa é certa: tem sido divertido, uma experiência magnífica, mas que não deixa de ser cansativo. Deslocamentos de até duas horas para chegar aos locais de competição, caminhadas, mochila, escadas, sol na cara, frio, programar o dia seguinte, dormir poucas horas, comer alguma coisa no caminho. Não é fácil acompanhar os acontecimentos e resultados.
Por isso, o tempo que há vago, escrevo, faço uma recapitulação de fotos e vídeos que registro. Mas não há nada como o banho e, depois, a cama para recarregar as energias. Afinal, felizmente, há mais uma semana nessa tocada. Cada novo evento é um combustível o que vem pela frente. E todo tempo de descanso se torna valioso.
Confesso que queria postar minhas fotos, acompanhar mais redes sociais, assistir mais eventos in loco ou mesmo pela televisão, porém, quando chega ao final do dia, minha carga de bateria está zerada.
Aliás, outra coisa que não tem aguentado é o celular. Mesmo tendo comprado uma bateria para dar carga extra por um tempo, todos os dias tem sido uma luta para salvar um pouco de carga para uma emergência ao final do caminho.
Então, sigo renovando as energias para essa nova e derradeira semana olímpica. As minhas e a do celular.

Coluna Torcedor Olímpico - A diferença entre torcer e assistir

Publicado  quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Esta foi a quarta coluna que escrevi, ainda na semana passada:

Na última terça-feira, fui assistir partidas de tênis e torcer pela dupla brasileira formada por Marcelo Melo e Bruno Soares. Pude constatar que são ações distintas, quase antagônicas.
Veria o espanhol David Ferrer, a alemã Angelique Kerber, bastante gente que é famosa no circuito mundial e que seria excelente de vê-los em quadra, apresentando o melhor que o esporte poderia mostrar.
Como um amante do tênis, estava desde cedo no Centro Olímpico para não perder um detalhe. Por isso, pude escolher lugar onde assistir, já que não havia acento demarcado. Cada uma das três primeiras partidas, assisti de um ângulo diferente. Assim pude ter perspectivas diferentes da bola ter pingado dentro ou fora de quadra.
Tênis, assim como determinadas modalidades, tem uma etiqueta para acompanhar o andamento do jogo, não atrapalhando os atletas, astros do evento.
Os árbitros cansavam de pedir para que os espectadores sentassem logo. Até aí, aceitável, uma vez que, em outros lugares do mundo também há essas advertências.
Mas a dinâmica do jogo pede silêncio, o público pouco se manifesta durante o ponto, sempre nos intervalos. Na terceira partida, escolhi um lugar que julgava bom, para torcer depois pelos brasileiros. Atrás de mim havia uma família, pai, mãe e filho. Simplesmente não paravam de falar. Aí qualquer um diria: por que não levantei e fui procurar outro lugar, se estava incomodado com a situação?
Mas, sendo crítico e dentro do meu direito de consumidor, pedi com educação que fizessem silêncio. O cara disse que estava sendo inconveniente, mas ficaram quietos. Depois se mudaram.
Veio a partida da dupla brasileira e, com ela, outra atmosfera se formou. Virou jogo de Copa Davis. Quem acompanha, sabe que é diferente partidas assim. O Brasil perdeu, no entanto, estava com minha bandeira na mão, apoiando até o último ponto, mesmo quando já não tinha mais chances. É meu país brigando. Mas não desrespeitei nenhuma conduta do esporte ou atrapalhei os atletas.
O mesmo cara passou com o filho e citou Guia do Espectador (disponível no site dos Jogos), argumento que eu tinha apresentado para justificar seu barulho, como meio de proibir que eu torcesse.
Ao invés de dar o exemplo para o filho de entender a situação, como se portar num evento desse tipo e aceitar quando está equivocado, dá procedimento à cultura de retrucar, que só a verdade dele é a correta e que para 'ganhar' uma discussão basta igualar com um argumento já apresentado numa situação que lhe favoreça.
Assim vamos construindo o país e uma cultura esportiva baseada nos nossos bons costumes.

Coluna Torcedor Olímpico - Meios de transportes não integrados

Publicado  segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Essa foi a terceira coluna publicada no diário Lance!:

Nos últimos dias, fui duas vezes ao Parque Olímpico da Barra. É um lugar muito bonito, chama muito a atenção pelas construções em estilos arquitetônicos ultra modernos, pelo clima de praia e festa que o Rio possuí e por ter tantos eventos ocorrendo ao mesmo tempo e até tarde.
Com isso, tem um problema de logística. É aconselhável chegar de transporte público, até por conta das barreiras feitas por conta de segurança. O melhor transporte é o BRT, que são ônibus que vêm de diversas partes da cidade em vias exclusivas, são relativamente rápidos e confortáveis.
Na ida, tudo é felicidade, empolgação por ver uma nova modalidade, descansado do dia anterior. Mas a volta tem sido um problema, principalmente quando os eventos perduram até depois da meia noite. Foi assim na natação e, mais recente, no handebol.
Muita gente para embarcar. Mas isso se resolve com certa agilidade. A questão principal é a saída do BRT e a necessidade de pegar uma segunda condução. Nas duas vezes, já não havia mais trem ou metrô e o caminho ainda a ser percorrido era longo até o albergue que estou instalado.
Na primeira situação, outro BRT fez, parcialmente, o caminho do metrô, ainda sim fui alertado a descer antes, pois o ponto final, que me deixaria a duas estações, era perigoso. Tive que terminar o trajeto em companhia de transporte particular.
No dia seguinte, fui até a estação de trem que levaria até a linha que uso, mas estava fechada. Peguei uma van não credenciada nem com sinalização, mas que levava trabalhadores de volta de seu árduo dia de trabalho. Fiquei próximo de onde queria, mas ainda tive que pegar táxi, que até a bateria do celular tinha acabado.
Vou chegando conforme as possibilidades. Mas penso em torcedores que vão ver finais que se estendam e não seja viável ficar até a cerimônia de premiação. Há uma estrutura de trabalho dos profissionais que atuam nessa área. Poderia ser reconsiderado durante esses 17 dias de Jogos Olímpicos.

Coluna Torcedor Olímpico - A saga de dois dias ruins

Publicado  sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Dando procedimento às colunas que foram publicadas no Lance!, esta a seguir foi a segunda:

Este final de semana não foi como tão bom como o planejado. A viagem que começou fantástica já teve empecilhos e situações adversas que fazem parte da experiência de todo viajante.
No sábado, quase não assisti ao hóquei sobre grama. É impressionante a falta de coordenação entre a organização do evento e funcionários de estações de trem. A modalidade está em Deodoro. O que é o mais natural? Desembarcar na estação de mesmo nome. Mas não é bem assim que funciona. São três lugares diferentes e cada um precisa de um trem distinto para chegar, em estações seguintes à de Deodoro. Mas ninguém sabia explicar e, obviamente, fui para a direção errada. Tive que recorrer ao táxi para chegar ao local. O problema é que há restrições de transporte em todas as localidades de competição, então, andando vi o oportunismo do brasileiro. Por dez reais, um morador local leva quem estiver passando até a estação certa.
Mesmo assim, para chegar ao local ainda demora mais tempo, pois é preciso dar uma volta grande andando para entrar nas dependências. Quando entra, descobre que o campo está perto da onde o táxi havia passado. E que são duas arenas. Resumindo, ao invés de conseguir assistir duas partidas, vi apenas a segunda metade da última. Para piorar, era Espanha contra Brasil, no masculino. Vi seis gols. O placar foi 7 a 0 para os espanhóis.
O domingo ainda foi mais complicado. Passagem no hospital, com suspeita de alguma das doenças virais que estão sondando o Rio. Por conta disso, cheguei atrasado à Arena Olímpica na Barra para assistir classificatórias da ginástica feminina. Vi apenas duas rotinas das quatro possíveis.
Mas se a vida te dá limões, assista ao Phelps ganhar ouro. Foi o que eu fiz. A ginástica acabou cedo. Como ainda havia alguns eventos ocorrendo no local ao mesmo tempo, decidi comprar um ingresso de última hora, para ver natação, que não estava na minha programação. Quase não consegui comprar, porque a vendedora não via a disponibilidade de ingressos. A maioria dos eventos já tinha acontecido, vi algumas provas, mas pude assistir ao americano Michael Phelps ganhar sua 23ª medalha com a equipe masculina no 4x100m livre. Sinal que a viagem vai melhorar nos próximos dias.

Coluna Torcedor Olímpico - Primeiras impressões emocionantes

Publicado  quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Com a Olimpíada passando, tem sido muito difícil eu parar para escrever e colocar as coisas em ordem. O que tenho conseguido fazer é fotografar e filmar as modalidades que tenho assistido. Preparando um material visual bacana para mostrar. Outro empecilho que estou lidando é com uma infecção viral, pela qual fui afetado e tem atrapalhado minha viagem. Por fim, as distâncias do Centro Olímpico da Barra e de Deodoro, que foram locais onde estive, são bem consideráveis e demandam mais de uma hora e meia de deslocamento, o que implica em pelo menos três horas do dia perdidas.
De qualquer forma, tenho escrito uma coluna no diário Lance, quase todos os dias. Vou postar aqui as colunas na íntegra, algum tempo depois de ter saído no jornal, para quem não teve oportunidade de ler lá e para deixar registrado neste espaço. Aqui está a primeira que foi publicada:

Tive o privilégio de ver a cerimônia de abertura de dentro do Maracanã. Pelo que acompanhei nas redes sociais, deve ter sido muito bonito assistir pela televisão, mas estar lá foi extraordinário.
Muitas vezes, me pegava no exercício de conter as lágrimas que teimavam em cair. Momentos como no Hino Nacional, no discurso entusiasmado de Nuzman, nas músicas País Tropical (à capela), Garota de Ipanema, Aquele Abraço, ao ver as delegações entrando e percebendo como o brasileiro é receptivo com todos os povos, na entrada da delegação brasileira, então. Também quando vimos o estádio se transformar em aeroporto e na Marquês de Sapucaí. Mas não houve maior comoção do que ver Vanderlei ascendendo a pira olímpica.
Emoção não faltou durante toda a festa. Mostramos que, apesar de termos problemas, sabemos fazer uma festa como ninguém e não precisamos de tantos recursos, basta nossa alegria, basta sermos brasileiros. A torcida interagiu muito bem com espetáculo, aplaudia, cantava. Tenho certeza que quem saiu de lá, ao final, se sentiu orgulhoso de ser brasileiro e fazer parte da história, que não poderia ter escolhido lugar melhor para estar e que, mesmo com o preço elevado do ingresso, valeu cada centavo.
O preço, aliás, fez com que as arquibancadas não ficassem lotadas, eu estava no setor mais caro e vi diversas cadeiras que ficaram desocupadas. Claramente a organização errou nesse aspecto. O brasileiro, mesmo aquele que tem condições de gastar, não se submeteu a loucuras para estar presente. É um detalhe que não é mostrado, mas que deixa um pouco menos alegre.
Outra questão foi a estrutura alimentar do local. Durante a entrada dos atletas, fui comer alguma coisa, mas, além de ter filas demoradas, vire e mexe acabava os alimentos e demorava um tempo considerável para ser reposto, causando um constrangimento tanto dos vendedores como de quem estava com fome.
Falando em filas, ao chegar e tentar entrar no estádio, me deparei com um aspecto de tumulto e muitas pessoas confusas, sem a devida orientação de onde cada um deveria entrar.
Nada disso, porém, tirou o brilho do espetáculo que foi a cerimônia. Terminei completamente emocionado com a primeira impressão dos jogos e esperanço por ver os demais eventos que estão por vir.

Depoimento emocionado de Juvenal Dias

Publicado  segunda-feira, 8 de agosto de 2016



Quando o emocional supera o profissional e tem um depoimento emocionado de uma experiência única. Essa foi a minha vivência da Cerimônia de Abertura.

Renê Simões em entrevista antes da Cerimônia de Abertura

Publicado  



Técnico de futebol que pude entrevistar momentos antes de começar a Cerimônia de Abertura.

Conheça a modalidade - Vôlei de Praia

Publicado  sexta-feira, 5 de agosto de 2016

É com grande prazer e um certo lamento, que trago a última modalidade dos Jogos Olímpicos, segundo a ordem alfabética, o VÔLEI DE PRAIA.

É difícil trazer muitos aspectos novos ou diferentes, uma vez que a dinâmica de jogo é semelhante ao de quadra no que diz respeito de revezamento no saque, vantagem de pontos ao final de cada set.
De qualquer forma, surgiu oriundo do vôlei tradicional, em 1920, com famílias que se reuniam nas praias de Santa Monica afim de praticar o esporte. Essa atividade foi tomando corpo e despertando interesse em criar campeonatos, ao mesmo tempo que eram criadas regras para a modalidade.
Em 1987, ocorreu o primeiro campeonato mundial organizado pela Federação Internacional, na praia de Ipanema. Depois disso, ingressou nos Jogos Olímpicos em Atlanta/1996. Nessa edição, o Brasil teve uma participação histórica, com as duas duplas femininas chegando à final e conquistando os dois lugares mais altos no pódio. Foi o primeiro ouro feminino em esporte coletivo do país.
Desde então, a concorrência aumentou muito, mesmo assim continuamos fortes, até porque seria quase uma obrigação com a quantidade de praias que temos em nossas encostas.
A partida é disputada no sistema de melhor de três sets. Os dois primeiros sets vão até 21 pontos. Se chegar a 20-20, é preciso abrir dois pontos de vantagem para vencer. Se chegar ao tie-brake, o set vai até 15 pontos, ou se chegar a 14-14 também precisa abrir dois pontos.
As dimensões da quadra são de 16 x 8 metros.
Por isso, resistência física é fundamental, já que são apenas dois que tem de cobrir uma área semelhante ao tradicional, que é coberto por seis pessoas e em um terreno muito mais exigente e debaixo de condições climáticas adversas.
Uma diferença no jogo é que o bloqueio já é considerado um toque e, a partir de então, só tem mais dois para passar a bola.
Há maior rigidez com relação à levantamentos e menos com conduções.
Serão 24 duplas de cada gênero brigando pelas seis medalhas.

Curiosidades
Há trocas de lado da quadra a cada sete pontos, para que o sol e o vento não influencie apenas um lado. No set de desempate é a cada cinco pontos;
Não é permitido toque em qualquer parte da rede, diferente do tradicional, que é tolerado na parte mais baixa;
As duplas têm direito a dois tempos técnicos de 30 segundos por set.

Destaques
Os americanos são fortes nessa modalidade. No feminino, Kerri Walsh já venceu nas últimas três Olimpíadas. Vai tentar o tetra, desta vez ao lado de April Ross.
No masculino, vale ficar de olho em Phil Daulhausser e Nicholas Lucena.

Brasileiros
Talita e Larissa são favoritas ao ouro
Temos chances realmente muito boas, tantos com as duas duplas masculinas como com as femininas. Inclusive podemos pensar em quatro medalhas. Larissa França e Talita Antunes são uma das melhores duplas do circuito. Assim como Ágatha e Bárbara.
No masculino, temos o mamute Alison e seu parceiro Bruno além de Pedro e Evandro, todos muito bons.

Quadro de medalhas da modalidade
Os Estados Unidos lideram com 9 medalhas, 6 de ouro 2 de prata e 1 de bronze.
O Brasil é segundo com mais medalhas no total, são 11, mas com 2 ouros, 6 pratas e 3 bronzes, ficam atrás dos americanos.
Em terceiro, se encontra a Alemanha empatada com a Austrália, ambas com 2 medalhas, 1 ouro e 1 bronze.

Onde e quando ocorre
A arena montada na praia de Copacabana é o local das competições.
Do dia 06 ao dia 18 de agosto, com muita festa, nesse esporte que é animado com música nos intervalos.

Bom, por hora me despeço. Vou correr para a Cerimônia de Abertura. Espero que tenham gostado e aprendido algo novo sobre essas modalidades. Mas o projeto continua.

Conheça a modalidade - Voleibol

Publicado  

Às vésperas de começar os Jogos, trago a penúltima modalidade, o VOLEIBOL, ou simplesmente Vôlei.

Um esporte de origem em outros dois que, aparentemente, não têm nada a ver com a modalidade. Tem relação com o basquete e tênis. Nasceu em 1895, na Associação Cristã de Moços de Holyoke, em Massachussets. Mesmo estado e mesma entidade que criara o basquete alguns anos antes. Inclusive, o propósito de sua criação era justamente ser um esporte movimentado, mas sem contato físico e com menor intensidade que o basquete, diminuindo o risco de lesões.
O professor William G. Morgam, criador, pensou na rede do tênis como divisor da quadra e decidiu colocá-la há quase dois metros de altura. Decidiu chamar de "mintonette", mas a movimentação parecida com o voleio, jogada característica do tênis, executada próximo à rede, mudou o nome no inglês volley.
Tornou-se olímpico em Tóquio/1964 e, desde então, sempre esteve presente.
Essa modalidade exige muita impulsão nas pernas e reflexos para conseguir defender ataques que chegam a 200km/h.
A partida é disputada no sistema de melhor de cinco sets, precisa vencer três. Para ganhar um set, é preciso chegar a 25 pontos antes que o adversário, com pelo menos dois pontos de vantagem. Caso chegue a 24-24, o set dura até que um dos lados consiga abrir dois pontos. Se chegar empatado em 2 sets a 2, o jogo vai para o tie-brake, set mais curto que vai até 15 pontos nas mesmas condições de um set comum.
Serão 12 equipes no masculino e 12 no feminino, divididos em dois grupos, nos quais os quatro primeiros avançam para brigar pelas 6 medalhas em jogo.
Cada equipe é composta por cinco jogadores titulares, seis reservas e um líbero, que é o único que não pode atacar e deve ter cor de roupa diferente dos demais atletas, é o único que pode entrar no lugar de outros jogadores ilimitadas.vezes. 
Toda vez que o time ganha um ponto, recebendo a bola do saque adversário, é obrigatório que o time mude uma posição de quadra no sentido horário. A posição inicial são três atletas alinhados próximos à rede e outros três alinhados mais ao fundo.
Durante o ponto, é permitido tocar até três vezes na bola, contanto que não seja o mesmo jogador em dois toques seguidos, para repassar ao lado adversário. O quarto toque ocorre quando um atleta usa o bloqueio e um passe em seguida para evitar da bola cair no chão.
A quadra tem dimensões de 18 x 9 metros. Tem uma demarcação de linha que atravessa cada lado da quadra em sua largura total. Essá é a chamada linha dos 3 metros. Quem ataca do fundo não pode pisar nessa linha ou invadir a área para bater na bola. Outra regra dessa demarcação é que, caso o líbero necessite fazer o levantamento dentro desta área, não pode fazê-lo com os pés no chão.

Curiosidades
Atualmente, a tecnologia está bem integrada ao esporte. Toda vez que há um lance duvidoso se a bola caiu dentro ou não ou se houve desvio do bloqueio é utilizado o recurso do vídeo instantâneo para sanar a questão;
A Federação Internacional de Vôlei é a entidade que mais possui países filiados dentre os comandos máximos de todas as modalidades, são 220 ao todo;
Em Atenas/2004 houve uma das viradas mais épicas e inacreditáveis da história dos Jogos. A Seleção Feminina vencia a Rússia na semifinal por 2 sets a 1 e teve 5 matchpoints no quarto set, mas errou demais, perdeu a confiança e sofreu um 3 a 2 extremamente dolorido. Tanto que não tinham cabeça na disputa pelo bronze.

Destaques
No masculino, diversas seleções são fortes candidatas. A Rússia que é a campeã olímpica, a Polônia que é campeã mundial, os Estados Unidos, campeões da Superliga.
No feminino, pode-se pensar nas russas, nas americanas e italianas como principais concorrentes.

Brasileiros
Nossas meninas dispensam apresentações
Os dois times tem chances reais de medalhas. As mulheres são favoritas inclusive ao tricampeonato olímpico.
Os homens parecem um pouco abaixo nas condições, mas não dá para duvidar de quem tem Bernardinho como técnico.

Quadro de medalhas da modalidade
A União Soviética ainda é primeira com 12 medalhas, sendo 7 ouros, 4 pratas e 1 bronze.
O Brasil deve se orgulhar de estar em segundo, tem 9 medalhas, 4 delas de ouro, 3 de prata e 2 de bronze.
Em terceiro está o Japão com as mesmas 9 medalhas, mas 3 de ouro, 3 pratas e 3 bronzes, por isso está um pouco atrás.

Onde e quando ocorre
Todas as partidas serão no ginásio do Maracanãzinho.
É um evento que ocupa quase todos os períodos da Olimpíada, com partidas nos três turnos do dia 06 até o último dia de competições, dia 21 de agosto.

Daqui há pouco, a última modalidade desses Jogos, o Vôlei de Praia.