Se alguém, em suas plenas condições mentais, tinha algo para questionar Messi ou duvidar de seu patamar perante gênios como Maradona, Zidane, Beckenbauer e até Pelé, a Copa do Qatar-2022 trouxe o aval necessário para colocar o craque argentino no devido lugar dos maiores da história.
Messi já era um jogador extraordinário por tudo o que ele conquistou e realizou no futebol nos últimos 17 anos, ou seja, de 22 anos vividos neste século, Lionel é o atleta mais longevo e espetacular desta Era. Definitivamente, o desfecho desta Copa também colocou um ponto final nas comparações com Cristiano Ronaldo, já que o argentino concretizou seu papel de protagonista ao passo que o português teve um fim melancólico, saiu pela porta dos fundos com discussões e bancos de reservas acumulados. Cabe a observação que Cristiano foi excelente em seu auge e o único que mostrou-se um rival a altura de Messi.
A Copa deixou claro a passagem de bastão para novas lendas, como Mbappe, que já havia sido campeão mundial precocemente e mostrou seu gigantesco potencial de assombrar o mundo mais uma vez, ao marcar três gols na final. Certamente mais embates memoráveis estão previstos para 2026, com gente boa figurando nos principais gramados, com a França como grande favorita a partir de agora. Vai ser um deleite ver Upamecano, Tchouaméni, Hakimi, Gvardiol, Bellingham, Gapko, Gonçalo Ramos, Vinícius Jr, Rodrygo, assim como outros jogadores que nem estiveram no Qatar, Haaland e Salah, por exemplo.
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| Ilustração do site Goal.com para trazer todas as conquistas de Messi, sejam coletivas ou individuais | 
Mas era preciso uma Copa para que o Messi chamasse de sua. Em 2017, este que escreve já desejava que o torneio realizado no ano seguinte na Rússia parasse nas mãos dos argentinos, é possível reler esta coluna neste link. Atualizando a situação de quatro anos para cá, muitas coisas pioraram no futebol como um todo, mais especificamente na Argentina. Inclusive a dúvida da própria coluna era se Lionel chegaria nas mesmas condições de ajudar o time dos hermanos. Obviamente, é difícil considerar o imponderável nas análises. Um dos fatores improváveis era encontrar um técnico, ex-jogador e companheiro de seleção, que montasse um time a potencializar tudo o que Messi entregou nessa Copa, com sete gols e três assistências, há um ano antes do torneio ser realizado. Outro fator é que o time venceria uma Copa América disputada no Brasil, em um contexto de pandemia, que seria realizado na Colômbia e Argentina, e traria leveza de responsabilidades ao 10 argentino.
Independentemente de acertos ou erros de prognósticos e condutas, a cereja do bolo que faltava na carreira de Lionel veio neste domingo com uma atuação magistral. Gol de pênalti, passe genial durante a jogada do segundo gol, gol na prorrogação com o pé não favorito, cobrança impecável na decisão alternada. 12 recordes quebrados e com novas marcas estipuladas por Messi nessa competição. Assim, para todos aqueles que prezam por uma "justiça histórica", a consagração do tricampeonato argentino é visto como o merecimento de uma carreira talentosa.
Aos brasileiros que se incomodam com a veneração, vale a lembrança que, há vinte anos, era os argentinos que veneravam Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho com sua magia. Portanto, quem não sabe ver os valores e merecimentos dos que alcançaram a glória, jamais refletirá sobre os próprios erros para corrigir seu rumo. Além de ser um péssimo perdedor, não pode dizer que é o país do futebol se não sabe apreciar onde é bem jogado. A rivalidade continua a existir, contudo, a Messi e aos demais comandados por Scaloni, aplausos!


 
 


