Ícones do esporte: Usain Bolt

Publicado  terça-feira, 29 de agosto de 2017

Tem surgido alguns projetos em paralelo com o Esporte pelo Juva. Um deles é uma coluna que tenho escrito semanalmente desde o meio deste mês de agosto, no site Bola Parada. Replicarei aqui as colunas como forma de manter atualizado o blog, assim como tenho feito com a coluna Lógos Olympikos, que escrevo para o Surto Olímpico. O primeiro personagem que escolhi foi o velocista jamaicano que deixou as pistas após o mundial de Londres deste ano.

O jamaicano, natural de Sherwood Content, que irá completar 31 anos na próxima semana, teve um fim de carreira melancólico, com suas últimas atuações na pista do Estádio Olímpico de Londres um tanto quanto decepcionantes para quem se acostumou a vê-lo superar adversários e pulverizar marcas, abdicou de correr os 200 metros livres, calculou mal na final dos 100 metros livres, ficando com o bronze, e no revezamento 4x100 metros não completou a prova devido a uma cãibra no músculo posterior da coxa esquerda.

Rio de Janeiro - O jamaicano Usain Bolt, garantiu o ouro e fez história ao conquistar pela terceira vez o título de homem mais rápido do mundo nos 100 metros rasos em uma Olimpíada (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - O jamaicano Usain Bolt garantiu o ouro
  e fez história ao conquistar pela terceira vez
  o título de homem mais rápido do mundo nos 100 metros rasos
em uma Olimpíada (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Nada disso, no entanto, apaga os feitos históricos que essa lenda cheia de carisma escreveu para sua modalidade e para o mundo esportivo como um todo. Um cara que ganhou medalha de ouro em todas as finais olímpicas que disputou, só não ficou com a medalha do 4x100 metros de Pequim, porque um de seus companheiros foi pego no doping. Feliz daqueles que estiveram em Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016 e puderam acompanhar Bolt conquistar nove láureas douradas ou daqueles que estiveram presentes em uma das onze vitórias e  14 medalas em provas de Mundiais. Afortunado daqueles que viram in loco as quebras de recordes mundiais e olímpicos, fosse em Pequim, Berlim, Daegu ou Londres. Deve ter sido incrível ver aquele 9s58 dos 100 metros rasos ou aquele 19s19 dos 200 metros.
18 de Agosto de 2016 - Rio 2016 - Usain Bolt na prova dos 200m Foto: Roberto Castro/ Brasil2016
18 de Agosto de 2016 - Rio 2016 -
Usain Bolt na prova dos 200m
Foto: Roberto Castro/ Brasil2016
Ele elevou o patamar dos velocistas e deve se manter com o nome no topo das provas mais rápidas por muito tempo, me arrisco a dizer que não imagino estar vivo para acompanhar a quebra destas marcas. Até hoje ninguém sequer chegou perto. Ele revolucionou a "bio-lógica" que era acreditada de ser a melhor para correr essas distâncias, afinal como era possível um cara com 1,96m ganhar de atletas baixos e troncudos? Ele se tornou objeto de estudo da dinâmica de movimento, com uma largada que sempre foi sua deficiência, mas que compensava com suas passadas largas. Ele mudou o jeito dos atletas se apresentarem antes das provas, antes todos tinham que estar sérios, de cara fechada e ele veio com sua descontração e irreverência, até como forma de desestabilizar seus adversários, e hoje todo mundo procura fazer uma graça e mostrar que está focado mesmo assim.
Somos privilegiados em acompanhar a brilhante carreira do homem mais rápido da Terra bem de perto. Sabe quando ouvimos falar de algum atleta que nunca vimos mas aprendemos a respeitar? Este é um caso que nós contaremos para as próximas gerações, um herói olímpico do século 21. Uma pena que o tempo é implacável para todos e obrigou o "Raio" a encerrar sua trajetória tão precocemente.
Para quem se interessar mais sobre a vida deste ícone do esporte recomendo o livro 'Usain Bolt: Mais Rápido que um Raio', uma autobiografia lançada em 2014, e o documentário 'I am Bolt', lançado no final do ano passado. Importantes relatos da vida do astro das pistas que deixou seu brilho intenso em pistas do mundo inteiro.

Coluna publicada originalmente em 14 de agosto de 2017.

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