O grande jogo do campeonato Paulista

Publicado  quarta-feira, 30 de março de 2011

Já se passaram três dias, mas tenho que comentar sobre o jogo emocionante entre São Paulo e Corinthians. Não foi tecnicamente brilhante, longe disso. As rivalidades entre as duas equipes, que são promovidas pelas diretorias, tem estado presente dentro de campo, tornando os embates truncados e feios de se assistir. De qualquer forma é um clássico que entra para história por todos os motivos que deveria entrar.
Primeiramente, o Tricolor quebrou o tabú que durava quatro anos sem vencer o rival, com o triunfo por 2 a 1. Foi a primeira vez que teve o Majestoso na Arena Barueri. Mas não tem como, o fato mais importante foi o gol 100 do goleiro-artilheiro Rogério Ceni. Uma marca especial e impressionante. Foi o gol da vitória, contra o maior rival, de grande dificuldade, pois além de ser da falta, ainda foi de um ângulo desfavorável e um goleiro que está em grande fase do outro lado, todos os fatores que pesaram contra. Confira o que ele falou em entrevista para a TV Lance! no dia seguinte: Rogério fala porque a bola entrou 
Depois disso foi uma explosão de alegria. Tirou a camisa, foi celebrado por todos os companheiros e tomou cartão amarelo. Mas não importava. A história estava escrita com o número 100. Para o bem do futebol, tinha que ter acontecido em uma vitória, não em empate ou derrota. Culminou de ser contra o Corinthians, o que torna o fato maior ainda, não teria a dimensão que teve se fosse contra Mirassol, Bragantino ou Paulista, com todo o respeito aos clubes do interior.
O jogo ainda teve um gol de fora da área de Dagoberto, que tem jogado seu melhor futebol, e outro de Dentinho também com um disparo de longa distância. Alessandro e o próprio Dentinho foram expulsos pelo Timão e Dagol, pelo São Paulo.
O Rogério ainda fez algumas defesas espetaculares, salvando o time de sofrer empate e, consequentemente, derrota.
Resta dar os parabéns a Rogério e qualquer homenagem é pouca para a grandiosidade do fato.  O goleiro que tem 38 anos e inúmeros títulos na carreira. Hoje é o melhor batedor de faltas do país, an minha opinião. Eu diria que é comparável ao milésimo gol de Pelé, guardadas as devidas proporções da qualidade de cada um. Veja a narração do gol


Tudo igual na Fórmula 1

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O ano da Fórmula 1 prometia mudanças, mais disputas, mais ultrapassagens, mais alternativas de estratégias, mas mesmo com os recursos tecnológicos acrescidos nos carros, o GP da Austrália teve como resultado quase um prolongamento do final do campeonato passado. Sebastian Vettel foi o grande vencedor e a Red Bull mostrou que ainda é a mais veloz. Foi sua 11ª vitória.
O que mudou: a volta do Kers, que armazena energia e devolve em potência, não foi tão eficiente, prova disso que a Red Bull não usou e foi melhor do que quem usou. Asa traseira móvel, que permite menos arrasto aerodinâmico, usado na reta principal por quem está atrás para ultrapassar um adversário que esteja a menos de um segundo, também não funcionou bem, já que a reta de Albert Park não é tão longa assim. Os pneus, que são fornecidos agora pela Pirelli, tem uma queda brusca de rendimento e obriga mais paradas nos boxes, esses foram interessantes, mas não tanto como promete numa pista tipo Malásia, mais quente e abrasiva. Dos pilotos novatos, o mexicano Sergio Perez foi o melhor e conseguiu um sétimo lugar com sua Sauber. Porém, ele e seu companheiro, Kobayashi, que chegou logo em seguida, foram desclassificados por conta de irregularidades no carro. Assim, o britânico da Force India, Paul di Resta foi o melhor, herdando a décima posição e um ponto.
Vettel comemora 1ª vitória no ano
O que não mudou: além da vitória de Vettel, quase de ponta a ponta, sem a menor preocupação com outros pilotos, teve Hamilton colocando a McLaren como segunda força. Uma Renault de intrusa, bem posicionada, desta vez é Petrov que chegou em terceiro, teve seu primeiro pódio e pôde desenvolver bom trabalho com a ausência de Kubica, ainda se recuperando do grave acidente que sofreu no começo do ano. Outros fatos que não mudaram: o Massa largar bem e ceder posição para o Alonso em um ponto crucial da corrida para que o espanhol obtenha o maior número de pontos no início e tenha condições de brigar pelo título quando o carro estiver melhor. O brasileiro herdou o sétimo lugar e Alonso chegou em quarto. Mark Webber e Jenson Button continuam coadjuvantes em suas equipes, quinto e sexto, respectivamente. E finalmente, Rubens Barrichello continua o piloto mais azarado da F1. Na largada, entre os toques, ele fugiu mas espalhou e foi na brita, caindo para último. Fez uma corrida de recuperação e estava em nono e ia ultrapassar Rosberg, tocou no alemão, só ele rodou e teve que cumprir punição por conta disso. Parou com problemas no câmbio. Os alemães da Mercedes, Rosberg e Schumacher, também não completaram.
A próxima corrida é dia 10 de abril, na Malásia com esperanças de melhoras, mas com a certeza de bastante calor.

20 anos de uma conquista épica

Publicado  domingo, 27 de março de 2011

Senna num último esforço para erguer o troféu
A primeira vitória de Ayrton Senna em Interlagos aconteceu em 24 de março de 1991 e foi celebrada essa semana. Este pequeno texto é mais uma homenagem a um triunfo épico, sofrido. Ele pilotava a McLaren branca e vermelha, eternizada nas disputas contra seu maior rival, Alain Prost. Tinha uma carga de responsabilidade, devido a tentativas frustradas de anos anteriores. A conquista demandou um esforço tamanho que o brasileiro mal conseguia levantar o troféu no pódio.
Ayrton largou na pole e abriu vantagem grande nas primeiras voltas. Mas não podia acabar sem dificuldades. Faltando 20 voltas para o final perdeu a quarta marcha. Mais algumas e perdeu a quinta e a terceira. Começou o desgaste físico, ele mesmo admitiu depois da corrida, doía braços, ombros, costas. Teve que ser atendido ainda na pista, logo após cruzar a linha de chegada. Aliás, como diz o narrador, "de ponta a ponta".
O piloto ainda conseguiria mais um triunfo dois anos depois, com direito a invasão de pista e ser carregado nos braços. Eu tinha três anos de idade, não pude ver ao vivo, mas vi em vídeo algumas dezenas de vezes e não me canso de repetir a história. Das 41 vitórias na carreira, essa merece um lugar de destaque.
Alguns detalhes: choveu e ele terminou com pista molhada e apenas com a sexta marcha, na volta final ele já levantava o braço na reta oposta para comemorar. Confira a transmissão da última volta

Champions League chega às quartas

Publicado  quarta-feira, 23 de março de 2011

Antes de dar meus palpites para esse estágio da competição, gostaria de comentar a respeito das oitavas da principal competição de clubes do planeta. Já houve alguns confrontos interessantes, como por exemplo Arsenal e Barcelona, Real Madrid e seu trauma Lyon, e o mais esperado, reeditando a final do ano passado, Internazionale e Bayern de Munique. Consequentemente, equipes consideradas favoritas para chegarem até semifinais, já ficaram pelo caminho.
Talvez as maiores surpresas ficaram por conta de Milan e Roma, que foram desclassificados por Tottenham e Shakhtar Donetsk, respectivamente. Os dois italianos perderam em casa no jogo de ida e se complicaram e não conseguiram recuperar. O time inglês venceu por 1 a 0 e depois empatou 0 a 0. O ucraniano fez um placar agregado de 6 a 2.
As barbadas inglesas Manchester United e Chelsea não tiveram grandes problemas em seus confrontos e superaram Olympique de Marseille e Copenhagem, os diabos vermelhos com vitória em casa e os londrinos com vitória fora.
A incógnita da rodada e desejo de todos os outros que passaram ficou por conta de Shalke 04 e Valência, com o alemão levando a melhor. Real e Lyon já estão criando uma tradição de se enfrentarem nos playoffs da Champions. O Lyon até segurou Cristiano Ronaldo e toda trupe na França, mas no Santiago Bernabeu não teve como, 3 a 0. Superando a eliminação da temporada anterior.
E os grandes confrontos justificaram o status, realmente foram muito grandes. Arsenal tinha a árdua missão de passar pelos catalãos do Barcelona. Venceu o primeiro jogo em Wembley, de virada e deu esperanças a seu torcedor, mas o Barça tem um cidadão chamado Messi e o golaço que ele fez, chapelando o goleiro já valeria por todo o jogo. Teve mais do melhor time do mundo e o resultado foi 3 a 1, no Camp Nou. É uma pena pelo Arsenal, pois apresentou um futebol tão vistoso quanto o adversário, mas está criando uma estigma de "eterna promessa".
No último embate, o Bayern vinha com sede de vingança por conta da final do ano passado. Venceu no San Siro por 1 a 0. Na Alemanha, a partida teve duas viradas épicas, a Inter fez o primeiro no começo. O 'demônio' Robben desequilibrou e ajudou seus companheiros na primeira virada. Mas do outro lado tinha Sneijder inspirado. Mostrou porque é um dos melhores do mundo. Fez um gol. Pandeev sacramentou a classificação italiana.
Agora os confrontos com meus palpites:
  • Real Madrid x Tottenhan - Real é amplo favorito, mesmo o time inglês sendo bastante interessante de se ver jogar. Cristiano Ronaldo é o fator de desequilibrio, mesmo achando que ele se omite nos jogos mais decisivos. É hora de provar ao contrário;
  • Intenazionale x Shalke 04 - como falei, quem pegasse o time alemão teria a vida facilitada. A atual campeã mundial segue para as semis;
  • Chelsea x Manchester - é clássico e, por isso, é duelo mais equilibrado, não há favoritos. Para não ficar em cima do muro, acredito que o Shrek (Rooney) deve fazer a diferença e o peso da camisa vermelha deve prevalecer;
  • Barcelona x Shakhtar - é engraçado o vídeo divulgado na rede (Veja aqui) com a decepção dos ucranianos assitindo ao sorteio e desanimando ao conhecer seu adversário. Barcelona passa muito fácil, atropela.

Qual a velocidade que o ser humano consegue ver?

Publicado  quarta-feira, 9 de março de 2011

Depois da folga do Carnaval, estou aos poucos me reiterando dos assuntos principais do mundo do esporte. Talvez o mais surpreendente foi a notícia da quebra de um record. O tenista croata Ivo Karlovic sacou a 251km/h, no sábado, em partida válida pela primeira rodada da Copa Davis, na disputa de duplas. A marca anterior era do americano Andy Roddick que, em 2004, registrou 249,4km/h de saque. O croata tem 32 anos, 2,08m e é nº 217 do ranking. Não resolveu muito, ele e seu parceiro perderam o jogo por 3 sets a 2. Mas as questões que ficam são: Esse record conseguirá durar mais sete anos? Qual o limite de força e técnica humana? O alemão que recebeu o saque, conseguiu ver a bola chegando? Alguém da torcida viu?
Essas duas últimas perguntas podem parecer óbvias de responder, contudo são pertinentes do ponto de vista fisiológico. Com excessão de pilotos de caça e atletas acostumados com velocidades extremas, pessoas comuns têm um limite para enxergar objetos. O que se diz é que esse limite é pouco mais de 300km/h, significa dizer que com o passar dos anos, cada vez mais perto desse limite se está chegando.

Três meses com Larri

Publicado  terça-feira, 1 de março de 2011

Na última sexta-feira, num raro momento de folga, assisti a primeira semifinal do ATP 500 de Acapulco e, qual não foi a surpresa ao ver Thomaz Bellucci entre os tenistas. Ele enfrentou Nicolas Almagro e perdeu por 2 sets a 0, com parciais de 7-6 (7-4) e 6-4. Todavia, o brasileiro, que é treinado por Larri Passos, ex-técnico de Guga, jogou bem e foi possível perceber evolução de suas habilidades. Voltou a pecar por sua inconsistência de golpes e mental.
Iniciou a partida agressivamente, pressionando o espanhol. Teve chances de quebrar o serviço do oponente nos três primeiros games em que recebeu o saque de Almagro. Não o fez em nenhuma delas. Mostrou-se mais versátil na troca de bola, paciente e com inteligência para escolher a melhor opção na hora de finalizar o ponto. Levou a igualdade do placar até o tie-brake, mas cometeu erros habituais de seu jogo de antes. No segundo set, teve seu serviço quebrado e simplesmente foi conduzido até o final, sem esboçar reação.
Apesar da derrota, de três meses para cá, tempo em que está com Larri, melhorou consideravelmente. Pela primeira vez chegou a semifinal de um torneio dessa importância, mais que isso, venceu um top10, Fernando Verdasco na rodada inicial e voltou a figurar entre os 30 melhores do mundo. A expectativa é que continue evoluindo e passe sua marca anterior, a qual já foi nº 21.