Tóquio 2020 - Dia 01: A altitude equatorial faz a diferença no ciclismo de estrada

Publicado  sábado, 24 de julho de 2021


Finalmente as competições de Tóquio 2020 começaram para valer. No primeiro dia de distribuição de medalhas, algumas foram barbadas, mas Richard Carapaz ganhou destaque e surpreendeu os favoritos no ciclismo de estrada, dando a primeira medalha dourada para o Equador e para a América do Sul na modalidade.

Para quem não acompanha regularmente o ciclismo, Carapaz é considerado um dos atletas mais combativos e entra como um dos favoritos nas grandes voltas. Tanto que veio de uma terceira colocação no Tour de France acabado há uma semana. Contudo, o esloveno Tadej Pogacar foi impositivo nas estradas francesas. Somado a isso, havia a crescente performance do belga Wout van Aert. Assim, o equatoriano, que se orgulha de ter nascido e começado a pedalar nos Andes, não era apontado como o principal nome da prova deste sábado, mesmo com uma altimetria positiva de mais de quatro mil metros nos 234 km, um tipo de etapa que Richard se sente confortável.


Carapaz passou pelo percurso que escalou o Monte Fuji e chegou no circuito internacional usado para corridas de carro com o tempo de 6h05min26. Faltando 25 km, saiu em fuga com o americano Brandon McNulty e manteve cerca de 20 segundos de vantagem para o pelotão perseguidor. A pouco mais de seis quilômetros da linha de chegada, deu uma investida, deixou o adversário direto para trás, que acabou sucumbindo, e ganhou escapado com 1min07 de vantagem para os outros ciclistas. Van Aert superou Pogacar na linha final para assegurar a prata e o esloveno teve que se contentar com o bronze.

A história é fantástica porque é o campeão olímpico que surgiu de um povoado pequeno e humilde e teve a seu favor justamente a formação e resistência de pedalar em altitudes acima de três mil metros. Uma amostra que é possível dar a volta por cima uma semana depois de um resultado inesperado.

Resumo do dia

Zhihui Hou bateu dois recordes olímpicos e ganhou um dos três ouros da China no primeiro dia

O dia teve mais dez pódios em disputa. A China já mostrou sua foça logo de cara. Qian Yang bateu o record olímpico do Tiro Esportivo, na competição de Carabina de ar 10m feminino. E já deixou o país asiático na liderança do quadro de medalhas.

Ainda no Tiro, o brasileiro Felipe Wu, prata no Rio-2016, não avançou às finais da competição de Pistola de ar 10m masculino, terminou na 32ª colocação e encerrou a participação brasileira na modalidade. O iraniano Javad Foroughi ficou com o ouro, também superando o record olímpico da prova.

O Japão justificou ser o favoritismo no Judô. Naohisa Takato venceu no masculino até 60 kg e Funa Tonaki perdeu a final feminina até 48 kg para a atual campeã mundial Distria Krasniqi, do Kosovo. Essas duas medalhas deixam o país-sede em segundo no quadro, empatado com a Itália. O país da bota teve sua maior glória no Taekwondo masculino até 58 kg, com Vito Dell'Aquila, e a prata, com Luigi Samele, na Esgrima, modalidade sabre individual. O ouro ficou com o húngaro Áron Szilágyi.

Ao todo, 28 países subiram no pódio pelo menos uma vez no primeiro dia. Curiosamente, potências como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e Alemanha, não estão entre os laureados. Em compensação, Equador, Irã, Kosovo, Tailândia tiveram seus momentos de protagonismo.

A estreia ficou por conta do Basquete 3 x 3 nos Jogos Olímpicos. Para ambos os gêneros já aconteceram duas rodadas da fase de grupos. A modalidade mostrou-se bastante dinâmica e atraente quando puder ter público no futuro. Entre as mulheres, duas vitórias para os Estados Unidos e o Comitê Olímpico Russo. Entre os homens, apenas a Sérvia manteve-se invicta. Ainda tem mais três dias nessa fase, antes dos momentos decisivos.

Brasileiros

Foto: Alexandre Castello Branco/COB

A esgrimista Nathalie Moellhausen, atual campeã mundial do evento espada, perdeu logo na primeira luta contra a italiana Rossella Flamingo e ficou fora da disputa de medalhas.

As primeiras aparições de esportes individuais, além do Tiro e da Esgrima foram no Judô, mas Eric Takabatake e Gabriela Chibana tiveram desempenhos iguais, tendo vencido suas primeiras rodadas, mas sendo eliminados na fase seguinte.

O dia começou com o time de Handebol masculino surpreendendo e fazendo jogo duro contra a Noruega. Até viraram o primeiro tempo em vantagem (13-12), mas passaram muito tempo sem balançar a rede adversária e perderem por 27 a 24 na primeira rodada do grupo A.

No Vôlei de Praia, duas vitórias sobre a Argentina. No masculino, Alison e Álvaro Filho, e no feminino, Ágatha e Duda, venceram por 2 sets a 0 os hermanos.

O Tênis feminino trouxe uma vitória da dupla Luísa Stefani e Laura Pigossi sobre a dupla canadense e avançaram para a próxima fase. Já no masculino, duas derrotas de simples e uma de duplas: Thiago Monteiro foi facilmente batido, assim como também sucumbiram a dupla de Marcelos (Melo e Demoliner). João Menezes fez uma partida memorável contra Marin Cilic, da Croácia, mais caiu depois de quase três horas e meia de batalha nas quadras japonesas.

O time de Vôlei masculino bateu a Tunísia na primeira rodada do grupo B, por 3 sets a 0 (25/22, 25/20 e 25/15).

Jéssica Yamada estreou com derrota no Tênis de Mesa individual, 4 sets a 2 para a suíça Rachel Moret.

Nathasha Rosa fez um acumulado de 173 kg no levantamento de peso, categoria até 49 kg, e ficou com o 9º lugar geral.

O time feminino de Futebol conquistou um empate importante contra a Holanda. O placar foi de 3 a 3. Somado à goleada da primeira rodada por 5 a 0 na China, deram um importante passo para tentar se classificarem em primeiro de seu grupo.

Nas primeiras eliminatórias da natação, o revezamento 4 x 100m livre feminino, ficou em sexto em sua bateria, 12º tempo geral e não avançou para a final da prova. Assim como Guilherme Costa nos 400m livre, que ficou com a 11ª melhor marca. Já nos 100m peito, Caio Pumputis ficou em 34º no geral, mas Felipe Lima trouxe a boa notícia da classificação para as semis, com o 8º tempo geral, 59s17, sua melhor marca na carreira.

Por fim, apesar da seleção masculina de Ginástica Artística não conquistar a vaga na final por equipes, levou quatro atletas às finais individuais: Arthur Zanetti, nas argolas, Caio Souza no salto e no geral, assim como Diogo Soares, no geral.

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