A ingrata tarefa de parar a Espanha

Publicado  quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quando se joga contra a atual campeã do Mundo, que tem um toque de bola refinado, que tende a ficar três quartos da partida com a bola em seus pés, é preciso saber defender muito e toda e qualquer chance que tiver tem que aproveitar.
O que fazer quando é atacante da seleção adversária? Pegue o exemplo de Luis Suárez, referência uruguaia. No primeiro tempo, não teve muito o que poderia ter feito. Com todo o gás, era preciso correr atrás, compor uma primeira linha defensiva e combater o início das jogadas espanholas. Cobrar um escanteio, bater uma falta para a área, chutar uma vez longe do gol. Foi isso de mais produtivo que ele conseguiu fazer na primeira metade, de resto viu um domínio, tão comum no time do Barcelona, 330 passes, com apenas 13 erros. Uma Espanha envolvente, quase imparável. Que tem Iniesta, Xavi, Fàbregas e Busquets no meio-campo e se dá ao luxo de deixar no banco Juan Mata, David Villa e Fernando Torres.
São tão habilidosos que precisaram apenas de um tempo e três jogadas importantes para confirmarem seu favoritismo. A primeira, Jordi Alba trouxe da esquerda e tocou para o meio, Iniesta enganou seu marcador deixando a bola passar entre as pernas, que chegou limpa até Fàbregas, que chutou livre de marcação, mas foi na trave, sorte do goleiro que não conseguiria chegar.
Pedro sai para comemorar o primeiro gol junto
ao zagueiro Sergio Ramos
Na segunda, rebote de escanteio, Pedro chutou de fora da área, a bola desviou em Lugano e enganou o goleiro, primeiro gol, que fez render a torcida pernambucana, a qual torcia pelos vizinhos uruguaios antes. E a terceira foi no característico toque de bola que o adversário nem vê o que está acontecendo. Na triangulação, Fàbregas recebeu e tinha condições de chutar de fora da área, mas viu o atacante Soldado livre e em posição legal, e serviu ao companheiro, que bateu na saída do goleiro, a bola entrou na parte mais alta da rede.
No segundo tempo, a tarefa continuou árdua, talvez um pouco menos porque os espanhóis tiraram o pé do acelerador e passaram a administrar a partida, tanto é que a posse de bola caiu de 79 para 71%. Mesmo assim era um completo domínio.
Mas a luta de Suárez foi recompensada. Surgiu uma falta para bater, ele teve categoria e o lance foi semelhante à falta que Pirlo converteu no jogo anterior do dia. Bonito gol no ângulo direito de Casillas. O Uruguai chegou a se animar, mudou o esquema tático deixando com três atacantes para tentar um improvável empate. Mas a Espanha é experiente e sabe administrar o resultado sem correr riscos. Assim levou a partida até o final. O resultado não condiz com tamanha superioridade, melhor fosse analisar através de chutes: 16 para a Espanha, sendo 9 ao gol, e 4 para o Uruguai, sendo apenas 2 ao gol.
A Fúria mostrou sua força e que não veio a passeio, quer ganhar o título que falta em sua galeria de conquistas recentes. É forte candidata e terá dois jogos fáceis para seguir sua caminhada. Ao Uruguai, não tem desespero, já era um resultado esperado, basta vencer Nigéria e Taiti, duas seleções mais fracas nesse grupo e estará classificado.
Melhor em campo: Cesc Fàbregas
Veja os melhores momentos da partida aqui.

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