Rebeca Andrade e Mayra Aguiar conquistam duas medalhas para o Brasil, na Ginástica Artística e no Judô. Representam a realização do esforço e reconhecimento que tantas outras mulheres buscam e merecem, dentro de um país que está há anos-luz de dizer que promove igualdade de gênero nas oportunidades da vida. Mais um passo dado na luta que não pode parar.
Uma nação forte passa, necessariamente, pelas mãos e pés de mulheres fortes que essa nação comporta. Assim é quando ocorre guerras, questões sanitárias ou conquistas esportivas. Hoje o Brasil acordou mais forte por causa de muitas mulheres que estão batalhando e se expondo, longe de suas famílias e amigos, do outro lado do mundo, para honrar a bandeira verde e amarela. As conquistas foram individuais, mas representam outras tantas atletas de esportes coletivos, técnicas, profissionais da delegação, jornalistas na cobertura e as mais de 100 milhões de brasileiras que continuam a batalha por aqui.
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| Foto: Julio Cesar Guimarães/COB | 
O bronze no judô com a gaúcha Mayra Aguiar, na categoria até 78 kg, veio com uma campanha que oscilou da vitória fácil na primeira rodada contra a israelense, passou pela derrota doída nas quarta para a alemã e pela recuperação mental para seguir com seu objetivo. Mostrou força contra uma escola dura como a russa e terminou com um sorriso depois de imobilizar a sul-coreana e aplicá-la ippon. É simplesmente a única brasileira a subir no pódio olímpico, em um esporte individual, por três Olimpíadas seguidas (Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020).
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| Foto: Jonne Roriz/COB | 
A prata da guarulhense Rebeca Andrade, na Ginástica Artística individual geral, tem uma representatividade igualmente importante, porque diz de uma negra que venceu na vida, que superou cirurgias de ligamento cruzado do joelho, falta de estrutura e se colocou entre uma americana e uma russa, duas potências do esporte, para dizer que é a segunda melhor do mundo. Fez apresentações impecáveis no salto, nas barras paralelas e na temível trave, com uma nota revisada para cima. Se não cometesse erros no solo, tinha chances reais do ouro. Pode ter sido um pouco de nervosismo ou ansiedade, mas vem para lhe fortalecer para as finais por aparelho que ainda vai disputar. E é uma medalha inédita, que Daiane dos Santos e outras que vieram antes trilharam esse caminho, mas não foram congratuladas em Jogos Olímpicos.
Hoje não faltaram histórias de mulheres brasileiras fantásticas. O vôlei feminino somou sua terceira vitória em três partidas e segue firme para classificação no grupo. A vítima da vez foi o Japão que perdeu por 3 sets a 0. Mas a vitória não veio sem um momento traumático. Durante o terceiro set, a levantadora Macris virou o tornozelo e saiu chorando de quadra. Fica ainda a torcida para que possa voltar nas fases decisivas e continuar ajudando o time.
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| Foto: Wander Roberto/COB | 
Ana Sátila fez o segundo melhor tempo na Canoagem Slalom C-1 na semifinal e tornou-se a primeira brasileira a chegar entre as dez melhores. Infelizmente, não passou em um dos portões na final e teve 50 segundos acrescidos a seu tempo, terminando na décima colocação. A bicampeã mundial terá mais três anos para ser mais uma mulher a reescrever sua trajetória em Jogos Olímpicos.
Assim como Priscilla Stevaux Carnaval, que não avançou no Ciclismo BMX corrida, ou Grazielli de Jesus, que não passou das oitavas no Boxe peso mosca. Ou ainda Ane Marcelle dos Santos, que venceu a primeira no Tiro com Arco e perdeu a segunda.
A inspiração pode vir de Laura Pigossi e Luisa Stefani, que perderam hoje na semifinal do Tênis duplas, mas ainda disputarão o bronze. Ou do Handebol, que perdeu hoje para a Espanha por 27 a 23, mas ainda tem chance precisando de uma vitória contra França ou Suécia nos dois últimos jogos do grupo. Ou de Ágatha e Duda, que se recuperaram e venceram a segunda no Vôlei de Praia e classificaram-se para as oitavas. Ainda podem olhar para as Yaras do Rugby de 7, que mesmo perdendo os dois primeiros jogos, são motivo de orgulho só de estarem lá representando um continente inteiro.
Resumo do dia
Vamos direto às medalhas:
- > Canoagem Slalom C-1 fem. - (AUS > GBR > ALE);
- > Esgrima Florete por equipes fem. - (RUS > FRA > ITA);
- > Judô até 78 kg fem. - (JAP > FRA > BRA/ALE) // até 100 kg masc. - (JAP > KOR > RUS/POR);
- > Natação 800m livre masc. - (EUA > ITA > UCR) // 200m peito masc. - (AUS* > HOL > FIN) // 200m borboleta fem. - (CHN* > EUA > EUA) // 100m livre masc. (EUA* > AUS > RUS) // RE. 4x200m livre fem. - (CHN** > EUA > AUS);
- > Remo dois sem masc. - (CRO > ROM > DIN) // dois sem fem. - (NZL > RUS > CAN) // skiff duplo leve masc. - (IRL > ALE > ITA) // skiff duplo leve fem. - (ITA > FRA > HOL);
- > Tiro Esportivo trap fem. - (SVK* > EUA > SMR) // trap masc. - (CZE* > CZE > GBR) e;
- > Tênis de Mesa individual fem. - (CHN > CHN > JAP).
Brasileiros
>Pelo Ciclismo BMX prova de corrida, Renato Rezende ficou em terceiro no somatório de sua bateria e classificou-se para a semifinal.
>Na única participação em finais da Natação de hoje, Guilherme Costa ficou com o oitavo tempo dos 800m livre. Nas eliminatórias, participações brasileiras em três provas, mas nenhuma avançou para as fases decisivas.
>Verthein Ferreira fez o quinto tempo na semifinal do Remo skiff simples e não classificou-se para a final da prova. É o melhor desempenho de um brasileiro na prova. Ainda vai disputar a final B, que define de 7º a 12º lugares.
>Hebert Conceição venceu por decisão dividida no Boxe peso médio e avançou para as quartas.
>Rafael Buzacarini perdeu na primeira luta do Judô até 100 kg e não pôde ir até a repescagem.
>Também no Vôlei de Praia, a dupla Alison/Álvaro Filho venceram os holandeses por 2 sets a 0 e vão para as oitavas como melhor dupla do grupo.
>Vela: Nacra 17 (seis regatas) - 11º // 49er (seis regatas) - 16º // 470 fem. (quatro regatas) - 5ª // Laser (oito regatas) - 4º // RS:X fem. (doze regatas) - 10ª // Finn (seis regatas) - 13º // 470 masc. (quatro regatas) - 9º.

 
 

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