Na Austrália, um penta, uma hexa e o futuro

Publicado  domingo, 1 de fevereiro de 2015

Neste domingo, chegou ao fim mais uma edição do Grand Slam mais animado da temporada de tênis, o Australian Open. Com ele, mais uma consagração de dois gigantes deste esporte. Serena Williams conquistou seu sexto campeonato ao vencer a russa Maria Sharapova por dois sets a zero, 6-3/ 7-6 (7-5). No masculino, Novak Djokovic bateu Andy Murray por três sets a um, 7-6 (7-5)/ 6-7 (7-4)/ 6-3 e um incrível 6-0, e levou o quinto Major australiano de sua carreira.
A final feminina era mais que esperada entre as duas líderes do ranking. Por parte da Serena, passou por duas semanas difíceis, resfriada, teve que virar duas partidas, teve uma semifinal complicada contra sua compatriota, mas que mostrou sua experiência para chegar até a decisão. Já Sharapova, havia perdido apenas um set, na segunda rodada, vinha sobrando contra todas as adversárias, inclusive na semifinal. Mas, por mais que a russa estivesse bem, não teve chances contra a força da americana. Foi praticamente impossível parar a tenista, que chegou a sacar a 203km/h. A partida durou 1h51. No confronto direto, 16-2 para Serena. Foi o 19º Grand Slam da carreira. Apesar de não gostar do estilo de jogo e da discrepância dela para as outras tenistas, não há como não admitir a grandiosidade desta jogadora que há muito tempo já tem seu nome na história e que eleva o nível do tênis feminino a outro patamar.
Pelo lado dos homens, sempre se cria uma expectativa de quem chegaria do grupo Elite Four, Federer, Nadal, Djokovic e Murray. O suíço havia vencido o ATP 250 de Brisbane, conquistado sua milésima vitória, marca que apenas Jimmy Connors e Ivan Lendl superam, 1253 e 1071, respectivamente. Mas Roger não foi bem e foi eliminado na terceira rodada pelo italiano Andreas Seppi, por três sets a um. O espanhol não está na melhor de sua forma, vinha como a grande dúvida, mas mostrou que tem um poder mental gigantesco e venceu suas partidas até pegar um top 10 e ser eliminado nas quartas por Tomas Berdych, com direito a pneu no segundo set. Restou o sérvio e o britânico, que mostraram o melhor tênis jogado, com as vitórias mais convincentes. A final foi qualquer coisa de espetacular nos dois primeiros sets. Uma intensidade tremenda, grande volume de jogo de ambas as partes, cada um vencendo o set no detalhe. Literalmente foi uma batalha extensa, com duração de 72 minutos no primeiro e 80, no segundo set. Depois disso, o que se viu foi um passeio. Murray se mostrou instável mentalmente, passou a brigar consigo próprio e não desenvolveu mais seu jogo. Em compensação, Djokovic justificou o posto de número um do mundo. Manteve a intensidade e resolveu a partida com dois sets em pouco mais de uma hora. O sérvio leva vantagem de 15-8 agora contra o britânico. Foi o oitavo Grand Slam de sua carreira e vem se encaminhando para se tornar um dos maiores de todos os tempos, já que sua perspectiva é de continuar vencendo e jogando em alto nível por alguns anos. Hoje é o cara a ser batido em quadra.
Além disso tudo, o Australian Open é marcado por surpresas, por ser o começo da temporada, e, por vezes, revela alguns nomes a serem observados no futuro próximo. Esta edição não foi diferente. 
Entre as mulheres, a jovem americana Madison Keys, que vai completar 20 anos, foi destaque, eliminando nomes como Petra Kvitova e Venus Williams, chegando à semifinal contra a Serena, sinalizando um futuro promissor para os Estados Unidos, que se não consegue produzir um nome de força no masculino desde Andy Roddick, mas que no feminino domina as ações junto com a Rússia e países do leste europeu. 
Nick Kyrgios é a nova esperança australiana. O rapaz de 19 anos, jogou apoiado pela torcida e chegou até às quartas, sendo eliminado por Murray. O país que já teve nomes consagrados como Rod Laver, Roy Emerson (maior vencedor do torneio, com seis títulos), Lleyton Hewitt e Patrick Rafter, pode estar criando um novo nome a ser escrito na sua galeria de campeões.
E uma curiosidade: durante essas duas semanas, a organização registrou mais de 703 mil pessoas visitando o complexo de tênis de Melbourne, mais de 20 mil a mais que o recorde do ano passado. Um exemplo de como fazer um evento lucrativo e bem organizado.

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