| Do jeito que vem jogando, a Seleção vai eliminando as desconfianças e trazendo o torcedor para junto de si | 
O clamar de um povo
Publicado sexta-feira, 21 de junho de 2013
Ouviram do Ipiranga, do Tietê, do São Francisco, do Guaíba, do Araguaia e do Amazonas
E de tantas outras águas, cujas margens não são tão plácidas como outrora
De um povo heroico, assim como sua Seleção, o brado retumbante
Que ecoou no Castelão de Fortaleza mesmo com o protocolo já esmerado.
E o sol da liberdade, que se pôs no horizonte com o fim do jogo,
Em raios fúlgidos, como os sorrisos daqueles que acompanhavam,
Brilhou no céu da pátria naqueles instantes dos gols de Neymar e Jô.
E o penhor que os mexicanos não chegariam à igualdade
Conseguimos conquistar a classificação com braços fortes de Julio Cesar e pernas habilidosas,
Em teu seio, ó liberdade de driblar e jogar bonito,
Desafia o ítalo ao primeiro posto!
Ó pátria de chuteiras amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de um sonho intenso, de um tetra nas Confederações e um hexa Mundial
De amor, protestos, reivindicações, destreza e esperança à terra desce,
Se em teus formosos estádios, imponentes e estruturados
A imagem do cruzeiro resplandece, mesmo que obscura com o dispêndio de suas obras.
O gigante pela própria natureza acordou na política e no futebol,
És belo como joga, és forte quando pleiteia, impávido quando sai às ruas, colossal quando se une
E o teu futuro espelha essa grandeza, espelha mudanças, traz o torcedor para junto do selecionado.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo que jogam por ti és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
O México não tinha nada que ver com a história, mas esse jogo precisava ser vencido pelo Brasil, por tudo o que vinha acontecendo até então, não tinha como ser diferente. Neymar novamente, com um golaço de perna esquerda e, no segundo tempo, lindo drible e assistência para o gol de Jô definiram o placar.
Melhor em campo: Neymar
Veja os melhores momentos da partida aqui.
PS: A intertextualidade usada com o Hino Nacional foi uma ideia gerada pelo contexto histórico-social vivido e que foi cantado à capela no estádio, no entanto foi apenas uma tentativa diferente de contar a crônica do jogo, que espero seja bem entendida por quem lê-la.
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Taiti: vitória do futebol
Publicado quinta-feira, 20 de junho de 2013
Todos sabem que o Taiti, campeão da Oceania, veio para o Brasil como mero participante da competição, não almeja nada e que será saco de pancadas de todas as outras seleções do grupo. Seus jogadores não são profissionais, vivem de outros trabalhos, nove deles estão desempregados, jogam por amor ao esporte, mas são os que trazem as lições mais valiosas para todos envolvidos na competição.
No primeiro jogo, no Mineirão, contra a Nigéria, pouco importava o resultado de 6 x 1 para os africanos. Importava que eles estavam lá, representando a principal ilha da Polinésia Francesa, representando 280 mil pessoas, representando todos que jogam futebol amador, representando a inclusão social. Por toda a simplicidade, humildade e simpatia ganharam a torcida brasileira.
Antes de começar o jogo, durante o protocolo da FIFA de apresentação dos times, eles levaram cordões típicos de seu país para presentear todos os seus adversários africanos, talvez desejando boa sorte ou oferecendo proteção de seus deuses. Isso poderia ser um exemplo para outros países, já pensou o Brasil oferecendo fitas do Senhor do Bonfim às outras seleções?
Durante o jogo, o time mostrou-se empolgado, fez algumas boas jogadas e chegou até a pressionar a Nigéria, mas com cinco minutos a realidade voltou e os Águias Negras abriram o placar com um chute de fora da área de Echiejile que desviou em dois defensores taitianos antes de entrar. O primeiro tempo terminou 3 a 0. Mas a festa para o Taiti continuava.
| Comemoração do gol taitiano com canoa polinésia | 
No segundo tempo, o momento talvez mais mágico de toda a Copa, que todos gostariam de ver: o gol dos taitianos. Escanteio pela esquerda do ataque, cruzamento na segunda trave e cabeçada de Jonathan Tehau para baixo, como ensina o manual do bom cabeceador. Ele deve virar herói nacional quando voltar, mesmo que tenha marcado um gol contra pouco tempo depois, foi o primeiro a fazer um gol em competições intercontinentais. E um grande barato foi ver a comemoração do time todo imitando remadas de canoa polinésia. Se voltarmos no tempo, na nossa infância, jogávamos futebol por jogar, sem se importar com aplicação tática, com a competição e se refletirmos sobre o Taiti, é exatamente assim que eles jogam, no mais puro futebol e esse gol é a coroação dessa pureza.
Ainda houve tempo para a Nigéria fazer mais dois, de consagrar Oduamadi como grande artilheiro da primeira rodada com um hat-trick, quando alguém faz três gols na mesma partida. O resultado pôs os africanos em primeiro lugar, pelo saldo e, se ganhar do Uruguai na próxima rodada, se classificarão antecipadamente para a próxima fase.
O Taiti pega simplesmente a Espanha e a especulação é de quanto vai ser a goleada, mas quem se importa? A festa deles e os presentes continuarão.
Melhor em campo: Jonathan Tehau
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A ingrata tarefa de parar a Espanha
Publicado quarta-feira, 19 de junho de 2013
Quando se joga contra a atual campeã do Mundo, que tem um toque de bola refinado, que tende a ficar três quartos da partida com a bola em seus pés, é preciso saber defender muito e toda e qualquer chance que tiver tem que aproveitar.
O que fazer quando é atacante da seleção adversária? Pegue o exemplo de Luis Suárez, referência uruguaia. No primeiro tempo, não teve muito o que poderia ter feito. Com todo o gás, era preciso correr atrás, compor uma primeira linha defensiva e combater o início das jogadas espanholas. Cobrar um escanteio, bater uma falta para a área, chutar uma vez longe do gol. Foi isso de mais produtivo que ele conseguiu fazer na primeira metade, de resto viu um domínio, tão comum no time do Barcelona, 330 passes, com apenas 13 erros. Uma Espanha envolvente, quase imparável. Que tem Iniesta, Xavi, Fàbregas e Busquets no meio-campo e se dá ao luxo de deixar no banco Juan Mata, David Villa e Fernando Torres.
São tão habilidosos que precisaram apenas de um tempo e três jogadas importantes para confirmarem seu favoritismo. A primeira, Jordi Alba trouxe da esquerda e tocou para o meio, Iniesta enganou seu marcador deixando a bola passar entre as pernas, que chegou limpa até Fàbregas, que chutou livre de marcação, mas foi na trave, sorte do goleiro que não conseguiria chegar. 
| Pedro sai para comemorar o primeiro gol junto ao zagueiro Sergio Ramos | 
No segundo tempo, a tarefa continuou árdua, talvez um pouco menos porque os espanhóis tiraram o pé do acelerador e passaram a administrar a partida, tanto é que a posse de bola caiu de 79 para 71%. Mesmo assim era um completo domínio.
Mas a luta de Suárez foi recompensada. Surgiu uma falta para bater, ele teve categoria e o lance foi semelhante à falta que Pirlo converteu no jogo anterior do dia. Bonito gol no ângulo direito de Casillas. O Uruguai chegou a se animar, mudou o esquema tático deixando com três atacantes para tentar um improvável empate. Mas a Espanha é experiente e sabe administrar o resultado sem correr riscos. Assim levou a partida até o final. O resultado não condiz com tamanha superioridade, melhor fosse analisar através de chutes: 16 para a Espanha, sendo 9 ao gol, e 4 para o Uruguai, sendo apenas 2 ao gol.
A Fúria mostrou sua força e que não veio a passeio, quer ganhar o título que falta em sua galeria de conquistas recentes. É forte candidata e terá dois jogos fáceis para seguir sua caminhada. Ao Uruguai, não tem desespero, já era um resultado esperado, basta vencer Nigéria e Taiti, duas seleções mais fracas nesse grupo e estará classificado.
Melhor em campo: Cesc Fàbregas
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O imperador e "seu" coliseu
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Para aqueles saudosistas que gostavam do velho Maraca, vê-lo reformado, adequado aos padrões FIFA, pode não lhe soar muito agradável. Mas, para quem é saudosista ou não, uma coisa é certa: como é bom saber que o Maracanã está de volta, que o Rio de Janeiro, o Brasil e, porque não, o mundo poderão acompanhar grandes duelos, como nos antigos coliseus, nos domingos à tarde. O primeiro, em caráter oficial, foi no último dia 16, no segundo jogo do grupo A, entre Itália e México.
Como na antiguidade, é preciso ter um imperador, um líder que comande o espetáculo e que reja as ações do jogo. Para isso, nada melhor que a experiência e a categoria do italiano Andrea Pirlo. O camisa 21 completava cem jogos pela Squadra Azzurra. E não teria outro palco ideal para a celebração dessa marca senão no lendário Maracanã. O goleiro Buffon disse, em entrevista após a partida, que era um sonho jogar nesse estádio e que estava muito feliz pelo feito alcançado do amigo Pirlo.
Mas os duelos não são só festejos, tem o adversário do outro lado tentando triunfar. O primeiro lance de real perigo foi dos mexicanos, com um chute forte de Guardado que explodiu no travessão. Mas a Itália conta com um artilheiro brigador, um verdadeiro gladiador que não mede esforços para seu imperador, Mario Balotelli, que já havia dado trabalho para o arqueiro Corona e sofreu uma falta na entrada da área. Posição onde Pirlo é especialista em bater faltas. 
| Visão privilegiada de Balotelli na falta cobrada por Pirlo | 
Em um vacilo do zagueiro, coisa rara para o tradicional sistema defensivo italiano, Giovani dos Santos, brasileiro naturalizado mexicano tomou a bola e sairia na cara do gol, se o mesmo zagueiro não o derrubasse dentro da área. Pênalti convertido pelo principal destaque mexicano na competição, Javier "Chicharito" Hernandez.
Pode-se falar que a Itália joga um futebol pragmático, que não tem vocação ofensiva e que joga pelo resultado, mas é um time que sabe ter paciência, não se afoba, não dá chutão para frente se livrando da bola e vence quando tem que vencer, por isso, constantemente chega às fases finais. Esse jogo foi uma prova disso, poderia muito bem ter acabado em um empate que traria complicações aos italianos. Mas no meio do segundo tempo, em um lance despretensioso, estranho, a bola foi pelo alto para a área mexicana, Balotelli trombou, brigou e chutou, a bola ainda bateu no goleiro, mas, como um golpe de misericórdia, a bola entrou, dando números finais à partida e a primeira vitória italiana na competição. Ficam na liderança juntamente com o Brasil, mas perdem no saldo de gols.
Agora, para os italianos, se vencerem o Japão e o Brasil vencer o México, já estarão classificados. Para os mexicanos, têm de vencer o Brasil para embolar o grupo. Sempre lembrando que o México é uma seleção que tem dificultado a vida dos brasileiros nos últimos encontros.
Melhor em campo: Andrea Pirlo
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Primeiras impressões
Publicado segunda-feira, 17 de junho de 2013
A Copa das Confederações finalmente começou. Depois de tantos anos desde quando o Brasil foi escolhido sede da Copa de 2014 que o país do futebol esperava pela chegada dos grandes eventos esportivos. O primeiro jogo entre os anfitriões e o campeão asiático, o Japão. O Brasil vinha sob grande desconfiança dos resultados anteriores em amistosos, mas não deu margem e venceu por 3 a 0.
É a primeira vez que o Brasil sedia um evento futebolístico desse porte desde 1950, na única vez que teve Copa do Mundo por aqui. As primeiras impressões foram boas, em geral. Obviamente que nem tudo é perfeito, com protestos que houveram na porta do estádio Mané Garrincha, alguns tropeços da organização com os voluntários e o público, vaias a Blatter e Dilma Rousseff, mas a festa do futebol foi bonita na cerimônia de abertura, simples e criativa, cativante e acolhedora, colorida, com a cara do país. Foi emocionante acompanhar o Hino Nacional, a expressão do goleiro Julio Cesar mostrou isso.
Com bola rolando, o primeiro toque não poderia ser de outro senão do principal jogador dos donos da casa, Neymar, que teve a honra de iniciar a competição. A primeira falta foi feita por Thiago Silva e a primeira falta sofrida foi por Paulinho. Nada tão importante quanto o primeiro gol da Copa das Confederações. Coube ao próprio Neymar a façanha. Com 2min52, foi o gol mais rápido em estreia desse torneio. Ele que vinha de um jejum de 9 jogos sem marcar, fez um golaço. Marcelo cruzou da intermediária esquerda, Fred dominou meio no peito, meio no ombro, mas a bola escapou o suficiente para ficar ajeitada e quicando para Neymar pegar de primeira, na veia, e colocar no ângulo esquerdo do goleiro Kawashima, indefensável.
| Neymar no momento do chute do primeiro gol brasileiro | 
Pouco tempo depois, o Japão deu trabalho com alguns chutes de longe de seu mais conhecido jogador, Keisuke Honda. Nada que abalasse a segurança do goleiro Julio Cesar. Os japoneses congestionaram o meio-campo, mas o Brasil soube ter paciência e trabalhar a bola para construir a vitória. Muito que a tranquilidade veio por conta desse primeiro gol, mas logo no começo do segundo tempo o Brasil ampliou sua vantagem com jogada semelhante, cruzamento de Daniel Alves pela direita e Paulinho emendou. Ainda teve tempo para mais um. Oscar puxou contra-ataque pela meia esquerda, gingou e serviu Jô, substituindo Fred, que chutou na saída do goleiro, ratificando a vitória brasileira. A situação desse primeiro gol do atacante atleticano pela Seleção, lembrou o primeiro gol do próprio Fred em Copas, feito em 2006 contra a Austrália, na vitória de 2 a 0. No chute pela direita, a bola bate na trave e sobra para o artilheiro, veja. A emoção que Jô sentiu deve ter sido parecida.
A primeira vitória foi brasileira, primeiros três pontos, importante para dar tranquilidade, como frisou o técnico Felipão na coletiva do dia anterior. Agora terá mais dois jogos para decidir seu futuro na competição, mas do jeito que jogou, parece estar em uma crescente interessante, formando uma unidade como time e se continuar assim, tem tudo para se classificar em primeiro do grupo. Não pode perder o foco, mesmo que saia atrás no placar ou encontre retrancas mais fechadas que a japonesa. Tem mais qualidade e joga com a torcida a seu favor. Ótimo foi saber que não teve aquela velha desculpa do peso da estreia, que a defesa esteve segura, o meio defendeu e apoiou bem e o ataque teve tranquilidade para acertar o alvo.
Para o Japão, resta treinar e tentar um feito histórico para o país, vencer Itália e México para se classificar em segundo, tarefa bem difícil, mas eles mostraram qualidade e consistência. 
Um fato a lamentar é que o estádio de Brasília, que ficou um dos mais bonitos e que custou mais caro, não receba mais jogos nessa competição. Outra aspecto é que na cerimônia de abertura o público não lotou o estádio então ficaram vários espaços vermelhos vazios.
O primeiro jogo foi muito bom, nível de Copa do Mundo, torcendo para que os próximos continuem assim. 
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