Phelps já é lenda olímpica

Publicado  terça-feira, 31 de julho de 2012

Hoje pela tarde, o americano Michael Phelps alcançou uma marca que deverá permanecer por muito tempo com seu nome estampado. Ele se tornou o maior medalhista de toda história dos Jogos Olímpicos. Conquistou sua 18ª e 19ª medalhas nas provas dos 200m borboleta e no 4x200m livres, prata e ouro, respectivamente. A primeira igualou o número conquistado pela ginasta Larisa Latynina, que obteve as medalhas nas edições de 1956, 1960 e 1964. Mesmo assim, acabou irritando o nadador, pois ele liderava a prova até as últimas braçadas, mas perdeu para o sul-africano Chad le Clos. Os 200m borboleta é considerada a prova na qual ele é especialista.
Pouco tempo depois, Phelps caiu novamente nas águas do Centro Aquático de Londres junto com o restante do time americano para consolidar sua soberania. Ryan Lochte (concorrente direto que já lhe tirou uma medalha dessa Olimpíada), Conor Dwyer e Ricky Berens entregaram para Phelps a liderança no revezamento e ele teve o trabalho de manter a vantagem. Com o tempo de 6min59s70, eles chegaram mais de três minutos a frente da França, segunda colocada.
Phelps agora soma 15 medalhas de ouro, 2 de prata e 2 de bronze desde Atenas-2004. E ainda tem mais três provas para ele disputar. Fica claro a queda de rendimento dele desde há quatro anos em Pequim, mas é incontestável que um cara como esse fica como o maior nadador e conquistador de medalhas de todos os tempos. Se fosse um país, pouco mais de 60 outras nações teriam mais medalhas no total e menos de 45 teriam mais ouros. Gênio do esporte.

Mulheres olímpicas

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Ontem foi um dia incrível, de coincidentemente, três histórias que ficam gravadas por muito tempo na nossa memória e que só o esporte pode nos propiciar. São três mulheres que já fazem parte da galeria de grandes personagens desta edição dos Jogos Olímpicos. Três fatos inusitados que deixaram de lado outras conquistas, outros atletas, outras competições.
A mais trágica delas e a que, provavelmente, tenha chamado mais a atenção de todos, veio de um esporte que é pouco praticado aqui no Brasil, mas que deve ter comovido quem estava acompanhando, mesmo que não entendesse as regras, mas só pelo choro da esgrimista sul-coreana A Lam Shin. Devido a uma polêmica na decisão da arbitragem, que a eliminava da final na categoria espada, já que ela tinha empatado no tempo regulamentar com a alemã Britta Heidemann e teria que decidir no tempo extra. No último segundo, houve três investidas das atletas ao mesmo tempo, o que não computou ponto para ninguém (toda ataque que marca ponto de alguém ou toque simultâneo, o cronômetro para e continua quando o juiz sinaliza e o responsável pelo relógio aciona o aparato). Mas como os três ataques foram muito rápidos, não houve tempo para o relógio correr até o zero. Na quarta vez, apenas a alemã conseguiu o toque, que a levaria para a disputa do ouro. O treinador da asiática protestou contra o resultado, alegando que não dava para que ocorressem tantas ações em um segundo de luta e o impasse demorou até que chegassem ao veredito de que a alemã era a real vencedora.
Lam ficou inconsolada, sentou-se no tablado da luta e permaneceu lá chorando por uma hora. Pelas regras da esgrima, ao não deixar o local da luta, significa que a esgrimista não concordou com o resultado da luta. E os árbitros permaneceram discutindo a validade do resultado diante de representantes da delegação coreana. A delegação foi informada que terá que pagar um valor ainda não determinado para apelar do resultado da decisão. Lam foi retirada pelos organizadores e lhe restou ser ovacionada pelo público que permaneceu no local, já que teve apenas 20 minutos para se recuperar do trauma e perdeu a luta pelo bronze para a chinesa Yujie Sun. A alemã também perdeu o ouro para a ucraniana Yana Shemyakina. Mas essa é uma daquelas histórias que torcemos para que tenha um desfecho favorável para compensar toda angústia.
Outro fato impressionante foi a nadadora chinesa Shiwen Ye, de apenas 16 anos, ter batido o recorde mundial dos 400m medley com o tempo de 4min28s43, ficando com a medalha de ouro e sendo a primeira atleta a superar um recorde que tinha sido alcançado com os supertrajes tecnológicos. O mais surpreendente é que na última parcial dos 50m, ela foi mais rápida que Ryan Lochte, vencedor da mesma prova, no masculino. Isso pode ter algumas explicações. Minha hipótese é que simplesmente Lochte diminuíra seu ritmo de prova já que se encontrava muito a frente de seus concorrentes, e mesmo assim chegou a mais de três segundos de vantagem. Se isso não explicar tamanha velocidade da chinesa, quero acreditar que realmente ela tem uma genética muito favorável à natação e que os treinos realizados no país são tão especificamente bons, que outros resultados semelhantes acontecerão em breve; fugindo da suspeita de doping já levantada.
Mas a história mais bonita do dia ficou por conta de uma jovem nadadora de 15 anos, que também tem assombrado o mundo com seu talento. A lituana Ruta Meilutyte conquistou o ouro nos 100m peito com o tempo de 1min05s47 e não conteve as lágrimas de felicidade ao ver o placar ainda na água. Depois voltou a chorar quando ouviu o hino de seu país no pódio. Superou a favorita americana Rebecca Soni, que ficou com a prata. Mas foi uma chegada extremamente apertada, decidida na batida de mão, apenas oito centésimos separaram as duas. Foi a primeira medalha de ouro da Lituânia na história da natação olímpica. Ao receber a medalha, estampava um sorriso de uma criança ao ganhar um novo brinquedo, mas por trás dessa felicidade, já carrega uma responsabilidade de gente grande. Ela ainda disputará os 50m e 100m livre e tem um futuro brilhante pela frente. Só de pensar que ela chegará ao Rio-2016 defendendo o título de campeã olímpica com apenas 19 anos é algo formidável para qualquer atleta. Tenho a impressão que ela ainda não deve ter dado conta das dimensões desse feito. Lembrou o Cesar Cielo há quatro anos, quando subiu ao pódio e comoveu a todos enquanto tocava o hino brasileiro.
Sabe o que elas três têm em comum? Espírito olímpico. Vontade de ser competitivas, de se superar e de não se sentirem derrotadas.
Para completar, vale mencionar um grupo de guerreiras brasileiras que estão fazendo bonito em Londres. Trata-se das meninas do handebol, que estão no começo do campeonato, mas já venceram duas partidas duríssimas contra as croatas e montenegrinas. Tomara que possam continuar surpreendendo, já que é um esporte tão praticado nas escolas e seria um grande incentivo para aumentar o número de interessados.
Espero que venham mais dessas histórias humanas nesses Jogos.

Resumo do dia - 28/07/12

Publicado  domingo, 29 de julho de 2012

Ontem foi um dia em que já tiveram diversas competições e o Brasil figurou entre os principais destaques do dia.

  • A primeira medalha saiu no tiro esportivo, por volta de 8h da manhã, com a chinesa Siling Yi. Ela fez 502.9 pontos na categoria Rifle de ar 10m feminino. Superou a polonesa Sylwia Bogacka, que fez 502.2 pontos, e a compatriota Dan Yu, que fez 501.5.

  • Depois foi a vez dos homens na Pistola de ar 10m. O ouro foi para o sul coreano Jongoh Jin, a prata ficou com o italiano Luca Tesconi e o bronze com o sérvio Andrija Zlatic.

  • No ciclismo de estrada masculino, os atletas percorreram 250 km, uma distância considerada grande para uma etapa de Tour de France por exemplo, competição que boa parte deles participaram há poucos dias atrás. O vencedor foi Alexandr Vinokurov, do Cazaquistão. Ele compete pela equipe Astana no circuito mundial, mas não conseguiu se destacar no Tour desse ano. Fez o tempo de 5h45min57, mesmo tempo que o segundo colocado, o colombiano Rigoberto Uran, mas como chegou uma bicicleta a frente levou o ouro. Completou o pódio o norueguês Alexander Kristoff. Nomes famosos como Luis Leon Sanches, Roman Kreuziguer, Alejandro Valverde, Sylvain Chavanel, Robert Gesink, Andre Greipel, Tom Boonen ficaram mais para atrás, mas a grande decepção, talvez, tenha sido Mark Cavendish, que competia em casa e era tido como grande favorito, mas terminou na 29ª colocação com o tempo de 5h46min37. O brasileiro Murilo Fischer terminou três posições atrás com o mesmo tempo. Os outros dois brasileiros não completaram a prova.

  • O judô teve seu primeiro dia com as categorias ligeiro masculino (-60kg) e feminino (-48kg) sendo definidas.

  • No levantamento de peso feminino até 48 kg, domínio asiático. Ouro para a chinesa Mingjuan Wang, que levantou o total de 205 kg, somando arranque e arremesso. Prata para o Japão e bronze para a Coreia do Norte.

  • No tiro com arco, a Itália superou os Estados Unidos na final, por um ponto, no masculino por equipes. 219 a 218. O bronze ficou com a Coreia do Sul que passou pelo México na disputa de terceiro.

  • A esgrima foi dominada pelas italianas. No florete individual as três italianas que competiam ficaram no pódio. Será que são favoritas quando for por equipes?

  • Na natação já tiveram algumas finais, 400m medley masculino, 400m estilo livre masculino vencida pelo chinês Yang Sun, 400m medley feminino, que a chinesa Shiwen Ye venceu e o revezamento 4x100m livre para mulheres, que foi o grande destaque de hoje com as australianas vencendo e batendo o recorde olímpico com o tempo de 3min33s15. A prata ficou com a Holanda e os Estados Unidos com o bronze.

  • Também teve a participação dos brasileiros. Além das três medalhas, teve vôlei de praia masculino com Ricardo e Pedro Cunha, que venceram os noruegueses por 2 sets 0, mesmo placar do feminino com Juliana e Larissa, sobre a fraca dupla das Ilhas Maurício. 

  • O vôlei de quadra feminino passou um sufoco mas conseguiu passar pela Turquia, por 3 sets a 2, resultado preocupante.

  • As meninas do futebol conquistaram sua segunda vitória ao passar pela Nova Zelândia por 1 a 0 e já se classificaram para a próxima fase do torneio. 

  • No tênis masculino de duplas, Marcelo Melo e Bruno Soares venceram os americanos Roddick e Isner, dupla forte. Artur Zanetti se classificou nas argolas e Sergio Sasaki no individual geral para as finais da ginástica artística. 

  • Kyssia da Costa se classificou para as quartas de final no remo Single Scull.

  • No boxe, Robenilson de Jesus avançou no peso mosca e Esquiva Falcão herdou a classificação nos médios.

  • Por outro lado, o Brasil não teve só glórias. Perdeu na outra chave de tênis com Bellucci e Andre Sá, contra os irmão Bryan. Diego Hipolyto decepcionou-se mais uma vez, ao cair de barriga no solo e ficou em 58º, sem nota para a final. Felipe França também não esteve bem, ele que era considerado uma esperança de medalha nos 100m peito, mas não passou das semifinais, assim com Felipe Lima. No CCE, de hipismo, Jorge Carvalho ficou em 30º e Sergei Fofanoff terminou o dia em 41º. No remo Single Scull masculino, Anderson Nocetti vai disputar repescagem. Pelo tênis de mesa, Gustavo Tsuboi, Hugo Hoyama, Ligia Silva e Caroline Kumahara perderam na primeira fase e só voltam a competir por equipes. Para completar, o basquete feminino estreou, assim como há quatro anos, com derrota. 73 a 58 para as francesas.

Brasil é ouro, prata e bronze

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O Brasil não poderia ter estreado nos Jogos Olímpicos de Londres de melhor forma do que foi ontem. Conseguimos uma medalha de cada material. Foi o melhor primeiro dia de competições da história brasileira. E estamos bem colocados no quadro de medalhas geral.
O dia de conquistas começou com o bronze do aniversariante Felipe Kitadai, da categoria Ligeiro (-60kg), que fazia sua estreia em Olimpíadas. Fez uma boa campanha, venceu as duas primeiras lutas, mas perdeu nas quartas de final, para o bicampeão mundial e líder do ranking, Rishod Sobirov do Usbequistão. Mas venceu a luta na repescagem, que lhe deu direito de disputar o bronze, contra o italiano Elio Verde. Venceu por yuko no Golden Score. Felipe, que completou 23 anos, não conteve a emoção e, ao sair do tatame, beijou os anéis olímpicos estampados. O ouro ficou com a Rússia, a prata, com o Japão e o outro bronze, com o judoca usbeque.
Em paralelo, também na categoria Ligeiro (-48kg) feminino, Sarah Menezes, 3ª colocada no ranking olímpico conseguiu um feito incrível, ao se tornar a primeira judoca brasileira a conquistar ouro em Olimpíadas. A piauiense de 22 anos superou a atual campeã olímpica, a romena Alina Dumitru por um wazari e um yuko de vantagem e fez tocar pela primeira vez o Hino Nacional Brasileiro em terras britânicas.
Fez uma campanha irretocável, com vitórias taticamente conscientes, não aplicou nenhum ippon, o golpe perfeito, mas nunca correu riscos em qualquer que fosse a adversária.
Reveja quantas vezes quiser a última luta de Sarah
Ela se iguala a Maurren Maggi como as campeãs brasileiras de esportes individuais em Jogos Olímpicos, até agora, e escreve seu nome nas páginas do esporte nacional. Foi a 21ª de ouro de toda história brasileira. Fazia 20 anos que o Brasil não subia ao lugar mais alto do pódio na modalidade, a última vez tinha sido em Barcelona-92 com Rogério Sampaio.
Com esse feito, já era o melhor primeiro dia de competições do Brasil. Teoricamente aquela pressão pelas primeiras medalhas acabou, nas últimas duas Olimpíadas demorou-se três dias até que surgissem as primeiras conquistas.
Nesse momento do dia, liderávamos o Quadro de Medalhas. Sim, pela primeira vez na história, fomos líderes mundiais olímpicos.
Mas ainda restava uma "surpresa" por assim dizer. Thiago Pereira finalmente conquistou uma medalha na natação, foi nos 400m medley. Ficou atrás, apenas do americano Ryan Lochte e levou a prata, com o tempo de 4min08s86. Ele já havia batido na trave em Atenas-04 e Pequim-08, mas dessa vez ele nadou bem, mostrou evolução no nado peito, que lhe garantiu ultrapassar seus concorrentes diretos, o japonês Kosuke Hagino e o americano Michael Phelps. Thiago já tinha 18 medalhas em Pan, mas nunca tinha conseguido resultado melhor que um quarto lugar na China. Agora seu foco volta-se para a prova dos 200m medley, prova da qual ele se sente melhor competindo, será que vem mais uma medalha dele?
Essa conquista mostra o grande momento em que a natação brasileira vive, foi só o primeiro dia, muitos outros nomes ainda podem nos dar alegrias.
Particularmente é com muita alegria que escrevo esta postagem já que há exatos quatro anos eu começava este blog e esta é a 200ª postagem do Esporte pelo Juva. Nada melhor do que escrever sobre as conquistas que os atletas brasileiros tiveram no dia de ontem. Espero que venham mais logo.

Uma cerimônia emocionante

Publicado  sábado, 28 de julho de 2012

Quem viu a cerimônia de abertura que aconteceu ontem deve ter se emocionado em alguns momentos, eu pelo menos, fui assim. Ao ver a delegação do Brasil entrar e ser aplaudida, quando Paul McCartney entoou um coro de 80 mil vozes no Estádio Olímpico e mais 4 bilhões de pessoas pelo mundo ao cantar "Hey Jude". Mas também teve momentos divertidos como a rainha 'saltando' de paraquedas ao lado do agente 007 e quando Mr. Bean resolveu tocar junto com a Orquestra Sinfônica Britânica.
Foi uma festa bem mais simples do que em Pequim, mas bem mais humana e com algumas novidades. Toda a encenação conseguiu mostrar diversos aspectos da cultura local e comprovar que Londres continua sendo a capital de todo entretenimento e diversão do mundo ocidental, continua sendo a mais influente.
Foi ótima a sacada de começar no campo, com a peça de Shakespeare, passando pelas três revoluções (Industrial, Cultural e Digital). Muitos momentos marcantes como quando forjaram o ferro do arco olímpico e este se juntou a outros quatro que vinham flutuando. A chegada da tocha pelo Tâmisa de barco, com David Beckhan conduzindo a lancha e com o caminho em volta soltando fogos. Todas as músicas, principalmente o tão tradicional rock britânico, com Beatles, Sex Pistols, Rolling Stones, Queen. David Bowie, New Order, Adele, Amy Winehouse, todos foram muito bem escolhidos.
A cerimônia teve todas as formalidades tradicionais do Comitê Olímpico Internacional, com juramento à bandeira, hasteamento, a Rainha Elizabeth II fazendo um breve discurso de abertura oficial, o presidente do COI também falando algumas palavras, desfile das delegações.
Uma festa inesquecível para quem esteve lá ou viu pela televisão.
Mas é inevitável pensar que os próximos seremos nós aqui no Brasil, com Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas, em 2013, 2014 e 2016, respectivamente. Seremos vistos pelo mundo inteiro. Sei que não terá todos os aparatos tecnológicos, todas as modernidades e que, muito provavelmente, acontecerá algumas falhas, como aconteceu ontem, na China e em todos os lugares. Contudo, o desejo é que façamos algo que realmente seja comovente, não só para nós, mas que o mundo inteiro diga: "como gostaria de estar lá". E temos tudo para que isso aconteça, para que o instante em que a delegação brasileira entrar no Maracanã, seja incrível e fique na história como o país que mais aplaudiu seus competidores e que os motive para conseguirem se superar e trazer o máximo de medalhas possíveis.
Tomara que não seja apenas um sonho. Agora vamos às competições para valer, pois hoje já vale medalhas.
Deixo uma amostra pequena de fotos da cerimônia de ontem.


Já tem recorde quebrado

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As Olimpíadas nem tinham começado direito e ontem, no ranqueamento do tiro com arco, o sul coreano Dong-Hyun Im quebrou o recorde mundial de pontuação da modalidade. Ele fez 699 pontos de 720 possíveis. A marca anterior era sua mesmo, com três pontos a menos. O mais surpreendente dessa história é que ele possuí apenas 20% de uma das visões e 10% na outra!!! Terminou em primeiro, na classificatória, que contou com o brasileiro Daniel Xavier, que também se classificou, em 51º, com 653 pontos. O sul coreano, com esse resultado, ajudou a bater o recorde de pontos por equipe, que fez 2087 pontos, 18 a mais que o recorde anterior.
A Coreia do Sul também dominou no feminino individual e por equipes.

No masculino, o futebol é mais imprevisível

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Ontem foi a vez dos homens entrarem em campo pelo torneio olímpico. Deu para perceber que, se no feminino, temos algumas candidatas ao ouro, no masculino não dá para fazer muitos prognósticos, é muito mais equilibrado, principalmente se tratando de categoria dos jovens.
8h da manhã teve início, com Honduras e Marrocos, pelo grupo D. Duas seleções de pouca tradição no futebol, fizeram um jogo de muitos erros, mas de muitos gols também. O Marrocos abriu o placar, Honduras virou a partida, mas os marroquinos buscaram o empate com um belo gol de cobertura com Labyad. Ambos saem com um ponto, mas nenhuma é favorita para se classificar.
Depois foi a vez de México e Coreia do Sul correrem atrás da bola, pelo grupo B. Mas ficaram em um novo empate, no entanto sem gols.
De volta com o grupo D, o Japão surpreendeu a Espanha, franca favorita. Venceu por 1 a 0, mas poderia ter vencido de mais, se não fosse o número excessivo de chances desperdiçadas pelos japoneses. A consequência dessa derrota para os espanhóis é que na próxima fase, podem pegar o Brasil já nas quartas de final e, o que poderia ser uma final, pode deixar um dos grandes de fora do pódio.
Às 13h foi a vez dos Emirados Árabes quase surpreenderem os uruguaios, no grupo A. Saíram na frente, mas o Uruguai soube controlar bem o jogo e terminou vencedor, virando o placar.
Quase ao mesmo tempo jogaram Gabão e Suíça, pelo grupo B. Os europeus abriram o placar de pênalti, mas cederam o empate no final do primeiro tempo. Grupo em que as quatro equipes saíram com o mesmo número de pontos na primeira rodada.
Quando estes jogos terminaram vieram os dois jogos do grupo C aconteceram no mesmo horário. A Bielorrússia superou a Nova Zelândia pela diferença mínima. Já o Brasil começou arrasador, fez três gols em meia hora de jogo contra o Egito. Oscar começou justificando a escolha dele como titular no lugar de Ganso. Duas assistências, a primeira pela direita encontrou a boa movimentação de Hulk e Rafael, que recebeu em condições de cortar para a esquerda e chutar forte, com 16 minutos. A segunda, teve a esperteza e rapidez de chegar na bola lançada antes do goleiro, driblar e tocar para Leandro Damião entrar chutando. O terceiro gol foi uma mescla de inteligencia e habilidade. Neymar veio trazendo da direita, quando viu que estava cercado por quatro adversários rolou do centro para a esquerda e encontrou Hulk em posição legal, que avançou e cruzou na cabeça de Neymar, que acertou a bola no goleiro, mas como vinha em seu contrapé não teve como espalmar direito.
Depois disso veio o segundo tempo e toda aplicação e bom futebol sumiram, foi a vez do Egito pressionar. Descontou em um lance de bola parada em que a zaga não conseguiu afastar o perigo e, do bate ou rebate, a bola sobrou e Aboutrika pôs na rede. Ainda encostou no placar com nova falha do sistema defensivo e Mohamed Salah teve categoria para tirar do alcance do goleiro Neto.
Valeu pela vitória na estreia, por três pontos e porque, provavelmente, seja o adversário mais difícil da primeira fase, mas é bom abrir os olhos para não ser surpreendido mais a frente.
Para terminar o dia, os britânicos enfrentaram Senegal. Mas Giggs e seus companheiros não conseguiram sair do empate contra os senegaleses. Bellamy fez o primeiro gol britânico, pegando rebote dentro da área. Konate deixou tudo igual a menos de dez minutos para o final, se deslocou bem e recebeu nas costas da zaga, tocou na saída do goleiro.
Domingo terá a segunda rodada, a partir das 8h da manhã, com Egito e Nova Zelândia.

A primeira glória olímpica foi francesa, mas a primeira vitória foi britânica

Publicado  sexta-feira, 27 de julho de 2012

Anteontem o dia olímpico foi bem divertido com goleadas, gols bonitos e as favoritas vencendo suas partidas. Mas já teve uma gafe, que para nós pode parecer engraçado, porém para os envolvidos é algo muito sério.
O primeiro jogo foi talvez o mais burocrático da rodada, mas o importante para as donas da casa foi a vitória, que é um passo importante para se classificarem no grupo em que tem o Brasil como favorito para passar como primeiro. A defensora Stephanie Houghton foi responsável por tirar um dos zeros do placar e também por dar números finais à partida contra a Nova Zelândia. Fez gol de falta, aos 19 do segundo tempo, e deu três pontos para as britânicas, no grupo E. Foi o primeiro triunfo olímpico dessas edições. O jogo foi em Cardiff, País de Gales, contudo com público muito aquém de uma estreia de Jogos Olímpicos.
Uma hora após começar o jogo das britânicas, teve início dois jogos simultaneamente. Pelo grupo F, as campeãs mundiais japonesas enfrentaram as canadenses. Já no grupo G, as norte-americanas jogaram contra as francesas. Quem fez o primeiro gol do torneio foi a atacante da França, Gaetane Thiney, aos 12 minutos de jogo, às 13h13 horário de Brasília, um golaço, um chute fora da área que venceu a goleira Hope Solo. Dois minutos depois, a França ampliou com Marie-Laure Delie. Era a supresa da rodada. Mas os Estados Unidos foram bem frios e aplicados taticamente e empataram ainda no primeiro tempo com Wamback e Morgan. Depois no segundo tempo, continuaram com ritmo forte e viraram com Lloyd e Morgan, mais uma vez, uma das artilheiras.
O Japão justificou o favoritismo e logo abriu dois gols contra o Canadá no primeiro tempo. No segundo, teve uma chance claríssima de fechar o placar mas a zagueira canadense evitou o gol em cima da linha. Pouco tempo depois Tancredi descontou. Mas ficou nisso.
Logo na sequência foi a vez do Brasil estrear na competição. E em um torneio curto, começar com uma boa impressão conta bastante, principalmente se é uma das favoritas ao ouro. Marta e o restante da Seleção não deram margem para dúvidas. Venceram a fraca Camarões por 5 a 0, incontestavelmente. Logo com sete minutos de partida, Francielle bateu falta na ponta da área, a goleira posicionou mal a barreira e esperava um cruzamento, a bola foi direto no gol, passando pela jogadora brasileira que estava encobrindo a visão da goleira. Três minutos mais tarde, Francielle cobrou escanteio e Renata Costa completou de cabeça. No segundo tempo, Cristiane entrou no ataque brasileiro e deu ainda mais velocidade e qualidade nas jogadas ofensivas. Marta, de pênalti, ampliou o placar. Faltando dez minutos para o fim do tempo regulamentar, Cristiane recebeu lançamento nas costas da zaga, driblou a goleira que saía para abafar a jogada e completou para o fundo das redes. E ainda houve tempo para mais uma bela jogada de Cristiane, que desmontou o sistema defensivo africano e resultou em mais um gol de Marta, oportunista. Foi a seleção que pegou a oponente mais fraca, mas fez o que deveria ser feito, com a goleada mais elástica do dia.
Uma hora depois do início do jogo do Brasil, eram para ter jogado simultaneamente Suécia contra África do Sul e Colômbia contra Coreia do Norte, mas um erro terrível atrasou a segunda partida em mais de uma hora. O telão que apresentava as jogadoras coreanas mostrava junto a bandeira da Coreia do Sul, isso deixou todo o time, incluindo a comissão técnica, indignados e se recusaram a entrar em campo. De fato, um erro desses não pode acontecer, principalmente antes da cerimônia de abertura, todo o mundo assistindo. Mas o pedido de desculpas foi aceito e a bola pôde rolar nos gramados britânicos.
A Suécia venceu a África do Sul por 4 a 1, pelo grupo F. O destaque desse jogo foi o golaço africano. Elas perdiam por 3 a 0, quando em um princípio de contra-ataque, Modise percebeu a goleira suéca Lindahl adiantada, chutou do meio campo e encobriu a adversária, falha da goleira, esperteza e habilidade da sulafricana.
Para finalizar, as coreanas venceram as colombianas por 2 a 0, pelo grupo G, no Hampdem Park, na Escócia.
A próxima rodada acontece no amanhã, a partir da 8h, com Japão e Suécia.

Tá chegando a hora!

Publicado  terça-feira, 24 de julho de 2012

Esperei quase quatro anos até que pudesse chegar essa postagem. Em 2008, entrei na faculdade de jornalismo com a pretensão de me tornar um jornalista esportivo. Com isso, iniciei este blog, querendo melhorar meus textos e relatar histórias do esporte. Nesse tempo, escrevi bastante, tive hiatos de tempos sem mexer, mas sempre procurei estar antenado com o máximo de esportes possíveis. Hoje, olhando para trás, vejo que melhorei consideravelmente, vejo que meu caminho é longo para conseguir reconhecimento, mas que o passo mais difícil já foi dado e que estou no caminho certo. Gostaria de chegar nessa postagem já formado, porém estou bem perto disso. Já trabalhei dois anos e pouco no Diário Lance!, publiquei algumas matérias, fiz diversas infografias, presenciei diversos acontecimentos esportivos importantes dentro da redação. Hoje estou no Jornal Mais, que é da mesma empresa e que também é, essencialmente, de esportes.
Mas essa postagem e seu respectivo título não é sobre mim. Há quatro anos, o primeiro evento esportivo no qual me dediquei a escrever foi nada mais, nada menos do que as Olimpíadas de Pequim. Amanhã começarei a postar a respeito dos Jogos Olímpicos novamente, desta vez sobre Londres 2012. Começa oficialmente na sexta-feira com a cerimônia de abertura, mas amanhã e quinta terão jogos da primeira rodada de futebol masculino e feminino e o Brasil estará presente no dois dias. O jogo de abertura, ao meio-dia, será Grã-Bretanha e Nova Zelândia, pelo grupo E, futebol feminino. Marta e companhia jogarão às 14h45, também pelo grupo E, contra Camarões. No masculino, Neymar comanda a Seleção contra o Egito, pelo grupo C, às 15h45.
Sobre as Olimpíadas é engraçado que tanta gente que treinou duro nos últimos quatro anos, terá um dia de competição e, apenas, três de cada modalidade levará uma medalha para casa, a maioria destes que competem um dia ou ficarão na Vila Olímpica aproveitando todo o clima que ela oferece ou volta para casa para começar um novo ciclo. Em compensação, os esportes coletivos jogarão durante quase o período inteiro de competições, brigando para conseguir a mesma quantidade de medalha para seu país que um atleta individual. Mesmo assim são momentos mágicos de esforço, autossuperação, busca de recordes, escrever uma nova página na história do esporte. Quem gosta de esporte, deve estar ansioso para ver o maior evento do planeta, quem não gosta tanto assim, deve esperar para ver pelo menos a cerimônia de abertura para entender um pouco mais da cultura britânica.
Eu fiz o Guia da Olimpíada Londres 2012 Lance! e aqui está a capa dela.
O slogan dessa edição é "Inspirar uma Geração". Então inspire-se.

Que final de semana esportivo!

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Esse é um daqueles finais de semana que se você está sem fazer nada em casa ou está trabalhando e tem a oportunidade de acompanhar os eventos esportivos que aconteceram, sairá satisfeito com o que viu. Tênis, vôlei, automobilismo, motociclismo, luta, ciclismo, e, claro, futebol.
Wimbledon, o torneio mais tradicional do tênis mundial, viu conquistas de figuras importantes no cenário do esporte. Serena Williams voltou a conquistar um Grand Slam, foi o 14º de sua carreira. Ela também conquistou o título de duplas ao lado da irmã Venus. No masculino, Roger Federer igualou a marca de Pete Sampras ao vencer pela sétima vez nas gramas londrinas. É seu 17º Grand Slam. Recorde absoluto na história. Ele bateu o britânico Andy Murray por 3 sets a 1 em pouco menos de 3 horas e meia. Além disso, voltou a ser o primeiro no ranking mundial, que ficará por pelo menos mais uma semana, sendo a 286ª da carreira, outro recorde igualado de Pete Sampras. O último Grand Slam de Federer tinha sido o Australian Open de 2010. De quebra, ainda se candidata como favorito para conquistar o ouro olímpico, já que o torneio acontecerá nas mesmas gramas de Wimbledon, daqui há três semanas.
Na Polônia, a dona da casa venceu pela primeira vez a Liga Mundial, superando os Estados Unidos por 3 set a 0. O Brasil teve seu pior desempenho desde quando Bernardinho assumiu o comando da Seleção. Um sinal preocupante para as Olimpíadas, já que o torneio era encarado como preparatório para a competição em Londres. Tanto a masculina como a feminina chegam contestadas para os Jogos. Dentro de alguns dias deve sair a escalação das duas seleções e saberemos quem representará o país.
As corridas foram animada hoje. Na Fórmula 1, Mark Webber venceu a segunda na temporada, no circuito de Silverstone, na Inglaterra. Ele se aproveitou da melhor estratégia de uso dos pneus e passou Fernando Alonso nas últimas voltas. Vettel completou o pódio, em terceiro. Felipe Massa fez uma corrida consistente e terminou em quarto, melhor resultado desde o GP da Coreia do Sul, em outubro de 2010. Alonso lidera o campeonato com 129 pontos, contra 116 de Webber e 100 de Vettel. A RBR lidera os construtores com 216 pontos, Ferrari 156 e a Lotus tem 144. Nessa temporada supreendente da F1, ninguém conseguiu vencer duas provas seguidas, o que torna cada vez mais imprevisível fazer qualquer prognóstico. A próxima corrida será dia 22, daqui duas semanas, no circuito de Hockenheim, na Alemanha.
Ainda nas pistas, pela GP2, o brasileiro Luiz Razia venceu sua quarta corrida na temporada. A corrida, que foi prévia da F1, teve Davide Valsecchi em segundo e outro brasileiro, Felipe Nasr completando o pódio. Razia lidera o campeonato com 165 pontos, seis a mais que o italiano Valsecchi.
Para completar os carros, Ryan Hunter-Ray venceu na Indy, na etapa de Toronto, circuito de rua. Tony Kanaan chegou em quarto, Hélio Castroneves, sexto e Rubens Barrichello, em 11º. Will Power lidera com 286 pontos, três a mais que Hunter-Ray.
Nas motos, Casey Stoner caiu na última volta e deixou a vitória cair no colo de Daniel Pedrosa, seu companheiro de equipe. Foi a primeira vitória do espanhol, que é vice-líder do campeonato, atrás de Jorge Lorenzo.
Para completar nas estradas, ainda teve duas etapas do Tour de France. Bradley Wiggins continua liderando desde a 6ª etapa, quando assumiu a camisa amarela.
Não dá para deixar de comentar da luta do Anderson Silva que venceu no segundo round o falastrão Chael Sonnen. É impressionante a superioridade que o brasileiro tem dentro da categoria, defendendo pela décima vez o cinturão de campeão e a facilidade que tem de se adaptar as diversas situações da luta. No primeiro assalto, o americano engrossou e conseguiu dominar a luta no chão, mas Silva conseguiu se safar, pois Sonnen tinha encaixado a guarda no final, mas não deu tempo de desferir bons golpes. No segundo, Sonnen tentou a mesma tática mas Silva conseguiu se esquivar, contou com um pouco de sorte, quando o americano tentou um soco giratório e tropeçou nas pernas do brasileiro, que não teve piedade e castigou com joelhada e socos até Chael não ter mais condições de lutas.
Para encerrar, ainda teve rodada do Brasileirão, com o centenário do Fla-Flu e Fred decidindo a favor do Tricolor das Laranjeiras. Atlético-MG, Vasco e Flu que parecem despontar nesta primeira fase do campeonato. Há de se aguardar mais algumas rodadas para ver se mantêm o fôlego.

Espanha bicampeã europeia

Publicado  segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ontem a final da Euro foi um massacre daqueles que nunca mais serão esquecidos. 4 a 0 da Espanha em cima da Itália mostrou uma superioridade que já era imaginada, mas não era esperada tamanha diferença. O estádio Olímpico de Kiev viu um time jogar bola e outro se contentar em aprender um pouco. Da mesma forma que o Santos no final do ano passado aprendeu a jogar um pouco mais com o Barcelona, a Seleção espanhola deu um "bailetelli" nos italianos.
David Silva e Jordi Alba, no primeiro tempo e Fernando Torres e Juan Mata, no segundo, decretaram a maior goleada das finais da Euro. Foi absolutamente incontestável. Sofreu apenas um gol em toda competição, que foi justamente contra a Itáila, no 1 a 1, primeiro jogo da primeira fase. Melhor ataque da competição. Não sofre gols em jogos decisivos desde a última Euro. É a única europeia a fechar o ciclo Euro-Copa do Mundo-Euro. Joga o futebol mais eficiente possível. Foi questionada pelo modo como obtia os resultados nessa edição, mas na hora que precisou fez valer a maior qualidade em toque de bola e oportunidades convertidas. É favorita mais uma vez para conquistar a Copa em 2014, mesmo estando envelhecida, continua usufruindo de novos talentos que o Barcelona, principalmente, e outros clubes, em menor número, revelam, justificando o camponato regional como um um dos mais fortes do mundo. Teve o jogador da torneio, Iniesta, e o artilheiro, Fernando Torres, empatado em três gols, com outros jogadores.
Para a Itália, restou a Copa das Confederações a ser disputada ano que vem aqui no Brasil. Mas restou também a esperança de melhora e de continuar chegando longe nos campeonatos que disputa, pelo peso que a camisa representa.
Se tem uma lição para o Brasil, dentre as várias que a Euro deixou, é a organização dos estádios e entornos. Para a Seleção, tem muito a trabalhar, porque parece estar atrás de bastantes equipes. Espanha, Alemanha, Argentina, Uruguai e até a própria Itália. Isso em uma Copa do Mundo, siginifica ficar pelas quartas de final.