Quero a Argentina campeã da Copa!

Publicado  sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Messi pode tirar a Argentina da fila de 32 anos sem título mundial
Entre as 32 seleções classificadas para a vigésima primeira edição do maior evento esportivo do mundo, a Argentina deve ganhar a Copa na Rússia. Mesmo com toda a rivalidade criada entre brasileiros e hermanos vinda do começo do século passado, será um grande resultado. São muitos os motivos para acreditar no tricampeonato mundial dos vizinhos sul-americanos.
A começar por seu ícone máximo desta geração tão talentosa de jogadores: será, provavelmente, a última chance de Lionel Messi provar que está no mesmo patamar que Diego Maradona, acabar com o estigma de seu povo que não joga pela seleção com a mesma intensidade de suas apresentações no Barcelona e para vencer o prêmio de melhor jogador da temporada mais uma vez, deixando para trás Cristiano Ronaldo em número de conquistas individuais e se tornando o maior atleta, entre homens e mulheres, a receber esta premiação. Atenção ao advérbio da frase anterior “provavelmente”. Isso porque Lionel estará com 31 anos no Mundial e, em 2022, no Qatar, dificilmente manterá o nível de atuação que demonstra hoje em dia. Sem contar que nas Eliminatórias, Messi já foi o salvador da pátria ao marcar os três gols da vitória sobre o Equador, partida disputada na casa adversária. Em momentos de crise do time, principalmente contra a imprensa local, assumiu o posto esperado de liderança, se pronunciou e defendeu o grupo. Nada mais justo para a coroação de tamanho esforço.
Maradona celebrando a última conquista da Argentina,
no estádio Azteca, México-86
Além dele, o elenco da Argentina carregou consigo toda pressão e drama, típicos de tango, para conseguir uma classificação, sofreu nas partidas que não contou com seu camisa 10, mas mostrou a boa e velha garra, mesmo acumulando tropeços em seus domínios. A situação lembra o Brasil de 94 e de 2002, com uma classificação no último jogo e uma reviravolta de encher os olhos com uma conquista improvável. É uma geração talhada para este triunfo, que surge com um bicampeonato olímpico de 2004-2008. Mascherano, Tevéz, Saviola, Banega, Lavezzi, di María, Agüero, Sergio Romero e o próprio Messi estavam em uma ou nas duas edições que levaram o ouro e vêm encantando em gramados do mundo afora desde então, mostrará que um trabalho de base bem lapidado pode trazer ótimos resultados futuros. Vale recordar, é um time que já bateu na trave em 2014, com o vice-campeonato em terras brasileiras, depois de uma sofrida derrota para os alemães na prorrogação.
O comando técnico também se faz importante neste aspecto. Jorge Sampaoli é um treinador que vem se tornando referência nos últimos anos desde quando dirigia o Universidad de Chile, levando a uma Copa Sul-Americana e às semifinais de Libertadores. Implementou um estilo de jogo para a seleção chilena, faturando a Copa América, até ganhar notoriedade na Europa, antes de assumir a seleção de sua nacionalidade. Teve muito mais dificuldades para acertar o time que o Tite pelo Brasil, mas é considerado um técnico revolucionário, com ideias novas e que gosta de jogar para frente, mostrar bom futebol. Será interessante de acompanhar se conseguirá extrair o máximo de seus selecionados e alcançar a glória, que não vem para a seleção principal desde 1993, com a Copa América jogada no Equador.
Por fim, por se tratarem de sul-americanos, povo do mesmo continente que os brasileiros. Seria uma forma de buscar uma aproximação no continente, abaixar um pouco a rivalidade, pensando de forma utópica, e diminuir a diferença para os europeus, que está 11 títulos a 9.
Além disso tudo, o sorteio realizado hoje na Rússia não favoreceu à Argentina. Na minha concepção caiu no "Grupo da Morte" ao lado da sensação Islândia, da técnica Croácia e imprevisível Nigéria. Será fantástico ver a história de superação, passando pelos adversários mais difíceis e crescendo na competição, podendo pegar Espanha ou Portugal nas quartas, Alemanha na semi e França ou Brasil (acho que perde na semi) na grande final. Ou seja, um roteiro de passar por cima de campeões ou favoritos. Perfeito para não deixar margem para dúvidas.

Este texto foi escrito, quase em sua totalidade, em outubro, como trabalho final do curso de jornalismo esportivo do Senac com o último parágrafo acrescido com o sorteio dos grupos realizado. Houve uma votação para eleger o melhor texto, este foi selecionado pelo vencedor da votação dos alunos e pelo professor Ricardo Monzillo, ministrador do curso.