Gol de goleiro

Publicado  quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Geralmente, a hora de um goleiro brilhar na partida é com uma defesa, quando evita um gol certo. Há goleiros, como Rogério Ceni e Chilavert, que se especializam em bater faltas e pênaltis, têm destaque ao marcar gols na carreira. Mas um grande momento é quando um time está com um resultado desfavorável e, num ato de desespero de reverter isso, o goleiro vai à área adversária para tentar um cabeceio na última bola do jogo. Só que teve um jogo que isso foi um pouco diferente.
Era para ser uma estreia comum no campeonato holandês, nesta terça, em que o poderoso PSV, multi-campeão no país, venceria o inexpressivo Ado Den Haag, mesmo jogando fora de casa. A partida estava 2 a 1 para o time visitante. Perto dos 50 minutos do segundo tempo, no final dos acréscimos, o goleiro Martin Hansen fez isso aqui.
Impressionante! Golaço!
Se não é o gol mais bonito do ano, está entre aqueles que devem concorrer ao prêmio Puskas dado pela FIFA, na cerimônia dos melhores da temporada.
O grau de dificuldade de um gol de letra é gigantesco já para jogadores de linha, mesmo os mais habilidosos. Para um goleiro, por mais que seja acostumado a treinar situações com os pés, é ainda maior.
Imagino que o time do Ado não tenha grandes pretensões para a temporada que se iniciou na Europa, mas seu goleiro já protagonizou um momento fantástico no futebol.

Brasil não rende bem em Kazan

Publicado  segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O Mundial de Esportes Aquáticos acabou neste domingo e o Brasil terminou sua participação com sete medalhas, as três da Ana Marcela Cunha nas maratonas aquáticas e mais quatro na natação, o que fez o país se posicionar em 13º no ranking. Foi um ouro, quatro pratas e dois bronzes.
A China terminou como a grande campeã geral com 35 medalhas no total. sendo 15 ouros. Os Estados Unidos ficaram em segundo, com 33 conquistas, 13 douradas. E a Rússia, como anfitriã, fez um bom papel ao ficar no terceiro posto, 17 vezes no pódio, com 9 vezes no lugar mais alto.
Falando especificamente da natação, o Thiago Pereira foi prata nos 200m medley, Nicholas Santos teve o mesmo resultado nos 50m borboleta, assim como Etiene Medeiros nos 50m costas, se tornando a primeira brasileira a ganhar uma medalha em mundiais de piscina longa. Por fim, Bruno Fratus ficou com o bronze nos 50m livre. Além das conquistas, tiveram mais seis finais com participações brasileiras. 
Como é o campeonato mais importante, tirando as Olimpíadas, o desempenho foi mediano para baixo, até porque os dois principais nomes Cesar Cielo e Felipe França não obtiveram resultados competitivos, Cielo, inclusive, teve diagnosticado uma lesão no ombro e teve que abandonar o mundial antes do fim. Os brasileiros podem ter sido prejudicados assim como todos os outros americanos, por conta do Pan ser em Toronto e o mundial com o fuso horário bem à frente em Kazan. Aliás, algo interessante e frustrante ao mesmo tempo ocorreu. Muitos brasileiros não conseguiram repetir seus tempos obtidos no Canadá, se tivessem feito, haveria mais participações em finais.
Os Estados Unidos, apesar de terem vencido com 23 medalhas, foram "apenas" 8 ouros. Um desempenho também abaixo do esperado. Não tiveram Michael Phelps, que certamente venceria algumas provas. Ryan Lochte e Nathan Adrian não estiveram bem, Missy Franklin e Katie Ledecky levaram o time nas costas. Mas não é bom subestimá-los. São os mais velozes e serão destaques no Rio. Outros países a se destacar: a Austrália voltou a mostrar força e ficar em segundo. Duas nações que aproveitaram muito bem o fato de sediar uma edição dos Jogos Olímpicos, a China e o Reino Unido, fizeram ter ótimo desempenho e ficaram em terceiro e quarto, respectivamente. Por último, há os países que produzem um nadador bom em algumas provas e se elevam, como a Hungria com Katinka Rosszu e László Cseh, a França com Florent Manaudou, a Itália com Federica Peregrini, a África do Sul com Chad Le Clos, e outros, Suécia, Japão. São países que figuraram entre os primeiros e terão suas bandeiras hasteadas.
Para o Brasil, uma pena que apenas as conquistas de Thiago Pereira e Bruno Fratus valeriam se fosse nas Olimpíadas. Ainda dá para melhorar em um ano de preparação com o troféu José Finkel, o Maria Lenk e o Pan-Pacífico.

A história de uma Libertadores

Publicado  quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Uma Libertadores da América pode ser contada de diversas maneiras. Pode-se contar através dos países participantes, o grupo dos argentinos, o grupo dos brasileiros. Pode-se contar pelos multicampeões, como o Independiente e o, sempre temido, Boca Juniors. Ou pode-se contar através dos estreantes que sempre podem causar surpresas, como foi o semifinalista Guaraní do Paraguai.
Mas contar sob a perspectiva do campeão, ou melhor, do tricampeão River Plate é a mais interessante nesse ano. Não foi nada fácil chegar até esta quarta no Monumental de Nuñes para enfrentar e vencer o Tigres do México por 3 a 0.
Mas essa competição começou muito tempo antes para os Millonarios. Essa história inicia-se em 2011, quando passaram pelo maior drama de sua vida, ao serem rebaixados para a série B do campeonato argentino. Era algo impensável, já que o sistema de média de pontos foi criado justamente para favorecer os times mais tradicionais e que era bem difícil deles descenderem. No entanto, o River conseguiu tal feito e teve que passar a temporada seguinte jogando a divisão inferior e aguentando humilhação dos adversários.
A volta por cima partiu com a conquista do campeonato Clausura de 2014, o segundo turno do torneio nacional, disputado no primeiro semestre do ano, foi o 35º triunfo do maior vencedor de Argentinos. No final do ano, veio um grande feito inédito, ao ganhar a Copa Sul-Americana de forma invicta. Aproveitando a ótima fase, esse ano começou levantando mais um troféu: a Recopa Sul-Americana, em cima do San Lorenzo, o time do Papa.
Nessa Libertadores, o River Plate esteve a ponto de não se classificar para as finais. Estava no grupo que o mesmo Tigres que viera a enfrentar na final, porém, na quinta rodada da fase de grupos, vinha de uma derrota e três empates, conseguiu arrancar um empate no México, que lhe deu uma sobrevida. Finalmente, venceu na última rodada e se classificou em último entre os 16.
Pelas combinações de resultado, iria pegar o melhor classificado, ironicamente seu maior rival, Boca Juniors. Foi um episódio marcante, já que os dois duelos serão lembrados pelo excesso de violência e pela idiotice da torcida xenese. O River teve a vantagem mínima no primeiro jogo, em casa. Na Bombonera, estava empatado sem gols, na volta para o segundo tempo, a fanática torcida boquense jogou gás de pimenta no túnel de acesso dos jogadores rivais e não houve condições de continuar a partida. A Comenbol decidiu excluí-los e o River passou.
Depois, a vida não foi facilitada, já que teve que superar nada menos que o atual bicampeão brasileiro, Cruzeiro. Perdeu o primeiro jogo em casa, mas não só recuperou-se fora, como também aplicou um avassalador 3 a 0, um novo Minerazo, menos de um ano depois do fatídico 7 a 1. 
Teve a pausa para a Copa América. Mas o River voltou confiante e não deu chance ao azar contra a zebra Guaraní. Ganhou em casa e segurou o empate fora. Com isso, já tinha garantido lugar no Mundial de Clubes do fim do ano, já que o Tigres, tendo passado para a final no outro lado, não poderia ir ao torneio, por ser um dos mexicanos convidados pela organização.
Mas não bastava. Foi preciso ganhar da segunda melhor campanha. Infelizmente, o regulamento não permitiu que o time convidado decidisse em casa. Assim, o River teve a vantagem de decidir ao lado de mais de 67 mil pessoas, que não pararam de cantar um segundo sequer. Apesar de terem sofrido pressão, os 3 a 0 foram incontestáveis.
19 anos após a última ida à final e a última conquista, o River voltou definitivamente a ser grande e mostrar respeito no continente. Metade de Buenos Aires está em festa, sem previsões para acabar.
As equipes argentinas aproveitam o ótimo momento que vive sua Seleção, com o vice-campeonato mundial do ano passado e a conquista das Américas mais recentemente. Ano passado, foi o San Lorenzo, este o River deu as cartas. Houve uma sequência anterior em que os brasileiros dominaram. Será a vez dos hermanos?

Brasileira leva três medalhas em Kazan

Publicado  domingo, 2 de agosto de 2015

Está acontecendo o mundial de esportes aquáticos em Kazan, na Rússia. Primeiro grande evento pós-Pan, diria um choque de realidade para boa parte dos atletas que estiveram em Toronto. Nele, engloba as modalidades de saltos ornamentais, salto em altura, nado sincronizado, pólo aquático, natação e maratona aquática.
Foi justamente nesta última que surgiram as primeiras medalhas para o Brasil. A autora das conquistas foi Ana Marcela Cunha, que ganhou bronze na prova de 10km, prova olímpica, prata na prova de equipe de 5km e, neste sábado, ouro na prova de 25km, com o tempo de 5h13min47s. A baiana de 23 anos se consagrou bicampeã mundial desta distância, tendo vencido a primeira vez no mundial de quatro anos atrás em Xangai, na China.
Além das medalhas, Ana Marcela se classificou para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Junto com ela, Poliana Okimoto e Allan do Carmo também garantiram suas vagas, já que terminaram entre os dez primeiros na prova dos 10km. São nomes que certamente figuram entre os favoritos e podem ajudar o país com novas conquistas em casa.
O quadro geral de medalhas, até o momento, tem a China na liderança com 8 ouros, 9 pratas e 3 bronzes, com domínio total nos saltos ornamentais. Os donos da casa estão em segundo, empatados em 8 ouros, mas com 3 pratas e 1 bronze, com excelência quase total no nado sincronizado. O Brasil está em sexto, com essas medalhas da Ana Marcela. Mas o quadro tende a mudar bastante com as competições de natação que começam neste domingo e vão até semana que vem.
Uma análise comparativa entre o Pan e o mundial, nas modalidades que já se encerraram ou estão por terminar: nos saltos ornamentais, o México liderou o quadro, com 9 medalhas, sendo 5 de ouro, Canadá em segundo, também com 9 medalhas, sendo 2 de ouro, o Brasil ficou em quinto com apenas uma prata, na frente dos Estados Unidos; no mundial, os canadenses são os primeiros da América com 3 pratas, México apenas uma prata e os norte-americanos com um bronze.
No nado sincronizado, ficou Canadá com dois ouros, México com duas pratas e Estados Unidos com dois bronzes; em Kazan, apenas os Estados Unidos figuram entre os medalhistas, lembrando que nesta edição do mundial foram disputadas 9 competições e na Olimpíada são apenas 2.
Por fim, as maratonas se aproximam em termos de resultados, já que os Estados Unidos dominaram no Pan e também no mundial. Venezuela e Equador, apareceram no Pan, muito por conta de não ter os principais brasileiros, não apareceram no mundial, o Brasil foi o outro país do continente que figurou entre os melhores.
Por isso que muitas vezes os parâmetros continentais não valem tanto, mas podem ser um indicativo, caso haja um país que seja referência mundial em determinada modalidade.