O imperador e "seu" coliseu

Publicado  quarta-feira, 19 de junho de 2013

Para aqueles saudosistas que gostavam do velho Maraca, vê-lo reformado, adequado aos padrões FIFA, pode não lhe soar muito agradável. Mas, para quem é saudosista ou não, uma coisa é certa: como é bom saber que o Maracanã está de volta, que o Rio de Janeiro, o Brasil e, porque não, o mundo poderão acompanhar grandes duelos, como nos antigos coliseus, nos domingos à tarde. O primeiro, em caráter oficial, foi no último dia 16, no segundo jogo do grupo A, entre Itália e México.
Como na antiguidade, é preciso ter um imperador, um líder que comande o espetáculo e que reja as ações do jogo. Para isso, nada melhor que a experiência e a categoria do italiano Andrea Pirlo. O camisa 21 completava cem jogos pela Squadra Azzurra. E não teria outro palco ideal para a celebração dessa marca senão no lendário Maracanã. O goleiro Buffon disse, em entrevista após a partida, que era um sonho jogar nesse estádio e que estava muito feliz pelo feito alcançado do amigo Pirlo.
Mas os duelos não são só festejos, tem o adversário do outro lado tentando triunfar. O primeiro lance de real perigo foi dos mexicanos, com um chute forte de Guardado que explodiu no travessão. Mas a Itália conta com um artilheiro brigador, um verdadeiro gladiador que não mede esforços para seu imperador, Mario Balotelli, que já havia dado trabalho para o arqueiro Corona e sofreu uma falta na entrada da área. Posição onde Pirlo é especialista em bater faltas.
Visão privilegiada de Balotelli na falta cobrada por Pirlo
Incrível foi a classe e a facilidade com que ele colocou a bola no ângulo direito do goleiro, que ao perceber que não seria possível pegar o chute, encolheu os braços ainda no salto. A Itália saia na frente aos 27 minutos de jogo. Foi o tempo que demorou para o Maracanã explodir de alegria e comemorar uma nova era de gols.
Em um vacilo do zagueiro, coisa rara para o tradicional sistema defensivo italiano, Giovani dos Santos, brasileiro naturalizado mexicano tomou a bola e sairia na cara do gol, se o mesmo zagueiro não o derrubasse dentro da área. Pênalti convertido pelo principal destaque mexicano na competição, Javier "Chicharito" Hernandez.
Pode-se falar que a Itália joga um futebol pragmático, que não tem vocação ofensiva e que joga pelo resultado, mas é um time que sabe ter paciência, não se afoba, não dá chutão para frente se livrando da bola e vence quando tem que vencer, por isso, constantemente chega às fases finais. Esse jogo foi uma prova disso, poderia muito bem ter acabado em um empate que traria complicações aos italianos. Mas no meio do segundo tempo, em um lance despretensioso, estranho, a bola foi pelo alto para a área mexicana, Balotelli trombou, brigou e chutou, a bola ainda bateu no goleiro, mas, como um golpe de misericórdia, a bola entrou, dando números finais à partida e a primeira vitória italiana na competição. Ficam na liderança juntamente com o Brasil, mas perdem no saldo de gols.
Agora, para os italianos, se vencerem o Japão e o Brasil vencer o México, já estarão classificados. Para os mexicanos, têm de vencer o Brasil para embolar o grupo. Sempre lembrando que o México é uma seleção que tem dificultado a vida dos brasileiros nos últimos encontros.
Melhor em campo: Andrea Pirlo
Veja os melhores momentos da partida aqui.

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