A final da Copa do Qatar dá a Messi o que lhe faltava para ingressar no Panteão do futebol

Publicado  segunda-feira, 19 de dezembro de 2022


Se alguém, em suas plenas condições mentais, tinha algo para questionar Messi ou duvidar de seu patamar perante gênios como Maradona, Zidane, Beckenbauer e até Pelé, a Copa do Qatar-2022 trouxe o aval necessário para colocar o craque argentino no devido lugar dos maiores da história.

Messi já era um jogador extraordinário por tudo o que ele conquistou e realizou no futebol nos últimos 17 anos, ou seja, de 22 anos vividos neste século, Lionel é o atleta mais longevo e espetacular desta Era. Definitivamente, o desfecho desta Copa também colocou um ponto final nas comparações com Cristiano Ronaldo, já que o argentino concretizou seu papel de protagonista ao passo que o português teve um fim melancólico, saiu pela porta dos fundos com discussões e bancos de reservas acumulados. Cabe a observação que Cristiano foi excelente em seu auge e o único que mostrou-se um rival a altura de Messi. 

A Copa deixou claro a passagem de bastão para novas lendas, como Mbappe, que já havia sido campeão mundial precocemente e mostrou seu gigantesco potencial de assombrar o mundo mais uma vez, ao marcar três gols na final. Certamente mais embates memoráveis estão previstos para 2026, com gente boa figurando nos principais gramados, com a França como grande favorita a partir de agora. Vai ser um deleite ver Upamecano, Tchouaméni, Hakimi, Gvardiol, Bellingham, Gapko, Gonçalo Ramos, Vinícius Jr, Rodrygo, assim como outros jogadores que nem estiveram no Qatar, Haaland e Salah, por exemplo.

Ilustração do site Goal.com para trazer todas as conquistas
de Messi, sejam coletivas ou individuais

Mas era preciso uma Copa para que o Messi chamasse de sua. Em 2017, este que escreve já desejava que o torneio realizado no ano seguinte na Rússia parasse nas mãos dos argentinos, é possível reler esta coluna neste link. Atualizando a situação de quatro anos para cá, muitas coisas pioraram no futebol como um todo, mais especificamente na Argentina. Inclusive a dúvida da própria coluna era se Lionel chegaria nas mesmas condições de ajudar o time dos hermanos. Obviamente, é difícil considerar o imponderável nas análises. Um dos fatores improváveis era encontrar um técnico, ex-jogador e companheiro de seleção, que montasse um time a potencializar tudo o que Messi entregou nessa Copa, com sete gols e três assistências, há um ano antes do torneio ser realizado. Outro fator é que o time venceria uma Copa América disputada no Brasil, em um contexto de pandemia, que seria realizado na Colômbia e Argentina, e traria leveza de responsabilidades ao 10 argentino.

Independentemente de acertos ou erros de prognósticos e condutas, a cereja do bolo que faltava na carreira de Lionel veio neste domingo com uma atuação magistral. Gol de pênalti, passe genial durante a jogada do segundo gol, gol na prorrogação com o pé não favorito, cobrança impecável na decisão alternada. 12 recordes quebrados e com novas marcas estipuladas por Messi nessa competição. Assim, para todos aqueles que prezam por uma "justiça histórica", a consagração do tricampeonato argentino é visto como o merecimento de uma carreira talentosa. 


Aos brasileiros que se incomodam com a veneração, vale a lembrança que, há vinte anos, era os argentinos que veneravam Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho com sua magia. Portanto, quem não sabe ver os valores e merecimentos dos que alcançaram a glória, jamais refletirá sobre os próprios erros para corrigir seu rumo. Além de ser um péssimo perdedor, não pode dizer que é o país do futebol se não sabe apreciar onde é bem jogado. A rivalidade continua a existir, contudo, a Messi e aos demais comandados por Scaloni, aplausos!

Comentários da Rodada da Libertadores e Sudamericana, jogos de 05/05/22

Publicado  sexta-feira, 6 de maio de 2022

Comentários da Rodada da Libertadores e Sudamericana, jogos de 04/05/22

Publicado  quinta-feira, 5 de maio de 2022

Comentários da Rodada da Libertadores e Sudamericana, jogos de 03/05/22

Publicado  quarta-feira, 4 de maio de 2022

Ser racista no futebol é o golpe mais baixo do fraco

Publicado  sexta-feira, 29 de abril de 2022

Em uma semana com muitos jogos importantes da Libertadores, o fato que marcou não foi o futebol apresentado dentro de campo, mas quatro casos de racismo que diversos países sul-americanos tiveram contra brasileiros. Ao invés de apontar tochas e lanças, cabe lamentar a fraqueza alheia e cobrar punições pela CONMEBOL.


O futebol é visto, muitas vezes, como uma batalha campal, quando não, uma guerra. E, na guerra, vale tudo? Eticamente, não deveria valer certos artifícios. Contudo, a quem é mais fraco e está perdendo bate o desespero e o instinto de sobrevivência fala mais alto. Aí, vem o golpe baixo para tentar desestabilizar o lado dominante do confronto. Assim pode ser traduzido o racismo, tanto na vida, quanto no futebol. Pare para pensar, qual objetivo de um "asno" imitar um macaco virado para a torcida adversária e nem sequer estar prestando atenção ao jogo? Na prática, isso é para irritar os torcedores, transmitir isso para os jogadores e, em uma consequência muito extrema, promover uma expulsão, "tentar igualar" a briga.
Lógico que o ato de ser racista é criminoso, ofensivo à moral da sociedade e extremamente doloroso a quem sofre essa ação. Não é preciso discutir mais do que hoje já temos de entendimento do assunto. Temos que lutar para orientar novas gerações não agir como acontece no presente. Para estes está mais do que na hora de punições severas para coibir novos atos esdrúxulos. Em quase todos os casos dessa semana foi possível identificar com imagens o criminoso. Não é caso de um país isolado. Teve argentino do Boca contra o Corinthians e outro do Estudiantes contra o Red Bull Bragantino. Mas também teve equatoriano contra o Palmeiras e, ontem (28), chileno contra o Flamengo. Há algumas semanas teve o caso do argentino do River Plate contra o Fortaleza. Antes de apontar o dedo para os outros, os próprios brasileiros são racistas entre si. O caso mais emblemático foi da expectadora do Grêmio que foi flagrada falando "MA-CA-CO" para o goleiro Aranha que defendia o Santos, mas basta fazer um exercício de busca que será encontrado inúmeras notícias sobre o tema. Também é preciso dizer que não há um mundo perfeito lá fora, a Europa deve ser campeã de casos, a cena que vem à cabeça é a banana jogada para Daniel Alves, que ia bater um escanteio para o Barcelona, e ele comeu a fruta.
Veja quantos patrocinadores estão envolvidos na Libertadores
e precisam se posicionar sobre ser conivente com racismo.
Crédito da imagem: Twitter

Retomando a linha de raciocínio, tirando o caso do Estudiantes, que é o único sem imagem e que o time argentino venceu, todos os outros estão se vendo inferiores aos brasileiros. O Boca perdeu categoricamente para o Timão por 2 a 0, em Itaquera, e quer levar esse clima hostil para a Bombonera. O Emelec tomou 3 a 1 em casa para o time misto do Palmeiras e deve sofrer uma goleada ainda maior quando vier ao Allianz. A Universidad Católica até trouxe dificuldades, mas o Flamengo venceu por 3 a 2, fora de casa, e é um dos favoritos ao título, o que não é possível dizer de nenhum chileno.
O Brasil é, inclusive, um importador de pés-de-obra desses países. O lateral direito chileno Isla, ironicamente, defende as cores do Flamengo, o argentino Calleri e o equatoriano Arboleda são muito bem quistos pelo São Paulo, o paraguaio Goméz e o uruguaio Piqueréz compõem a zaga do Palmeiras, o colombiano Cantillo já foi apontado como volante importante no Corinthians. Ou seja, os clubes brasileiros são empregadores de talentos que surgem nesses países e impulsionadores para levá-los para grandes centros.
Ao mesmo tempo que emerge um sentimento de indignação e revolta, tem um ar de coitadismo para essas cabeças pequenas e frágeis que não têm bola para competir conosco. Não há força econômica e de habilidade de bola que consiga competir contra os brasileiros nos últimos três anos dentro da Libertadores e o mesmo está começando a acontecer na Sudamericana. Quem precisa tomar uma atitude mais enérgica é a CONMEBOL, que rege essas competições. Ao culpabilizar também os clubes com multas pesadas financeiras e perdas de pontos no aspecto desportivo, deve começar a ter um efeito prático. Caso haja reincidência, eliminação direta do torneio no ano, multas ainda maiores e impedimento do clube participar nas próximas edições vai fazer os próprios torcedores inibirem esses asquerosos vermes de agirem e serão obrigados a ficar em seus ninhos quietos. Sempre serão vermes e nada além disso!