A corrida inaugural da Fórmula 1 da atual temporada, às beiras do Golfo Pérsico, trouxe novidades visuais dos carros e possibilidades diferentes no que diz respeito a competição
No último domingo (20), começou a temporada 2022 da Fórmula 1 com a vitória de Charles Leclerc, da Ferrari, no GP do Barhein. A escuderia italiana fez a dobradinha com o espanhol Carlos Sainz chegando em segundo, fato que não acontecia desde Singapura 2019 ou desde 2010 no circuito bareinita. Lewis Hamilton completou o pódio, após uma boa dose de sorte nas voltas finais.
A expectativa dos amantes do automobilismo elevou-se à máxima potência depois de um final apoteótico e polêmico da última temporada com Max Verstappen conquistando o título na volta derradeira de Abu Dhabi em cima de Hamilton. Muito também era aguardado pela nova mudança de regulamento técnico dos carros, que, de tempos em tempos, a FIA promove para combater monopólios competitivos.
Para quem não viu os lançamentos dos bólidos e não acompanhou os treinos de pré-temporada, muitas surpresas foram vistas no primeiro Grande Prêmio do ano. Além de mais robustos, com pinturas mais identificáveis de cada equipe e piloto, e mais bonitos (por causa da asa traseira maior e envolvente nas rodas e das próprias, com calotas e aros maiores), os carros estão "mais grudados" na pista devido ao efeito solo da nova aerodinâmica. Com isso, uma cadeia de consequências: está melhor para quem vem atrás buscar o vácuo para facilitar a ultrapassagem, aconteceu um desgaste mais elevado dos pneus - que será um fator interessante de alternância de estratégias em cada circuito - e as suspensões terão que trabalhar mais nas retas para compensar as "golfinhadas" que as máquinas estão sofrendo ao se deslocar, isso pode significar desgastes e quebras.
Claramente, a Ferrari foi a que melhor adaptou-se às mudanças propostas. Muito era falado que o carro do ano passado era uma causa perdida e quanto mais cedo investisse recursos, melhor seriam os resultados. Dito e feito. Os italianos, que completam 75 anos de competições, largam na frente em 2022. Os dois pilotos têm habilidades semelhantes, mas o monegasco deve ter prioridade nos momentos decisivos do campeonato, já que é cria da academia de pilotos da equipe e mais promissor por mais temporadas.
Christian Horner e a Red Bull mostram novamente sua força e aparentam ser os únicos, no momento, a incomodar os "Tifosi". Contudo, a unidade de potência (antes visto apenas a montadora do motor) híbrida da Honda e com componentes próprios, ainda não é a mais confiável. Tanto que, foi a única equipe a não completar a prova, Verstappen e Sergio Perez abandonaram nas voltas finais.
A Mercedes, que dominou os últimos campeonatos de construtores, está claramente um degrau abaixo e com problema de velocidade máxima nas retas. Contar apenas com o talento de Hamilton e George Russell vai lhe permitir pontos e, com sorte, como no Barhein, algum pódio. Já foi dito que irá demorar algumas corridas para voltar a ser competitiva, resta saber se será o suficiente e terá tempo hábil para a recuperação.
A grata surpresa foi a Haas com um desempenho ótimo, principalmente com Kevin Magnussen, aparentemente sendo a quarta escuderia mais ajeitada, um grande salto para quem amargurava posições no fim do grid até ano passado. Um pouco abaixo, mas impulsionado pela unidade de potência Ferrari, vem a Alfa Romeo e a curiosidade do que o primeiro chinês da categoria, Guanyu Zhou, pode aprontar.
Quem mantém-se nos intermediários e podem sonhar com esse quarto posto são a Alpine e AlphaTauri. Pierre Gasly teve problemas e seu carro teve um princípio de incêndio, por isso a equipe italiana não esteve melhor. A consistência de Fernando Alonso pode garantir pontos para o time francês e, em uma situação muito adversa, pode pensar em postos mais altos.
No pelotão de trás, Aston Martin e Williams já estavam nessa situação e não devem surpreender, mesmo com mais 22 provas pela frente. A tristeza fica por conta da McLaren, que se juntou a esse grupo e parece ter regredido mais abaixo do que poderia se esperar. Dá impressão de ser a pior equipe neste primeiro momento da temporada.
A próxima corrida será no circuito de rua de Jeddah, na Arábia Saudita, já neste fim de semana. Uma corrida nova, que estreou no fim do ano passado, terá modificações para amenizar os problemas de estreia, não dá para apontar a Ferrari como única favorita, mas pode confirmar a ótima fase.





 
 

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