Como foi o Brasil no Pan

Publicado  quarta-feira, 29 de julho de 2015

Deixei o Brasil para ser analisado à parte, já que o Pan foi considerado uma competição de preparação para mundiais subsequentes, mas principalmente para a Olimpíada que sediaremos ano que vem.
Em números, nos consolidamos como a terceira força do continente e a primeira da América Latina. Repetimos o número total de medalhas,141. No entanto, diminuíram as láureas douradas, que foram de 48 para 41. Isso aumentou as pratas, de 35 para 40, e bronzes, de 58 para 60. A meta do COB foi atingida ao ficarmos entre os três primeiros tanto no geral, como no critério de ouro, prata e bronze para determinar a ordem do quadro. Não ficávamos a frente de Cuba desde 1967.
Tudo isso tem um lado positivo e um negativo. O lado ruim é que, apesar de um investimento maior por parte do governo e ter bem mais atletas na delegação, ficamos estagnados. O lado bom é que foram muitos atletas jovens, alguns sem outro Pan na bagagem, muitos que nem são considerados principais, como os times de vôlei masculino e feminino de quadra e areia, ou sem Sarah Menezes no judô e Cesar Cielo na natação. Esses, certamente, dariam mais conquistas.
Tivemos medalhas em 32 modalidades e não conquistamos nada em 16 outras, algumas que chamam atenção como triatlo e tênis. Maratona aquática não preocupa tanto, já que produzimos campeões mundiais nos últimos anos.  Lembrando que tem modalidades não praticadas nas Olimpíadas, como boliche e raquetebol.
Aqui segue uma parte da infografia que fiz para o jornal Lance! que destrincha as medalhas conquistadas por modalidade:
A soma das medalhas no quadro dá 138 e não 141. Faltaram duas a serem somadas na coluna de "boxe, taekwondo e ciclismo de pista" assim como faltou uma em "pentatlo moderno, basquete e boliche"
Algumas merecem uma atenção especial.

-Natação foi o esporte que mais trouxe conquistas, 26 no total. Nomes conhecidos como Joana Maranhão, Felipe França, Daynara de Paula e Leonardo de Deus, com outros ainda novos para o público leigo como a Etiene Medeiros, fizeram um trabalho bom, dentro das possibilidades, se juntando com Thiago Pereira, que se tornou o maior medalhista em Pan-Americanos, com 23 conquistas.

-Judô tem 14 categorias, conquistamos 13, um rendimento alto, mas que esperava-se mais ouros, com as campeãs mundiais Rafaela Silva e Mayra Aguiar, com Maria Portela e Felipe Kitadai. Mesmo assim, avalio como muito bom. Será o carro-chefe de medalhas aqui.

-Se essas duas modalidades foram satisfatórias, o atletismo, que também oferece muitas medalhas, pode ser considerado um fracasso para os brasileiros. As exceções foram Juliana Santos nos 5000m, única atleta a ganhar ouro, e Fabiana Murer, que foi prata no salto com vara, com a marca de 4,80m, essa altura lhe daria o ouro em Londres, 2012. De resto, teve atleta reclamando que a confederação de atletismo não ajuda com os custos, que nunca tinham visto o treno/aquecimento de atletas de ponta de outros países. Ou seja, claro exemplo de desorganização que já vem nos custando caro desde a última Olimpíada e pode ser vexame em casa, já que desde Seul-88, todos os países que sediaram os jogos ganharam ao menos uma medalha em casa no atletismo e não há grandes perspectivas para nós.

-Continuamos fortes nos esportes coletivos, aqueles que decorrem durante todo o evento para ganhar uma medalha, caso do vôlei, vôlei de praia, handebol, futebol, esses mais no feminino que no masculino, basquete e pólo aquático, esses no contrário de gênero. Basquete é um caso interessante que os times não foram com força máxima, mesmo assim o Brasil venceu, como é um jogo em que os reservas precisam estar tão bem como os titulares, é importante saber que esses atletas que venceram podem ser alternativas fortes quando forem requisitados.

-Outros esportes que sempre nos trazem bons resultados são a vela e o hipismo, que tiveram participações razoáveis, parecem estar perdendo um pouco da força que já tiveram em outros tempos.

-Esportes que dão muitas medalhas boxe, taekwondo, ginástica rítmica e artística, lutas olímpica e livre, canoagem, remo e levantamento de peso podem até ter conseguido resultados expressivos em Toronto, mas dependemos de talentos individuais como o Arthur Zanetti, para sonharmos com alguma coisa ano que vem. Assim como alguns esportes individuais, como o pentatlo moderno e tiro.

-E tem ainda as modalidades que apenas faremos figuração, caso do badminton, tênis de mesa, hóquei sobre a grama, esgrima, saltos ornamentais, nado sincronizado, triatlo, ciclismo de estrada, de pista, BMX e mountain bike. Nesses casos, os resultados obtidos não contam muito em termos mundiais.

Entre altos e baixos, muitos atletas e times brasileiros, garantiram vaga para os Jogos Olímpicos. Ainda tem um ano para melhorar o que está ruim e aprimorar o que está bom. Tomara que venham surpresas boas até lá.

Final e balanço do Pan

Publicado  terça-feira, 28 de julho de 2015

Como foi triste ao ligar a televisão nesta segunda e não ver algum evento esportivo ao vivo, ver que a programação voltou ao normal e que não será mais preciso procurar no site do Pan de Toronto quais eventos acontecerão no dia, por quais brasileiros torcer e como está o quadro de medalhas. 
No domingo, tiveram as últimas competições, as últimas premiações e a cerimônia de encerramento. É uma festa com menos requinte, mais descontraída, que serve mais para apresentar a próxima cidade a sediar os jogos, no caso será Lima, no Peru, em 2019, do que qualquer outra coisa. O melhor ponto dessa história é os atletas olharem para trás e saberem que fizeram seu melhor, que alcançaram suas melhores marcas e que representaram bem suas nações. É uma festa que já não conta com boa parte dos atletas, que já partiram pois há outras competições, como os de esportes aquáticos, que já estão em Kazan, para o mundial.
Foi um Pan muito bom em termos de competições e de instalações. As arenas pareceram bem simples mas bem organizadas, sendo um bom parâmetro para quem pleiteia uma Olimpíada em 2024. Houveram grandes disputas, 80 recordes quebrados, sendo 16 deles por atletas ou equipes brasileiras. 31 países tiveram suas bandeiras hasteadas pelo menos uma vez em um dos lugares do pódio. Foram dois a mais que em Guadalajara. Imagine a felicidade de Bermuda, São Cristóvão e Nevis e São Vicente e Granadinas ao dizerem que são os terceiros melhores das Américas em alguma modalidade.
Por outro lado, os Estados Unidos que tiveram, por um momento, a liderança ameaçada pelos anfitriões, continuam mostrando que são a grande potência olímpica, mesmo enviando muitos atletas universitários ou de times "B", conquistaram mais medalhas de todos os brilhos, foram 11 a mais de ouro, duas a mais de prata e 15 a mais de bronze, totalizando 28 a mais e 265 no geral.
O Canadá mostrou a força de competir em casa, saltando de quinto para segundo lugar e quase duplicado a quantidade de medalhas com relação ao último Pan. Lembrando que eles têm pretensões de brigarem pelo Top 12 ano que vem, isso significa concorrência direta com o Brasil, que quer chegar entre o Top 10.
Cuba decaiu, apesar de ter ameaçado o terceiro lugar brasileiro, acabou em quarto, com quase 40 medalhas a menos. Isso seria sinal da redução dos investimentos esportivos na ilha e da abertura de negociações econômicas com o capitalismo?
Colômbia surpreendeu, há de observar se está surgindo uma nova potência na América do Sul, já que em 2003 terminou em 8º e vem crescendo, até essa edição, que chegou ao quinto posto.
O México, que aproveitou a empolgação em casa há quatro anos e conseguiu um quarto lugar, não manteve o ritmo e regrediu para sexto.
Argentina, Venezuela e Equador se mantiveram entre os dez primeiros. E o Peru já nota-se uma evolução, visando a próxima edição. Saltaram de 20º, com apenas duas medalhas de prata e cinco de bronze, para 12º, com quatro de ouro, quatro de prata e seis de bronze. Como será o desempenho em 2019?

Inglês é bicampeão do Tour de France

Publicado  segunda-feira, 27 de julho de 2015

Christopher Froome se consagrou ao vencer pela segunda vez a volta mais difícil do ciclismo de estrada. Ele repetiu o feito de 2013 e ganhou o Tour de France com uma vantagem de 1min12s sobre o colombiano Nairo Quintana, depois de percorrer mais de 3300 km em 21 etapas, chegando em Paris ao lado de seus companheiros de time Sky e vestindo a camisa amarela de líder geral, herdada ainda na primeira semana, depois do abandono de Tony Martin.
Essa foi uma das voltas mais difíceis dos últimos tempos, com tombos incríveis desde as primeiras etapas, fugas de tirar o fôlego, ganhando do  pelotão. Começou na Holanda, passou pela Bélgica e por lugares belos da França, em cidades como Le Havre, Pau, e Gap, com muitos estágios com montanhas conhecidas e consagradas como o Col du Tourmalet e o Alpe D'Huez. Teve polêmica envolvendo o queniano-britânico Froome, quando venceu a décima etapa de forma avassaladora, e um suposto uso de doping, depois de um vídeo divulgado sobre sua potência gerada ao subir o Mont Ventoux em 2013, sendo muito díspar do restante dos ciclistas.
De qualquer forma, Chris superou todas essas adversidades e ciclistas com forte nome no circuito internacional como Alejandro Valverde, Vicenzo Niballi e Alberto Contador. Além de ser o melhor ciclista geral e vestir a tradicional camisa amarela, o atleta da Sky ainda faturou o prêmio de maior escalador, que é medido por pontos em montanhas, não por tempo, com a camisa branca com bolinhas vermelhas. O eslovaco Peter Sagan terminou com a camisa verde, ou seja, foi o que mais pontuou nas metas para sprinters, o maior velocista nas arrancadas planas. Ele e outros sprinters não tiveram muitas chances nesta edição. Por fim, entre os principais premiados, Quintana levou a camisa branca, que é o melhor ciclista entre aqueles que têm até 23 anos.
Nesta 21ª etapa, com chegada na famosa Champs-Élysées, o alemão André Greipel arrancou nos metros finais e mostrou grande forma ao cruzar a linha de chegada com uma roda de vantagem sobre o francês Bryan Coquard.
Se os velocistas não tiveram vez, até pela característica da prova de ser de resistência, terão a Vuelta a España para mostrar mais trabalho, mas terão grandes chances no Rio-2016, já que a prova é realizada em apenas um dia e em circuito, ou seja, pura explosão. Então, Sagan, Greipel, Cavendish são nomes a ficar de olho e estarão entre os favoritos à medalha de ouro.

Duas mortes em dois dias

Publicado  sábado, 18 de julho de 2015


Nos últimos dois dias, aconteceram duas mortes de esportistas que não podem ser passadas em branco. Na quinta-feira, o uruguaio Ghiggia, um dos maiores futebolistas de seu país, morreu aos 88 anos de parada cardíaca. E ontem, o piloto francês Jules Bianchi faleceu após nove meses de coma, depois do acidente no GP do Japão de F-1. Essas duas mortes significam muito para o esporte.
Alcides Edgardo Ghiggia foi responsável pela primeira grande decepção dos brasileiros no futebol, talvez foi a pessoa que fez despertar o sentimento de paixão pela Seleção nacional, que foi potencializado mais tarde com Pelé. Na decisão da Copa do Mundo de 50, na única vez que um time jogou por um empate em uma final para ser campeão, o Brasil perdeu por 2 a 1, de virada, em pleno Maracanã, para o Uruguai com o gol derradeiro deste jogador. O episódio ficou conhecido como "Maracanazo". A ironia é que, depois de exatos 65 anos do jogo que deu o bicampeonato à Celeste, o último atleta vivo da decisão veio a óbito. O respeito deve ser completo, até porque, mesmo tendo sido carrasco, se diz que foi um grande jogador de sua época. Ele havia sido homenageado dois anos antes, ao entrar no estádio nacional do Uruguai e celebrar o histórico gol com sua torcida.
Essa morte é para ser lamentada, mas como ele já tinha uma idade avançada e não competia mais, não é tão sentida quanto a morte do jovem piloto de Fórmula 1, Jules Bianchi.
A tragédia que aconteceu em outubro do ano passado, em Suzuka, no Japão, teve seu final fatídico nessa sexta-feira. O piloto francês estava internado em Nice. A família e a ex-equipe Marussia lamentaram profundamente a perda.
Bianchi era tido como um dos nomes promissores da categoria máxima do automobilismo. cogitado inclusive para conduzir um carro da Scuderia Ferrari. É a primeira morte de piloto desde 1994, quando morreram Roland Ratzenberger e Ayrton Senna, ambos em Ímola, no mesmo fim de semana.
Para lembrar, a corrida do Japão estava sob chuva, com pouca visibilidade, com bandeira amarela, o guindaste retirava a Sauber de Adrian Sutil, na volta 43 e Bianchi saiu da pista e se chocou com a parte traseira do pesado veículo, entrou debaixo, a mais de 200km/h.
Jules tinha 25 anos, correu 34 grandes prêmios e conquistou dois pontos em Mônaco, ano passado, com sua melhor colocação, um oitavo lugar.
Se tem algo de bom resultante dessas mortes em pistas é que a FIA sempre promove alterações de regulamentos para que se torne uma corrida mais segura, já mudou horário de cinco provas para que terminem com claridade natural suficiente e o safety car virtual, para que os pilotos não ultrapassem determinada velocidade em bandeiras amarelas. Talvez seja o momento de pensar em outras alternativas para proteger a cabeça do piloto. Digo alguma coisa parecida com uma redoma de acrílico que seja aerodinâmico e facilmente aberto como em caças. Acidentes como o de Felipe Massa em 2009, que uma mola atingiu e perfurou seu capacete, poderiam ser evitados caso houvesse uma proteção maior para cabeça. Tomara que não haja um acidente desses nos próximos 20, 40 anos dentro da F-1. Que o legado de Bianchi não seja esquecido. Nem o de Ghiggia.

Etiene é o nome do ouro

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Impressionante como o Brasil é forte nas Américas e como tem melhorado nos esportes olímpicos. Prova disso é que o país já assumiu a terceira colocação no quadro geral de medalhas no Pan-Americano com 22 ouros, 19 pratas e 32 bronzes, somando 73 medalhas no total, até o momento, com uma semana de competições. Perdemos apenas para os donos da casa, Canadá com 45 ouros e 110 no total e Estados Unidos com 40 ouros e 114 no total. Isso não tendo mandado todos os principais atletas, tendo em vista que muitos deles estão focados em mundiais que ocorrem do meio para o final do ano. Mesmo assim, os brasileiros têm conseguido resultados inéditos e pouco esperados até algum tempo atrás.
Um desses resultados aconteceu na noite dessa sexta-feria e vale o destaque. O Brasil nunca tinha conquistado um ouro em Pans na natação feminina. Mas a pernambucana Etiene Medeiros tratou de mudar essa história. A nadadora de 24 anos já tinha um bronze no revezamento 4x100m livre. Ontem não só venceu os 100m costas, como também bateuo recorde pan-americano da prova com o tempo de 59s61. Foi a primeira mulher brasileira a baixar da casa de 1 min. Como referência, se fosse em Londres, há três anos, seria o 5º melhor tempo para passar às finais e o 7º tempo da grande decisão, ou seja, um ótimo feito.
Como se não bastasse essa importante conquista, ainda voltou para a piscina pouco tempo depois, nos 50m livre e faturou a prata. Parabéns a esta jovem que ainda pode trazer mais conquistas. Lembrando que foi a primeira brasileira a ser campeã mundial e a bater recorde mundial em piscina curta.
Muitos resultados no Pan não servem de muita referência, porque os melhores do mundo são asiáticos ou europeus em determinados esportes, mas é bem sintomático o crescimento do Brasil, a natação é uma dessas modalidades que demonstram essa evolução. Porém já está acabando as provas, acompanharemos esses atletas no mundial de Kazan, daqui 14 dias. Ainda resta outras modalidades, como o atletismo e as coletivas para ver mais conquistas brasileiras em Toronto.

A festa do Pan

Publicado  sábado, 11 de julho de 2015

Ontem teve início, oficialmente, os Jogos Pan-americanos de Toronto, no Canadá, com uma bela cerimônia de abertura. É sempre um momento que gera muita expectativa, já que é a apresentação da história e cultura dos anfitriões. Mostra o quanto de organização e criatividade eles têm. Como será o aparecimento da pira olímpica (no caso, pan-americana) e quem a acenderá. O desfile dos atletas.
A celebração da 17ª edição dos jogos teve como grandes protagonistas os artistas do Cirque du Soliel, que relatou as origens indígenas canadenses e a criação do novo mundo. Geralmente, esse tipo de evento é realizado em um estádio, mas dessa vez foi no ginásio fechado Rogers Centre, isso permitiu uma surpresa logo no começo da cerimônia, com o campeão olímpico no revezamento 4x100, Donovan Bailey, descendo com a tocha, que ficou presente durante toda a festa no centro do palco. Depois, no final, a tocha passou por diversos astros canadenses até chegar em Steve Nash, ex-atleta na NBA, que teve o privilégio de acender a pira, do lado de fora do ginásio, para o público que estava na rua poder participar e ver esse momento máximo de emoção, antes das conquistas de medalha.
O nadador Thiago Pereira ficou incumbido da honra de ser o porta-bandeira brasileiro, que conduziu parte dos 590 atletas que representarão o Brasil nos jogos, a maior delegação em Pan de nossa história, cujo objetivo é ficar entre os três primeiros no quadro geral de medalhas.
A CN Tower, que é cartão postal da cidade, teve participação na parte cinematográfica e pirotécnica. É importante mostrar que outros pontos turísticos sejam integrados na celebração. É uma tendência desde Pequim-2008, com as famosas pegadas em fogos de artifício.
Não interessa se não vem os times principais de alguns países, como fazem os Estados Unidos e em muitos esportes brasileiros, se não tem os outros continentes, serão 41 países competindo, disputando, emocionando, trazendo histórias de superação, recordes, vitórias e derrotas, fazendo o público torcer e vibrar. Para nós, é a oportunidade de ver muitos atletas que estarão por aqui ano que vem e futuros esportistas brasileiros que poderão se tornar ícones.
A festa foi muito bonita, misturando tecnologia com teatro e acrobacias, muito desfrutada pelo público canadense e por quem acompanhou pela transmissão. Mas o que interessa é saber como será a do Rio-2016.
Hoje já serão 15 medalhas em disputa. A primeira será de canoagem feminino K4 500m, com presença do time brasileiro, por volta das 10h, horário de Brasília, 9h, horário local. Depois ciclismo BMX, saltos ornamentais, ginástica artística, judô, com destaque para Felipe Kitadai e Erika Miranda, maratona aquática, nado sincronizado, triatlo e levantamento de peso, além de outras modalidades que estarão em suas fases preliminares, até dia 26.
Aqui algumas fotos de ontem:















Brasil domina no vôlei de praia

Publicado  terça-feira, 7 de julho de 2015

Neste último fim de semana, ocorreu as finais do campeonato mundial de vôlei de praia masculino e feminino, em Hague, na Holanda, com excelentes notícias para o Brasil, já que cinco dos seis lugares do pódio foram ocupados por duplas brasileiras.
Pelo feminino, domínio total das nossas atletas. Na disputa de terceiro lugar, a dupla Juliana e Maria Antonelli virou para cima das alemãs Holtwick e Semmler, com 2 sets a 1 e conquistaram o bronze. A final foi puramente brasileira, a dupla Agatha e Bárbara dominaram as ações e superaram Taiana e Fernanda por 2 sets a 0.
Entre os homens, não houve uma hegemonia tão grande como no feminino, mas, mesmo assim, a dupla Pedro Solberg e Evandro ganharam por 2 sets a 0 dos americanos Lucena e Brunner para saber quem ocuparia o último lugar no pódio; na batalha pelo ouro, o "mamute" Alison e seu companheiro Bruno perderam o primeiro set para os locais Nummerdor e Varenhorst, mas se recuperaram e venceram os outros dois sets, levando mais uma vez a bandeira brasileira ao lugar de maior honraria.
Não é de hoje que os brasileiros têm destaque nesse esporte, mas com a proximidade dos Jogos Olímpicos, esses resultados ganham mais importância, como se já não bastasse ser um campeonato mundial. Essa é uma das modalidades que o público nacional mais procura para assistir, porque, além de ser um evento bem animado, as chances de medalhas são enormes, diria que apenas uma tragédia para não ter, pelo menos, uma dupla brazuca, em qualquer gênero, presente entre os três mais bem colocados ano que vem. 
Acredito que, com uma preparação tão adequada quanto esta que vem dando ótimos resultados, é muito provável que as duas duplas (já que podem apenas duas duplas por país) ocupem os dois primeiros postos, como aconteceu em Atlanta-96. Tomara que aconteça no masculino e no feminino. De qualquer forma, é bom prestar atenção a esses nomes, que uma dupla dessas pode se tornar heroína olímpica.

Uma informação extra fora do tema: hoje começa os Jogos Pan-Americanos de Toronto, com as primeiras partidas de pólo aquático a partir de 9h da manhã, três partidas do feminino e três do masculino. O Brasil estreia no feminino contra as donas da casa às 13h, assim como o masculino, às 19h. A cerimônia de abertura será na sexta, dia 10.

O poder de jogar em casa

Publicado  segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sabidamente no esporte em geral, quem compete "em casa", com a torcida a seu favor, tende a desempenhar melhor suas funções e obter resultados mais efetivos, os atletas chineses e britânicos são os exemplos mais recentes nas duas últimas Olimpíadas desse conceito, tanto que deixaram seus países entre os primeiros no quadro de medalhas.
Dessa vez, o Chile foi o protagonista de uma história de sucesso, ao se consagrar campeão pela primeira vez da Copa América, diante de sua torcida, contra a vice-campeã mundial Argentina. A ótima performance dos comandados do argentino Jorge Sampaoli com quatro vitórias e dois empates em seis jogos deu o título inédito e muito o que comemorar para os torcedores chilenos. Não há dúvidas que a empolgação vivida por Vargas, Sánchez, Valdivia, Vidal e todos os seus companheiros, contagiados pela massa vermelha que estava na arquibancada, foi determinante para a vitória nos pênaltis por 4 a 1, depois da igualdade sem gols em 120 minutos contra o time de Messi, Agüero, Dí Maria e Tévez. Foi uma vitória de redenção, já que nas últimas quatro vezes em que o Chile tinha sediado a competição, o vencedor tinha sido justamente a Argentina. 
Pode se contestar como o direcionamento das chaves foram feitas, se favoreceu ou não o Chile de não enfrentar Argentina, Colômbia ou Brasil antes da final, tendo sido o adversário mais expressivo o envelhecido e desfalcado Uruguai. Mas é inegável que a torcida teve grande parcela nessa conquista.
Já que o foco é voltado para as Olimpíadas do ano que vem, isso pode, e deve, ser usado a favor pelos atletas brasileiros para se superarem e buscarem o melhor de sua forma competindo no Rio de Janeiro.
De quebra, o Chile garantiu vaga na Copa das Confederações que ocorrerá em 2017 na Rússia. É um time aguerrido, com muita disposição e boa técnica, que quase eliminou o Brasil, na Copa, ano passado. Não acho que seja a melhor equipe da América do Sul, mas mostrou mais vontade de vencer.
Pelo lado argentino, fica questionamentos. Será que essa geração vai passar como outras tantas cheias de ótimos jogadores depois de Maradona e Batistuta sem ganhar nada? Por que Messi não é decisivo na Argentina como é no Barcelona, mesmo com um esquema montado para seu jogo? Messi teve três finais importantes, sumiu em todas. Dessa vez, sequer apareceu na competição. Será que os argentinos sentiram a pressão do favoritismo? A última chance será na Copa do Mundo em 2018. Mesmo assim, Messi deve levar o prêmio de melhor jogador do ano pela temporada espetacular em seu clube.
E o Brasil vai de mal a pior, acumulando vexames. Eliminado pela segunda vez seguida no torneio continental, nos pênaltis, para o Paraguai, nas quartas de final, com uma clara "Neymar dependência".  O 7 a 1 não foi suficiente e pode vir ainda mais!